Vale a pena assistir Uma Sexta-Feira Mais Louca Ainda? A comédia que une gerações com humor

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Foto: Reprodução/ Internet

Mais de duas décadas após o lançamento de Sexta-Feira Muito Louca (2003), um filme que marcou toda uma geração, a Disney resolveu apostar numa sequência que, ao mesmo tempo, resgata a nostalgia e se reinventa para conquistar públicos novos e antigos. Uma Sexta-Feira Mais Louca Ainda chegou aos cinemas em 2025, com Jamie Lee Curtis e Lindsay Lohan de volta aos papéis que as consagraram como mãe e filha, Tess e Anna Coleman.

Mas será que essa continuação consegue manter o frescor e a diversão do original? Será que o clássico “troca de corpos” ainda funciona, mais de 20 anos depois? A resposta, felizmente, é um sonoro “sim” — mas com algumas surpresas a mais que fazem desse filme uma experiência não só engraçada, mas também tocante e atual.

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Reencontro com personagens que marcaram época

Para quem cresceu assistindo Sexta-Feira Muito Louca, a mera ideia de ver Jamie Lee Curtis e Lindsay Lohan juntas novamente já é motivo de emoção. A dupla tem uma química inegável, que ultrapassa a tela, e voltou a brilhar sob a direção da talentosa Nisha Ganatra, conhecida por seu trabalho que mistura comédia e sensibilidade em filmes como The High Note.

No novo filme, Anna Coleman não é mais aquela adolescente atrapalhada que troca de corpo com a mãe. Agora, ela é uma produtora musical e mãe de Harper, uma garota que está no meio das turbulências da pré-adolescência. Já Tess, que continua sua trajetória marcante, é avó e mantém aquela personalidade forte, com um tempero de sabedoria que só a idade traz.

O filme não só revive essas personagens, mas também acrescenta novas camadas. Ver a evolução delas é um dos pontos altos, porque mostra como as relações familiares mudam e se adaptam com o tempo, sem perder o afeto que as une.

A trama que mistura gerações e conflitos reais

A história de Uma Sexta-Feira Mais Louca Ainda se passa 22 anos após os acontecimentos do primeiro filme. Anna agora tem uma filha, Harper, que está passando pelas descobertas e conflitos típicos da idade. Ao mesmo tempo, Anna está prestes a se casar com Eric, pai de Lily, uma nova personagem britânica que será a futura meia-irmã de Harper.

Esse cenário cria um terreno fértil para atritos típicos de famílias modernas e reconstituídas: as meninas não se dão bem, a mãe de uma teme ser deixada para trás, enquanto a outra deseja voltar para Londres. Essas tensões familiares são muito reais e atuais, mostrando que comédia não precisa ser rasa para funcionar — muito pelo contrário.

O ponto alto é quando, durante a despedida de solteira de Anna, um terremoto sobrenatural faz com que Tess, Anna, Harper e Lily troquem de corpos entre si. Isso reativa a velha fórmula de “se colocar no lugar do outro”, mas com um toque muito mais complexo e divertido, envolvendo duas gerações e duas adolescentes lidando com suas próprias inseguranças.

Humor com coração e toques de emoção

Ao contrário do que muitos poderiam temer, o filme não se limita a repetir as piadas do passado. O roteiro de Jordan Weiss investe em situações cômicas — claro! —, mas também fala sobre temas profundos como envelhecimento, maternidade, luto e aceitação.

Por exemplo, há cenas em que Tess, no corpo da filha, se atrapalha com redes sociais e tenta acompanhar a vida digital da geração mais nova, causando situações hilárias e muito atuais. Por outro lado, Anna, no corpo da filha Harper, precisa encarar a responsabilidade de ser mãe e produtora, além de lidar com o novo contexto familiar.

Esse equilíbrio entre humor e emoção é a grande sacada do filme. Não é só rir pelo riso — é rir com propósito, se emocionar e, de quebra, refletir sobre a importância de escutar o outro, mesmo quando as diferenças parecem intransponíveis.

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Novos rostos que brilham e dão fôlego à trama

Além da volta dos personagens originais, o filme apresenta um elenco jovem e talentoso que acrescenta frescor à narrativa.

Julia Butters, que chamou a atenção em Era Uma Vez em… Hollywood, interpreta Harper, a filha de Anna. Ela consegue transmitir o conflito típico da pré-adolescência, a mistura de sarcasmo, insegurança e sabedoria precoce, trazendo uma nova camada para o enredo.

Sophia Hammons dá vida à Lily, a garota britânica que também enfrenta seus próprios dilemas e tem uma relação difícil com Harper. Manny Jacinto, conhecido por seu carisma, interpreta Eric, o pai de Lily e futuro marido de Anna, trazendo um charme despretensioso ao papel.

Esse mix gera uma dinâmica de família moderna, que é parte do que torna o filme tão atual e relevante para o público de hoje.

Produção caprichada que valoriza os detalhes

As filmagens aconteceram entre junho e agosto de 2024, em locações que variam entre Los Angeles e outros cenários que ajudam a construir o universo do filme. A direção de arte é um capítulo à parte, com espaços que refletem as personalidades das personagens: a casa de Tess é elegante, controlada, com toques clássicos; já o lar de Anna é mais descontraído, moderno e desorganizado, cheio de vida.

O figurino acompanha essa ideia, diferenciando gerações e estilos com sutileza. É possível sentir o cuidado da produção para que cada detalhe conte algo sobre as personagens, mesmo sem precisar de diálogo.

Outro destaque é a trilha sonora, que mistura canções atuais com músicas que remetem aos anos 2000, criando uma ponte afetiva entre passado e presente. A banda fictícia Pink Slip, que apareceu no filme original, ganha uma nova versão da música “Take Me Away”, que funciona como um elo emocional entre as gerações.

O que o filme traz de novo para o gênero?

Embora a fórmula de troca de corpos seja um clássico das comédias de fantasia, o novo longa-metragem consegue se destacar porque trata a situação como uma oportunidade para explorar questões complexas, sem perder a leveza.

Ele fala sobre envelhecer, sobre como o amor familiar se transforma e precisa ser constantemente reaprendido. Também mostra que a comunicação entre gerações é cheia de ruídos e mal-entendidos — mas que o diálogo e a empatia podem ressignificar tudo.

Por isso, o filme não é só para quem é fã da franquia ou da Disney, mas para qualquer pessoa que já tenha enfrentado conflitos familiares, dúvidas sobre seu papel na vida ou simplesmente goste de rir com histórias que emocionam.

Nostalgia com respeito e frescor

Um ponto que merece ser destacado é como o filme lida com a nostalgia. Ele não cai no fan service exagerado, que muitas vezes atrapalha sequências. As referências ao original estão lá, sim — a banda Pink Slip, os personagens clássicos, algumas piadas internas — mas sempre com equilíbrio.

Isso permite que o filme seja acessível para quem nunca viu Sexta-Feira Muito Louca e também para os fãs de longa data, que vão se divertir e se emocionar sem se sentir presos a um roteiro datado.

Jamie Lee Curtis e Lindsay Lohan provam que a química entre elas é atemporal, assim como o carisma. O retorno de ambas aos seus papéis é, mais do que um resgate, uma celebração do que essas personagens representam para várias gerações.

Para quem é esse filme?

Se você é fã do gênero comédia familiar, de histórias que misturam fantasia e emoção, ou apenas procura uma produção leve e divertida para assistir com a família, o filme é uma excelente escolha.

Ele conversa tanto com o público mais velho, que vai se identificar com as nuances da relação entre mãe e filha, quanto com os mais jovens, que encontrarão personagens com as quais se reconhecem — sem falar nas situações engraçadas que só uma troca de corpos pode proporcionar.

Além disso, o filme traz uma mensagem importante: não importa a idade, sempre é possível aprender com o outro, se reconectar e crescer. É uma celebração do afeto familiar e da aceitação das diferenças.

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