
Antes mesmo de chegar oficialmente às telas, Wicked: Parte 2 já havia conquistado o público norte-americano. O filme arrecadou 30,8 milhões de dólares apenas em suas sessões de pré-estreia nos Estados Unidos. O número coloca o longa entre os dez maiores desempenhos desse tipo na história do cinema do país, um feito raro para produções do gênero musical. Mesmo antes do lançamento, a conclusão da saga já despontava como um fenômeno cultural. As informações são do Omelete.
Esse impacto imediato não surpreende quem acompanha o caminho que Wicked percorreu até aqui. A adaptação do amado musical da Broadway, estrelada por Ariana Grande e Cynthia Erivo, combina nostalgia, espetáculo visual, vozes poderosas e uma história que atravessa gerações. O que se vê agora é o resultado de uma expectativa construída ao longo de mais de uma década, sustentada por uma base de fãs apaixonada e por um investimento artístico ambicioso.
Um retorno aguardado à Terra de Oz
A jornada de “Wicked” até o cinema é quase tão cheia de curvas quanto a própria estrada de tijolos amarelos. A Universal Pictures anunciou o projeto em 2012 e, desde então, enfrentou mudanças criativas, ajustes de roteiro, indefinições no elenco e atrasos provocados pela pandemia. Somente em 2021 a produção finalmente ganhou forma definitiva.
A confirmação de Ariana Grande e Cynthia Erivo nos papéis de Glinda e Elphaba marcou um dos momentos mais celebrados dessa fase. As duas artistas carregam perfis distintos, públicos diferentes e uma força vocal reconhecida mundialmente. A repercussão imediata nas redes sociais mostrou que o público estava pronto para abraçar a nova versão da história.
Jon M. Chu, diretor conhecido por unir espetáculo visual e sensibilidade emocional, tomou a decisão de dividir o longa em duas partes. Seu objetivo era preservar as nuances da narrativa original e evitar cortes bruscos. O primeiro filme, lançado em 2024, conquistou crítica e público, criando a base perfeita para o desfecho agora entregue em Wicked: Parte 2.
Elenco afiado e atuações que dão vida ao espetáculo
Grande e Erivo retornam ainda mais conectadas às personagens. Glinda vive o auge da popularidade, mas carrega uma inquietação crescente sobre os rumos de Oz. Elphaba, por sua vez, se vê cada vez mais isolada e perseguida, lutando para manter seus princípios em um mundo que insiste em demonizá-la.
O elenco de apoio colabora para manter a força emocional e o brilho visual do filme. Jonathan Bailey aprofunda a complexidade de Fiyero, agora colocado diante de escolhas dolorosas. Michelle Yeoh entrega uma performance firme e intensa. Jeff Goldblum encarna um Mágico ao mesmo tempo sedutor e perigoso, preso entre charme e manipulação política.
Ethan Slater, Bowen Yang, Marissa Bode e Udo Kier ampliam a diversidade de tons e texturas do universo de Oz. Nesta segunda parte, Colman Domingo se junta ao elenco e adiciona uma presença dramática poderosa, elevando ainda mais as tensões da história.
Uma narrativa que mergulha no profundo
A segunda parte abandona a leveza predominante do primeiro filme e leva o público a temas mais densos. A história percorre caminhos de política, moralidade e preconceito, sempre equilibrando fantasia e crítica social. Elphaba, agora marcada como ameaça, luta para proteger os animais e aqueles que ainda acreditam em sua bondade. Glinda, em sentido oposto, vive aprisionada pela responsabilidade pública e pelo desejo de agradar um sistema que cobra perfeição.
Outros personagens atravessam seus próprios conflitos. Fiyero inicia uma busca pela verdade que desafia seu passado. O Leão Covarde e o Homem de Lata ganham contexto emocional, revelando origens que dialogam com a obra clássica de 1939. Nessa assume a liderança de Munchkinland, enquanto o Mágico intensifica seu domínio político.
Por que Wicked desperta tanta devoção
O desempenho extraordinário das pré-estreias tem explicação. O público do musical original é fiel e acompanha a obra há mais de vinte anos. Para muitos, ver essa história ganhar vida no cinema é um reencontro com memórias afetivas.
A presença de Ariana Grande e Cynthia Erivo reforça o impacto. São artistas em seus melhores momentos, com imenso alcance cultural e grande respeito entre críticos e fãs. A divisão em duas partes também teve papel fundamental. O primeiro filme terminou com perguntas importantes e deixou a expectativa pelo desfecho em alta.
A campanha da Universal Pictures foi intensa e bem alinhada ao comportamento digital do público moderno. Trailers, teasers, cenas exclusivas e bastidores foram divulgados de forma estratégica, alimentando a antecipação por meses.





