Neste domingo, 9 de novembro, a TV Globo leva ao ar na Temperatura Máxima uma das produções brasileiras mais aclamadas dos últimos tempos: Mussum: O Filmis, longa que mistura humor, emoção e samba para contar a trajetória de Antônio Carlos Bernardes Gomes, o inesquecível Mussum. Dirigido por Silvio Guindane e estrelado por Aílton Graça, o filme é uma viagem pela vida do comediante e músico que conquistou o Brasil com sua risada inconfundível, seu carisma e seu jeito único de transformar tudo em alegria.
A história de um homem que virou símbolo do Brasil
Baseado no livro “Mussum – Uma História de Humor e Samba”, de Juliano Barreto, o longa é dividido em três fases marcantes da vida do artista. Na primeira, conhecemos o pequeno Carlinhos (interpretado por Thawan Lucas Bandeira), um garoto cheio de imaginação e talento musical que cresceu cercado de dificuldades. A relação com sua mãe, Dona Malvina (vivida por Cacau Protásio), é um dos pilares dessa fase: uma mulher forte e batalhadora, que sonhava ver o filho em um caminho estável e seguro, longe das incertezas do samba. (Via: AdoroCinema)
Mesmo sem o apoio inicial da mãe, Carlinhos carregava dentro de si o ritmo, o compasso e a leveza que mais tarde o transformariam em ícone. Sua paixão pela música o levou a fazer parte do grupo Os Originais do Samba, um dos mais importantes do país, que abriu as portas para o sucesso e para uma vida de palco e aplausos.
Na fase adulta, vivida por Yuri Marçal, o filme mostra um Carlinhos dividido entre o dever e o sonho. Enquanto servia na Aeronáutica, ele se apresentava à noite, escondido, nos bares do Rio de Janeiro. Foi nessa época que conheceu Nely (interpretada por Jeniffer Dias), sua primeira esposa e mãe de seus filhos, e começou a viver as alegrias e dores de quem tenta equilibrar família e carreira artística.
A terceira fase traz Aílton Graça em uma atuação impressionante como o Mussum que o público aprendeu a amar. Já famoso, ele brilha nos palcos e na televisão, conquistando o Brasil com o grupo Os Trapalhões ao lado de Renato Aragão, Dedé Santana e Zacarias. É também nesse período que ele conhece Grande Otelo (interpretado por Nando Cunha), responsável por lhe dar o apelido que se tornaria marca registrada — Mussum.
O diretor Silvio Guindane constrói o filme com uma sensibilidade rara. Ele não se limita a exaltar o artista consagrado, mas também o ser humano: o filho dedicado, o pai presente, o amigo generoso e o homem que lutou contra o preconceito e as limitações impostas por sua origem humilde.
A atuação de Aílton Graça é um dos pontos altos. O ator incorpora Mussum de forma brilhante — não como imitação, mas como homenagem. Sua entrega é tanta que, em diversos momentos, é possível sentir que estamos diante do próprio humorista, tamanha é a naturalidade e o respeito com que o personagem é tratado.
Cacau Protásio também se destaca com uma interpretação emocionada de Dona Malvina, mostrando a força e o amor de uma mãe que, mesmo dura, sempre quis o melhor para o filho. Neusa Borges e Yuri Marçal completam o elenco com participações memoráveis.
Um dos grandes méritos da comédia brasileira é mostrar a importância de Mussum não apenas para o humor, mas para a cultura brasileira como um todo. Sua ligação com a Mangueira é retratada com carinho, reforçando o papel do samba como elemento de resistência e identidade.
Antes de conquistar a televisão, Mussum já era um artista respeitado nos palcos, e o filme faz questão de destacar sua contribuição à música. Com “Os Originais do Samba”, ele levou o ritmo do morro aos grandes salões e mostrou que o talento negro merecia espaço em todos os lugares.
Quando chegou à televisão, Mussum quebrou barreiras. Em um tempo em que o racismo ainda era tratado com silêncio, ele usava o humor para desafiar estereótipos e se tornar um símbolo de alegria e representatividade.
Lançado em 2023, o longa foi um verdadeiro fenômeno. Distribuído em mais de 1.180 salas de cinema em todo o país, “Mussum: O Filmis” conquistou mais de 214 mil espectadores e arrecadou mais de R$ 4,2 milhões, segundo dados da Ancine.
