Nesta segunda-feira, 1º de setembro, o público do SBT tem um encontro marcado com um dos nomes mais influentes da música popular brasileira. Pablo, conhecido nacionalmente como o Rei da Sofrência, será o entrevistado de Danilo Gentili no programa The Noite. Mais do que uma participação em um talk show, a presença do cantor baiano representa uma celebração de sua trajetória artística de 20 anos, marcada por hits que conquistaram milhões de fãs e por uma história de vida que reflete a força e a persistência de quem nunca desistiu do sonho de cantar.

A expectativa em torno da entrevista é grande. O público terá a chance de revisitar junto com o artista momentos importantes de sua carreira, descobrir curiosidades de bastidores e conhecer detalhes de projetos recentes que celebram duas décadas de dedicação à música. E, como já é tradição no programa de Danilo Gentili, não faltarão brincadeiras, provocações bem-humoradas e quadros especiais que prometem surpreender tanto o convidado quanto os telespectadores.

O menino que cantava com o pai em barzinhos

A trajetória de Pablo poderia facilmente inspirar um roteiro de cinema. Nascido em Candeias, na Bahia, ele descobriu cedo a paixão pela música. Aos seis anos, já dividia o palco com o pai em barzinhos da região. Enquanto outras crianças brincavam nas ruas, Pablo vivia a rotina de cantar para pequenos públicos, aprendendo não apenas a lidar com o microfone, mas também a valorizar cada aplauso recebido.

Essa infância musical moldou sua identidade como artista. “Meu pai sempre dizia que o respeito pelo público era o segredo de uma carreira longa. Aprendi com ele que não importa se são dez ou dez mil pessoas: quem está na sua frente merece o melhor show possível”, contou o cantor em entrevista recente. Essa lição, levada à risca, ajudou a construir o vínculo profundo que ele mantém até hoje com seus fãs.

O contexto nordestino também foi determinante. Cercado pela riqueza cultural da Bahia e pelas influências do arrocha, Pablo encontrou o gênero perfeito para dar voz à sua interpretação única, marcada por intensidade e emoção.

O estouro nacional com “Homem Não Chora”

Embora já fosse um fenômeno regional, com discos populares no Nordeste, Pablo só ganhou repercussão nacional ao lançar “Homem Não Chora”, música que rapidamente se transformou em um dos maiores sucessos do gênero. Com mais de 100 milhões de visualizações no YouTube e milhões de streams em plataformas digitais, a canção consolidou a sofrência como uma vertente importante da música romântica no Brasil.

A ironia é que o homem que virou símbolo das dores de amor nunca viveu uma grande desilusão. Casado desde os 15 anos com Ariele, sua companheira de todas as fases, Pablo sempre brinca que o título de “Rei da Sofrência” veio mais da conexão com o público do que de experiências pessoais. “Nunca sofri de verdade por amor, mas percebia como muita gente se via nas minhas músicas. Acho que é por isso que deu certo: a sofrência é universal”, explica.

Esse contraste entre vida pessoal estável e repertório repleto de canções dolorosas acabou sendo um dos ingredientes do sucesso. As músicas de Pablo falam de sentimentos que todo mundo já experimentou — saudade, frustração, despedida — e, ao mesmo tempo, oferecem conforto e identificação.

De barzinhos à Arena da Amazônia

O caminho até os grandes palcos não foi fácil. Pablo percorreu o Brasil em caravanas, fazendo shows em cidades pequenas, muitas vezes em estruturas improvisadas. Mas a dedicação valeu a pena: duas décadas depois, ele é capaz de reunir multidões em arenas.

Um dos marcos recentes de sua carreira foi o DVD comemorativo de 20 anos, gravado em Manaus, na Arena da Amazônia, diante de um público estimado entre 30 e 35 mil pessoas. A escolha da cidade não foi por acaso. “Fazíamos muitos shows no Amazonas, sempre com casa cheia. Percebi que as pessoas ainda cantavam músicas antigas com entusiasmo, como se fossem novidades. Foi aí que pensei em registrar esse momento especial em um DVD”, revelou o cantor.

Esse show não apenas celebrou o passado, mas também provou que a obra de Pablo continua viva e relevante, atravessando gerações.

“A Bodega do Pablo”: resgatando memórias afetivas

Outro projeto que será lembrado no The Noite é “A Bodega do Pablo”, gravado em Salvador no início do ano. Inspirado nas décadas de 1970 e 1980, o trabalho busca recriar a atmosfera nostálgica de uma época em que vizinhos se reuniam em frente às casas para conversar, ouvir música e acender fogueiras.

Para o artista, a produção tem um significado especial: “Sempre quis fazer algo que resgatasse essa fase da minha vida. Não é que eu seja velho, mas era um tempo em que tudo parecia mais simples e humano. A bodega representava convivência, amizade e alegria. Quis trazer essa energia para as novas gerações.”

O projeto reforça a importância que Pablo dá às origens e ao contato com sua comunidade. Para ele, a música não é apenas entretenimento: é um elo entre passado e presente, uma forma de manter viva a memória coletiva.

Vaidade, estilo e leveza

Apesar de ser um cantor marcado pela intensidade emocional no palco, Pablo mostrou no The Noite um lado bem-humorado e vaidoso. Ele revelou que corta o cabelo toda semana e já mudou de estilo diversas vezes. Para brincar com isso, a produção criou o quadro “Pablando o Visual”, no qual o artista precisará identificar os anos em que usava determinados cortes ou looks, a partir de fotos antigas.

A leveza com que encara essas transformações mostra que, apesar da fama, ele não perdeu a capacidade de rir de si mesmo. “A vaidade faz parte, mas o importante é se sentir bem. Já tive fases de cabelo mais comprido, já usei barba, já mudei muito. Hoje, gosto de variar sem perder a minha essência”, disse.

O fenômeno da sofrência e seu impacto cultural

A carreira de Pablo também é um retrato do impacto cultural do gênero que ajudou a consolidar. A sofrência, expressão que hoje está no vocabulário popular, é mais do que um estilo musical: é uma forma de expressar emoções que muitas vezes eram reprimidas, especialmente entre os homens.

Ao cantar versos que falam abertamente de dor, abandono e saudade, Pablo quebrou estigmas e mostrou que vulnerabilidade também pode ser força. Não por acaso, sua música se tornou trilha sonora de bares, festas e até de momentos íntimos de milhares de brasileiros.

Além disso, a sofrência abriu espaço para que outros artistas do arrocha conquistassem visibilidade nacional, provando que o gênero não era uma moda passageira, mas um movimento cultural duradouro.

O futuro: novas colaborações e desafios

Mesmo celebrando duas décadas de carreira, Pablo deixa claro que ainda há muito por vir. O cantor revelou que planeja lançar novos singles e continuar a turnê comemorativa, mas também tem interesse em parcerias com artistas de diferentes estilos musicais. A ideia é expandir sua presença sem perder a identidade.

“Quero dialogar com públicos variados, experimentar coisas novas. Mas a sofrência sempre vai estar comigo, porque é o que me trouxe até aqui”, declarou.

Esse espírito de renovação é o que mantém sua carreira vibrante. Longe de se acomodar, Pablo enxerga os próximos anos como uma oportunidade de reinventar-se e surpreender os fãs.

O que esperar do programa desta noite

A entrevista no The Noite promete ser um prato cheio para os fãs. Além das conversas sobre carreira e vida pessoal, Pablo vai participar de momentos de humor ao lado de Danilo Gentili, Roger e Diguinho, que terão a missão de provar se “homem não chora”.

Esdras Ribeiro
Além de fundador e editor-chefe do Almanaque Geek, Esdras também atua como administrador da agência de marketing digital Almanaque SEO. É graduado em Publicidade pela Estácio e possui formação técnica em Design Gráfico e Webdesign, reunindo experiência nas áreas de comunicação, criação visual e estratégias digitais.

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