90 Minutos: nova série do Universal+ mistura futebol, drama, romance e um time de desajustados que vai te conquistar

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Nem sempre o jogo começa no apito do juiz — às vezes, ele começa com um campo prestes a virar cassino, um time quebrado e um ex-jogador problemático tentando dar jeito em tudo. Essa é a vibe de 90 Minutos, a nova série do Universal+, que estreia no dia 16 de julho com os 10 episódios liberados de uma vez só. Sim: é para maratonar sem culpa (e com muita emoção).

Criada por Joe Rendón (Tudo por Lucy) e Julio Berthely (Yo Fausto), a série é tipo aquela final de campeonato que ninguém esperava nada — mas que entrega reviravolta, gritaria e até romance nas arquibancadas.

Um time na pior. Um treinador improvável. E a cidade inteira na torcida.

Tudo gira em torno do Las Navajas, um time local que, convenhamos, está mais pra lanterna do que pra líder. Mas eles têm um motivo forte pra tentar ganhar o campeonato: o dinheiro do prêmio é a única forma de salvar o campo onde todos cresceram — ameaçado por um ricaço que quer transformar tudo num cassino cheio de luzes, roletas e zero raiz.

Aí vem o combo caótico: o técnico morre, o time sofre um roubo, o presidente da liga não ajuda em nada… e o capitão do time, num último suspiro de esperança, decide chamar El Veneno pra assumir o comando. Ex-craque, cheio de traumas, sumido há anos — e, claro, dono de um passado mal resolvido com a ex-namorada da cidade, Alma. Isso mesmo: além de tentar ganhar o campeonato, o novo técnico ainda vai ter que lidar com lembranças, saudade e umas faíscas que nunca se apagaram.

Futebol raiz, amores antigos e vilões sem escrúpulos

El Veneno é vivido por José María de Tavira, e Alma por Teresa Ruiz. Os dois mandam bem e carregam a carga emocional da história, mas o tempero tá mesmo na mistura de personagens: tem o veterano cabeça-dura (Don Gil), o ricaço malvado (Yuriel, vivido por Raúl Méndez) e um grupo de jogadores que parece ter saído direto de um time de várzea com roteiro próprio — Zindedin, Dany, Ghandi, Equis Equis… nomes tão absurdos quanto divertidos.

O resultado? Uma série que fala de futebol sem ser só sobre futebol. Fala de comunidade, amizade, escolhas, saudade e recomeços. E tudo isso com aquela trilha sonora boa, ritmo gostoso de acompanhar e clima de série que a gente assiste sorrindo — e termina com o coração quentinho.

Street Fighter em Live-Action encerra filmagens! Reboot promete unir fidelidade aos jogos e intensidade cinematográfica

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As últimas semanas foram marcantes para fãs de cultura pop, videogames e grandes produções hollywoodianas. Depois de mais de três décadas tentando encontrar o equilíbrio certo entre fidelidade ao material original e ambição cinematográfica, Street Fighter finalmente encerrou suas filmagens principais. O novo longa, produzido pela Legendary Entertainment em parceria direta com a Capcom, promete não apenas resgatar a essência da franquia, mas também reinventá-la para uma nova geração — agora com tecnologia, elenco e visão criativa que nunca estiveram disponíveis nas adaptações anteriores.

O encerramento das filmagens foi celebrado com entusiasmo pelo diretor Kitao Sakurai, que publicou uma foto dos bastidores em suas redes sociais, marcando o fim da etapa mais desafiadora do projeto. E se o entusiasmo da equipe é um indicador do que está por vir, o público pode esperar um filme que faz jus ao legado de um dos jogos de luta mais influentes de todos os tempos.

A produção, que começou em agosto de 2025 na Austrália, encerra um ciclo que passou por trocas de direção, longas negociações e expectativas altíssimas desde sua concepção, em 2023. Agora, com o longa oficialmente em fase de pós-produção, o próximo capítulo dessa história se aproxima: o lançamento, previsto nos Estados Unidos para 16 de outubro de 2026, pela Paramount Pictures.

A história por trás da nova adaptação

Em abril de 2023, quando a Legendary Entertainment adquiriu os direitos de adaptação cinematográfica de Street Fighter, a notícia tomou conta das redes sociais. A ideia de uma nova versão live-action sempre provocou curiosidade — e preocupação — entre os fãs. Afinal, as adaptações anteriores deixaram memórias conflitantes: o filme de 1994 virou cult, mas não exatamente pelas razões que seus produtores imaginavam. Já A Lenda de Chun-Li (2009) se tornou sinônimo de decepção, quase um alerta permanente de como a franquia deveria ser tratada com mais cuidado.

A Legendary, porém, parecia determinada a mudar essa narrativa. Desde o início, decidiu construir o reboot ao lado da Capcom, envolvida como co-produtora. A estratégia era clara: respeitar o DNA dos jogos. Não apenas em termos visuais, mas principalmente na essência dos personagens e na filosofia por trás do Torneio Mundial de Guerreiros.

Originalmente, o projeto seria dirigido pelos irmãos Danny e Michael Philippou, conhecidos pelo terror criativo Talk to Me. A escolha surpreendeu, mas também empolgou, principalmente pela estética crua e visceral que os diretores poderiam trazer ao universo de Street Fighter. Entretanto, em junho de 2024, ambos deixaram o projeto, priorizando o filme Bring Her Back. A saída gerou incertezas — até que, em fevereiro de 2025, uma nova peça se encaixou no tabuleiro.

Kitao Sakurai, conhecido pela direção do irreverente Bad Trip e por sua habilidade em mesclar humor, ação e narrativa visual inventiva, assumiu o comando. A escolha trouxe um frescor inesperado: Sakurai tem olhar artístico singular e habilidade para dar vida a personagens excêntricos, elementos essenciais em um universo tão estilizado quanto o de Street Fighter. E, acima de tudo, trazia consigo uma postura colaborativa que facilitou a sintonia entre direção, elenco e consultores da Capcom.

De volta a 1993, ao espírito do arcade

Uma das maiores surpresas reveladas pela Paramount foi a ambientação do longa em 1993, bem no auge da febre dos fliperamas. Ao situar a história no início dos anos 90, o filme busca capturar a estética e a energia da época que fez Street Fighter se tornar um fenômeno mundial. Não é apenas nostalgia: essa ambientação é fundamental para criar um choque dramático entre tradição, honra, rivalidade e os dilemas pessoais dos protagonistas.

Na narrativa, acompanhamos Ryu (vivido por Andrew Koji, conhecido por Warrior) e Ken Masters (interpretado por Noah Centineo, que aqui mergulha em sua versão mais madura e física). A dupla, afastada dos ringues por motivos ainda mantidos em segredo, é surpreendida pela misteriosa Chun-Li (Callina Liang), que os traz de volta ao cenário das lutas ao convocá-los para o lendário Torneio Mundial de Guerreiros.

O torneio, inicialmente apresentado como um espetáculo brutal de disputa, honra e redenção, revela-se apenas a superfície de uma conspiração muito maior. O trio descobre que forças ocultas manipulam os rumos da competição — e que o destino do mundo pode estar mais entrelaçado ao torneio do que eles imaginam. Entre intrigas, segredos enterrados e lutas explosivas, Ryu e Ken serão obrigados não apenas a enfrentar inimigos formidáveis, mas a revisitar seus próprios demônios internos.

A frase usada pelo estúdio na divulgação é clara:
“E se eles não fizerem isso… é FIM DE JOGO!”

Um mosaico de talentos, presença física e carisma

A escalação do elenco foi um dos pontos mais comentados pelos fãs desde o início de 2025. E com razão: o filme reúne uma mistura ousada de atores consagrados, estrelas de ação, humoristas, lutadores profissionais e talentos emergentes. Tudo isso para trazer à vida personagens que marcaram gerações.

Em um dos papéis centrais, Noah Centineo encara o desafio de interpretar Ken Masters, um personagem que exige equilíbrio perfeito entre arrogância charmosa, habilidade marcial e camaradagem intensa com Ryu. Centineo, que vem expandindo sua carreira para papéis mais físicos, surge aqui com seu trabalho mais exigente e transformador.

Já Andrew Koji, amplamente respeitado por sua performance corporal e precisão marcial, parece ter nascido para viver Ryu. Koji tem a rara habilidade de transmitir conflito interno mesmo em cenas silenciosas, algo essencial para o protagonista mais introspectivo da franquia.

Jason Momoa, numa jogada ousada e surpreendente, assume o papel de Blanka. A curiosidade dos fãs é enorme — principalmente sobre como o visual do personagem será tratado, considerando sua mistura entre humanidade e ferocidade selvagem. Momoa já adiantou, em entrevistas, que representa “uma versão emocionalmente complexa e inesperada” do ícone brasileiro.

Outro destaque é Roman Reigns, astro da WWE, escalado como o temido Akuma. Sua presença física promete dar vida a um dos vilões mais imponentes da franquia, com um toque mais sombrio, fiel à lore dos jogos.

A chegada de Callina Liang como Chun-Li também foi celebrada. A personagem sempre exigiu um equilíbrio delicado entre força, elegância e determinação — e Liang parece ter abraçado esse espírito com profundidade emocional e desempenho atlético impressionante.

A lista continua com nomes de peso como Curtis “50 Cent” Jackson, interpretando o boxeador brutal Balrog, e David Dastmalchian, ator de versatilidade incomparável, no papel do icônico vilão M. Bison. Dastmalchian, acostumado a personagens sombrios e perturbadores, promete entregar uma versão mais calculada e assustadora do ditador psíquico.

Além deles, Cody Rhodes surge como Guile, trazendo sua experiência no ringue para um dos personagens mais patrióticos dos videogames. O lutador e ator indiano Vidyut Jammwal, especialista em artes marciais, encarna Dhalsim, enquanto Eric André dá vida ao exótico Dom Sauvage, em uma escolha que deve adicionar humor e imprevisibilidade ao elenco.

A produção ainda conta com Orville Peck como o misterioso Vega, Olivier Richters como o gigante Zangief, Hirooki Goto como E. Honda, Mel Jarnson como Cammy, Rayna Vallandingham como Juli, Alexander Volkanovski como Joe e Kyle Mooney como Marvin — reforçando a diversidade estilística e estética necessária para representar o universo plural de Street Fighter.

Desafios, trocas e um renascimento criativo

Produzir um reboot de um dos maiores fenômenos dos videogames não é tarefa simples. Mas o caminho até aqui revela uma produção determinada a acertar onde as adaptações anteriores falharam.

A parceria entre a Legendary e a Capcom foi essencial. Criadores originais da saga, roteiristas, consultores de combate e artistas visuais trabalharam lado a lado com o diretor Kitao Sakurai e o roteirista Dalan Musson. Os campos de treinamento dos atores envolveram diferentes disciplinas: muay thai, karatê, boxe, capoeira, grappling e movimentos inspirados nas animações clássicas do jogo. A preparação física foi tão intensa que alguns atores até compartilharam hematomas e rotinas exaustivas nas redes sociais.

Sakurai também enfrentou o desafio de traduzir os elementos exagerados e fantásticos do jogo para um formato live-action sem perder credibilidade. A equipe utilizou captura de movimento, efeitos práticos e CGI de última geração para criar movimentos icônicos como o Hadouken, o Sonic Boom e o Psycho Crusher. Mas a prioridade sempre foi a fisicalidade dos atores, evitando depender exclusivamente da pós-produção.

As filmagens na Austrália trouxeram cenários naturais grandiosos, ao mesmo tempo em que estúdios locais foram transformados em arenas de combate, templos místicos e laboratórios secretos. A produção ainda utilizou locações urbanas para criar uma estética suja e caótica, remetendo às fases clássicas dos jogos.

As expectativas dos fãs e o espírito do arcade

É impossível ignorar a enorme responsabilidade emocional que o filme carrega. Street Fighter não é apenas um jogo — é uma parte da história de milhares de pessoas. Crescer nos fliperamas dos anos 90 envolvia duelos improvisados, desafios entre desconhecidos, movimentos secretos descobertos entre amigos e rivalidades eternas criadas com controle em mãos.

O filme, ao se ambientar em 1993, não quer apenas contar uma história de luta. Quer reacender o espírito competitivo, a estética neon, o suor das batalhas improvisadas e o calor de uma época em que vencer uma partida significava deixar seu nome com três iniciais brilhando em uma máquina arcade.

E essa conexão emocional pode ser a chave para o sucesso.

O longa-metragem chega aos cinemas norte-americanos em 16 de outubro de 2026. Até lá, resta aos fãs preparar seus controles, revisitar golpes clássicos e torcer para que, dessa vez, o cinema faça justiça ao legado do Hadouken.

Zoey Deutch e Jonah Hauer-King estrelam o novo trailer de Entre Nós – Uma Dose Extra de Amor

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Se você adora comédias românticas cheias de diversão, romance e surpresas inesperadas, vai querer prestar atenção nisso. O novo trailer de Entre Nós – Uma Dose Extra de Amor acabou de sair, e já dá para sentir que o filme vai arrancar risadas, emocionar e fazer o público se enxergar nas aventuras dos protagonistas. O filme chega em todos os cinemas brasileiros no dia 11 de dezembro. Confira o vídeo abaixo:

A história gira em torno de Connor, interpretado por Jonah Hauer-King (conhecido por A Pequena Sereia e My Policeman), um jovem carismático, mas um pouco perdido quando o assunto é amor. Ele vive uma relação sem rótulos com Olivia, papel de Zoey Deutch (Set It Up e Everything, Everywhere, All at Once), sua paixão de longa data, mas que não se define. Tudo parecia tranquilo, até que seu amigo Greg, vivido por Jaboukie Young-White (Booksmart e Saturday Night Live), surge com uma ideia maluca: provocar ciúmes em Olivia envolvendo uma desconhecida chamada Jenny, interpretada por Ruby Cruz (Do Revenge e The Summer I Turned Pretty), durante uma noite em um bar. O que parecia uma brincadeira inocente rapidamente se transforma em uma noite que ninguém vai esquecer.

No trailer, vemos Olivia percebendo a aproximação entre Connor e Jenny e, em vez de sair de cena, ela entra na história com toda sua personalidade, provocando uma dinâmica inesperada entre os três. O que começa como uma aventura de uma noite acaba ganhando contornos muito mais sérios e surpreendentes: ambas acabam grávidas. De repente, Connor, Olivia e Jenny precisam lidar com escolhas que nunca imaginaram enfrentar, e suas vidas dão uma guinada completa.

O filme não é apenas sobre situações absurdas e cômicas. Ele explora a intimidade dos personagens e mostra que mesmo em momentos de confusão e humor, há espaço para sentimentos genuínos. Connor e Olivia tentam construir um relacionamento enquanto Jenny permanece presente, e cada um precisa descobrir como lidar com emoções complexas e responsabilidades inesperadas. Entre mal-entendidos, momentos de ternura e diálogos cheios de humor, a história se aproxima da realidade de muitas pessoas, mostrando que a vida raramente segue um roteiro previsível.

Chad Hartigan, diretor do longa (This Is Where I Leave You e Morris from America), consegue equilibrar muito bem as cenas engraçadas com momentos mais sensíveis. O roteiro de Ethan Ogilby (Big Mouth e The Catcher Was a Spy) contribui para que a narrativa flua de forma natural, cheia de diálogos afiados, situações inesperadas e emoção na medida certa. O resultado é um filme que diverte sem perder a autenticidade e faz o público torcer pelos personagens em cada decisão que eles precisam tomar.

O elenco ajuda a tornar tudo ainda mais cativante. Jonah Hauer-King entrega um Connor vulnerável e divertido, Zoey Deutch brilha como uma Olivia determinada, engraçada e apaixonante, e Ruby Cruz dá vida a Jenny com energia e leveza, tornando o triângulo amoroso interessante e crível. A química entre eles é um dos pontos altos do longa, fazendo com que cada cena carregue emoção e humor na medida certa.

Resumo da novela A.Mar de hoje (10) – Estrella enfrenta sabotagem e inimigos tramam contra seu sucesso

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No capítulo da novela A.Mar que vai ao ar hoje, 10 de outubro, Estrella comunica aos empregados de seu pai que pretende se tornar capitã, mas enfrenta rejeição imediata: eles se recusam a aceitar que uma mulher lidere o trabalho. Enquanto isso, Gertrudis manipula Yazmín, fazendo-a acreditar que Fabián recuperou a custódia legal dela, e pede que seja a única a se opor ao pai.

Mais tarde, Estrella se prepara para ir pescar, mas ao tentar mover o barco, cai, dando espaço para Tiburón zombar dela e questionar sua capacidade de trabalhar. No meio dos conflitos, Estrella percebe que Érika está intervindo em seus problemas com Fabián e a adverte para se manter afastada. Em silêncio, Érika promete que não descansará até ver Estrella fora da cidade, reforçando o clima de tensão e rivalidade que cerca a protagonista.

O que vai rolar nos próximos capítulos de A.Mar?

O clima na pesca esquenta quando Fabián culpa Estrella por cortar suas redes e decide levar toda a sua pesca. Determinada, Estrella o impede e, furiosa, pega uma das caixas de peixe e a esvazia em cima dele, mostrando que não se deixará intimidar. Ao descobrir que foi Tiburón quem realmente cortou as redes, ela alerta Fabián de que ele acabou caindo em sua própria armadilha, comparando o traidor a um “tubarão” que mordeu a própria cauda.

Enquanto isso, Perla se desfaz em lágrimas ao se lembrar das maldades de Tiburón e dos momentos em que sofreu por sua culpa. Fabián demonstra preocupação ao perceber que Estrella e sua família ficarão responsáveis por toda a pesca, mas ela o repreende, lembrando que ele deveria se preocupar com seus próprios empregados, já que colocou um traidor em sua tripulação.

No meio de tanta tensão, Yazmín pede a Fabián que agradeça a Érika por convencê-la a morar com ele. Ela confessa estar profundamente apaixonada, mas teme que Fabián acabe destruindo sua vida como fez com a dela e com a mãe. Furioso, Fabián reclama com Érika por se intrometer nos assuntos da filha e garante que não a perdoará por atrapalhar seus planos.

Perla, por sua vez, repreende Brisa por não ter ajudado na pescaria, enquanto Estrella tenta acalmar as irmãs e pede que cada uma faça a sua parte. Com coragem renovada, Perla enfrenta Fabián e reafirma que Tiburón foi o verdadeiro responsável pelo corte das redes, deixando claro que a injustiça não passará em branco.

Cinema na Madrugada deste sábado (19/07) exibe Poucas e Boas: Um retrato agridoce de genialidade, ego e amor perdido

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Na madrugada deste sábado, 19 de julho, para domingo, 20, o “Cinema na Madrugada“, da Band, brinda os notívagos e os apaixonados pela sétima arte com um daqueles filmes que soam como um solo de jazz: imprevisível, melancólico e profundamente envolvente. “Poucas e Boas” (Sweet and Lowdown), dirigido por Woody Allen e estrelado por Sean Penn, é mais do que uma homenagem à música — é uma delicada reflexão sobre o amor, o ego e as pequenas tragédias que tornam a vida extraordinariamente humana. Com uma narrativa que mistura ficção e elementos documentais, o longa narra a trajetória fictícia de Emmet Ray, um guitarrista brilhante da era do jazz nos anos 1930, cuja genialidade caminha lado a lado com a autodestruição.

Com sua mistura característica de ironia, humor seco e melancolia existencial, Allen constrói um personagem que, à primeira vista, parece caricato, mas que ganha densidade ao revelar suas contradições internas. Ray é ao mesmo tempo brilhante nos palcos e desastroso fora deles. Sua música é fluida, delicada e profunda. Mas sua vida pessoal é marcada por decisões impensadas, vaidade cega e uma incapacidade quase trágica de se conectar genuinamente com os outros.

Um jazzman autodestrutivo

No universo do jazz, Emmet Ray é tido como o segundo melhor guitarrista do mundo – perdendo apenas para o lendário Django Reinhardt, cuja mera menção ou aparição o faz desmaiar. Emmet é apresentado como um homem desleixado, egocêntrico e mulherengo, que se sustenta inicialmente como cafetão, gastando o que ganha em carros vistosos, roupas chamativas e em um hobby bizarro: atirar em ratos em depósitos de lixo.

Mas o que poderia ser apenas uma caricatura do anti-herói se transforma em uma figura tocante e patética quando ele conhece Hattie, interpretada de forma sublime por Samantha Morton. Muda e de origem humilde, Hattie representa o amor puro e silencioso. Em contraste com o mundo barulhento e caótico de Emmet, ela é calma, acolhedora e sincera. Sua presença é um contraponto à vida frenética do músico, e sua afeição por ele é o tipo de amor que não exige palavras, apenas escuta – algo que, ironicamente, o próprio Emmet nunca soube fazer.

A trilha sonora da decadência

Com um trabalho primoroso de trilha sonora e direção de arte, “Poucas e Boas” nos transporta para o coração da era do jazz com delicadeza e precisão. Os figurinos extravagantes, os salões esfumaçados, os clubes noturnos pulsando ao som de guitarras e contrabaixos – tudo colabora para construir a atmosfera quase nostálgica do filme. Mas é na performance de Sean Penn que o longa encontra seu eixo.

Indicado ao Oscar pelo papel, Penn compõe um Emmet Ray contraditório: vaidoso, mas inseguro; genial, mas infantil. Sua relação com Hattie é marcada por autossabotagem. Embora a ame à sua maneira, Emmet acredita que o casamento arruinaria sua carreira. Ele quer ser livre, mas não sabe lidar com a solidão. Recusa a felicidade estável ao lado de Hattie por um ideal de grandeza artística – uma escolha que se revela profundamente errada quando ele tenta encontrar essa estabilidade em outro lugar.

A queda e a melodia da saudade

Emmet acaba se casando com Blanche Williams, interpretada com charme e veneno por Uma Thurman. Blanche é uma socialite ambiciosa, fascinada por artistas marginalizados, e vê em Ray mais um personagem excêntrico a ser explorado para seus escritos. O relacionamento é frio, distante e, para Ray, um eco vazio da conexão verdadeira que teve com Hattie.

Quando Blanche o trai e Emmet percebe que foi apenas um objeto literário em sua vida, decide procurar Hattie – mas o tempo já passou. Ela seguiu sua vida, casou-se e formou uma família. A música que um dia os uniu agora ecoa apenas na memória de Ray. Em uma das cenas mais comoventes do filme, o músico, tomado pela melancolia e pelo arrependimento, toca uma canção que Hattie adorava e, ao final, quebra seu violão, como quem reconhece que seu talento já não serve de consolo para sua alma despedaçada.

Uma fábula com fundo real

Embora Emmet Ray seja uma figura fictícia, Allen utiliza o formato de falso documentário – com depoimentos de músicos, historiadores e críticos fictícios – para dar verossimilhança à história. Esse recurso não apenas homenageia os músicos esquecidos da era do jazz como também lança luz sobre a linha tênue entre o gênio e o fracasso. Emmet Ray é um personagem inventado, mas poderia ser real: há milhares de artistas geniais que passaram pela história sem reconhecimento, enterrados por seus próprios demônios internos.

O longa também serve como uma meditação sobre o preço da arte. Allen parece perguntar: até que ponto o talento justifica os erros pessoais? É possível separar o artista de sua obra? E o mais pungente: quantas canções inesquecíveis foram escritas por corações partidos demais para viver o que compuseram?

Woody Allen, jazz e decadência

Com “Poucas e Boas”, Woody Allen reafirma sua obsessão com a música, o jazz e os personagens masculinos que não sabem lidar com os sentimentos. O diretor, que já havia flertado com o formato musical em obras anteriores, encontra aqui uma forma madura e sutil de explorar temas recorrentes em sua carreira: o narcisismo, o amor perdido, a autoimagem e o medo do fracasso.

O roteiro é econômico, mas afiado. A câmera não julga Emmet Ray – apenas o observa, com uma curiosidade quase clínica, mas não sem empatia. Sean Penn, por sua vez, entrega uma atuação contida, marcada por silêncios significativos e expressões de frustração impotente. Samantha Morton, mesmo sem dizer uma única palavra no filme, rouba a cena com sua presença serena e olhar eloquente.

Um filme sobre perdas inevitáveis

“Poucas e Boas” não é um filme grandioso, nem tenta ser. É uma história pequena, sobre pessoas falhas tentando encontrar alguma beleza no caos que criam ao redor. É, acima de tudo, um lembrete de que nem sempre o talento salva. Que o amor, mesmo quando genuíno, pode ser perdido por orgulho. Que arrependimentos são melodias que tocam para sempre dentro de nós, e que às vezes é tarde demais para consertar o que foi quebrado.

Sombras no Deserto traz Nicolas Cage em uma visão ousada e sombria sobre a juventude de Jesus

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Estreia em 13 de novembro nos cinemas brasileiros o longa-metragem “Sombras no Deserto”, uma das produções mais ousadas e debatidas do ano. Distribuído pela Imagem Filmes, o título marca uma nova fase na carreira de Nicolas Cage, que assume um papel intenso e carregado de simbolismo ao lado de FKA Twigs e Noah Jupe. A direção é de Lotfy Nathan, cineasta que imprime ao projeto uma visão autoral e inquietante sobre fé, destino e a natureza do poder.

Ambientado no Egito Antigo, o filme apresenta uma leitura radicalmente inédita sobre um tema raramente explorado: a adolescência de Jesus Cristo. A trama é inspirada no Evangelho apócrifo de Pseudo-Tomé, um texto que descreve os chamados “anos perdidos” da vida do messias, ausentes nos evangelhos oficiais. Nessa versão, o jovem Jesus manifesta dons sobrenaturais que ainda não compreende, tornando-se um ser dividido entre o sagrado e o humano, entre o milagre e o medo.

Para Lotfy Nathan, o projeto nunca teve como propósito provocar a fé, mas sim investigar o mistério da formação de um mito. “Eu não pretendia fazer um filme religioso”, afirma o diretor. “Mas conforme mergulhei nessa história, percebi que ela fala sobre o que é ser parte de uma família — sobre amor, temor e sobrecarregar alguém com expectativas impossíveis.” Essa perspectiva íntima e emocional transforma o longa em um drama sobrenatural de forte impacto psicológico, em que a tensão cresce à medida que o poder do garoto ameaça desestabilizar todos ao seu redor.

No papel do pai, chamado apenas de O Carpinteiro, Nicolas Cage entrega uma das atuações mais vigorosas de sua carreira recente. Seu personagem é um homem simples que vê sua fé e sua sanidade abaladas diante do inexplicável. Ao seu lado, FKA Twigs vive a mãe do menino, uma mulher que tenta proteger o filho e preservar a unidade da família mesmo quando a presença dele passa a ser vista como uma maldição. O jovem Noah Jupe completa o trio principal com uma performance densa e misteriosa, capturando a inocência e a perturbação de um ser que carrega o divino sem compreender o que isso significa.

A direção de Nathan aposta em uma estética austera e hipnótica. As paisagens áridas, o silêncio opressivo e a fotografia em tons terrosos evocam um clima de solidão e reverência, enquanto a câmera acompanha de perto os gestos e olhares dos personagens, ampliando o desconforto e a sensação de isolamento. Essa atmosfera reforça a dualidade do filme: o deserto físico reflete o deserto interior de seus protagonistas — um lugar onde fé e medo coexistem.

O resultado é uma obra que desafia classificações fáceis. Nem uma cinebiografia religiosa, nem um terror convencional, “Sombras no Deserto” é uma meditação cinematográfica sobre a origem da fé e o preço da diferença. Cada cena parece construída para provocar desconforto e reflexão, conduzindo o espectador a um terreno onde o sagrado se confunde com o humano e onde a inocência pode se transformar em poder destrutivo.

Em festivais internacionais, o longa já vem sendo descrito como “uma experiência espiritual perturbadora”, elogiado pela coragem estética e pela profundidade de suas interpretações. Críticos destacam a performance contida e magnética de Nicolas Cage, a entrega emocional de FKA Twigs e a sensibilidade de Nathan ao tratar temas teológicos sob um olhar humano e contemporâneo.

Ivana Chubbuck traz ao Brasil nova edição de O Poder do Ator, livro que moldou astros como Brad Pitt e Beyoncé

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Halle Berry com um Oscar nas mãos. Brad Pitt na melhor fase da carreira. Charlize Theron se transformando (literalmente) para viver papéis inesquecíveis. O que todos eles — e muitos outros — têm em comum? Uma mulher por trás das câmeras: Ivana Chubbuck.

Com mais de duas décadas lapidando os maiores talentos de Hollywood, a preparadora de elenco desembarca no Brasil com uma novidade que vai interessar atores, fãs de cinema e até profissionais de fora das artes. Trata-se da nova edição revista e ampliada do seu best-seller “O Poder do Ator”, lançado pela Editora Civilização Brasileira — agora com ainda mais ensinamentos, histórias reais e um mergulho intenso nas emoções humanas.

E nós tivemos acesso antecipado à obra. O que descobrimos? Que atuar, na visão de Chubbuck, não tem nada a ver com fingir. Tem a ver com acessar a verdade — mesmo que isso signifique encarar seus maiores medos, dores e fragilidades.

A técnica que virou culto em Hollywood — e não só lá

Criada a partir de sua própria trajetória de vida e estudo, a Técnica Chubbuck se tornou uma febre entre os atores que buscavam mais do que performance: queriam presença. Não à toa, o método é usado por estrelas como Jake Gyllenhaal, Jim Carrey, Sylvester Stallone e até Beyoncé, que recorreu à abordagem emocional da autora para se preparar para papéis desafiadores em sua carreira como atriz.

Mas o impacto do livro extrapolou o set de filmagem. De forma surpreendente, a Técnica Chubbuck passou a ser utilizada também no mundo corporativo: executivos da lista da Fortune 500 têm aplicado os 12 passos desenvolvidos por Ivana para aprimorar habilidades como liderança, tomada de decisão e inteligência emocional.

Mais do que um manual de atuação

Em “O Poder do Ator”, Chubbuck apresenta uma proposta ousada: transformar vulnerabilidade em potência. O livro orienta o leitor a mergulhar em si mesmo, encarar cicatrizes, entender gatilhos e usar tudo isso para criar — ou viver — com mais verdade. A atuação, nesse sentido, vira ferramenta de cura, transformação e conquista.

Com forte embasamento psicológico, o método convida o artista a deixar de representar para, de fato, existir em cena. Ivana evoca nomes como Stanislavski, Meisner e Uta Hagen, mas leva a atuação para um território mais íntimo, quase terapêutico — algo raro em obras do tipo.

Um presente para atores, criadores e curiosos

A nova edição brasileira, agora com conteúdo ampliado, chega em um momento oportuno: nunca se falou tanto em autenticidade, conexão emocional e saúde mental. Para artistas em formação ou profissionais em busca de reinvenção, Chubbuck entrega mais do que conselhos técnicos. Ela oferece um caminho. E cobra entrega.

Malwee lança coleção especial em parceria inédita com a Paramount para celebrar os 25 anos de Bob Esponja

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Não é todo dia que um personagem animado completa 25 anos sendo tão amado por tantas gerações. E não é todo dia que ele sai da televisão direto para o guarda-roupa com tanto charme e significado. Para celebrar o aniversário de Bob Esponja Calça-Quadrada, a Malwee e a Malwee Kids se uniram à Paramount para lançar uma coleção cápsula inédita que chega ao e-commerce no dia 15 de julho — e promete aquecer corações com memórias, humor e estilo.

Mais do que uma homenagem, a coleção é uma carta de amor a quem cresceu (e ainda cresce) com o otimismo contagiante do personagem mais excêntrico da Fenda do Biquíni. São apenas seis peças — três adultas e três infantis — que materializam, em tecidos confortáveis e estampas vibrantes, o espírito leve e irreverente que tornou Bob Esponja um ícone cultural.

Um personagem, muitas gerações

Desde que surgiu nas telinhas no final dos anos 1990, o personagem animado não parou de conquistar públicos diversos. O que era desenho de criança virou referência pop, inspirou artistas, virou meme, trilha sonora de vídeos virais e, agora, inspira também moda com alma.

“Bob Esponja tem esse poder raro de conectar gerações. É um personagem que conversa com crianças e adultos com a mesma autenticidade”, diz Greg Reis, Diretor de Marketing do Grupo Malwee. “Para nós, essa coleção é sobre celebrar não só os 25 anos do personagem, mas também as histórias que ele ajudou a criar dentro das famílias. É roupa que abraça memórias.”

Da infância ao streetwear: moda com propósito

A coleção foi pensada para ser simples, versátil e carregada de significado. Para os pequenos, chegam uma camiseta feminina, uma camiseta de manga longa com capuz e um moletom unissex — todas com estampas coloridas e traços inspirados na linguagem visual do desenho. Para os adultos, duas camisetas e um moletom que equilibram nostalgia e estilo urbano, criando looks descomplicados, mas cheios de identidade.

Mais do que ilustrar personagens, cada peça da coleção reflete o jeito otimista e espontâneo de Bob Esponja ver o mundo — sempre com bom humor, amizade e entusiasmo até nas situações mais improváveis.

A curadoria visual bebe diretamente da estética da animação, mas com um toque contemporâneo pensado especialmente para a Geração Z, que cresceu com o personagem, e para os novos fãs que estão chegando agora.

A coleção também é um exemplo de como a moda pode ser uma extensão das histórias que carregamos. E não importa a idade — vestir Bob Esponja, nesse contexto, é como declarar que ainda há espaço para leveza no cotidiano. É um jeito de dizer: “eu me levo a sério, mas não demais”.

Com valores entre R$ 59,90 e R$ 219,90, a cápsula aposta em materiais de qualidade, caimento confortável e um mix de peças pensadas para o dia a dia. A proposta é simples: vestir algo que faça sorrir.

Tela de Sucessos desta sexta (11) traz ação e humor com Jackie Chan em Fora do Rumo

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Foto: Reprodução/ Internet

Se a sua sexta-feira pede um filme que mistura muita ação, adrenalina e humor na medida certa, já pode preparar a pipoca! Nesta sexta, 11 de julho de 2025, a Tela de Sucessos do SBT traz Fora do Rumo, um longa que une o melhor de dois mundos: o estilo marcante do mestre das artes marciais Jackie Chan e as trapalhadas irreverentes do ator e comediante Johnny Knoxville.

Leia a sinopse do filme

No filme, Jackie Chan vive Bennie Black, um detetive durão de Hong Kong que está numa missão pessoal. Depois da morte do parceiro, ele faz de tudo para encontrar o responsável. A situação fica ainda mais tensa quando a jovem que ele criou, filha de um amigo próximo, é sequestrada por criminosos. Para salvar essa garota e colocar um fim na ameaça que ronda sua vida e sua carreira, Bennie precisa formar uma dupla nada convencional com Connor Watts — interpretado por Johnny Knoxville, o famoso do reality Jackass. Connor é um apostador norte-americano atrapalhado e nada confiável, o tipo de parceiro que coloca ainda mais fogo no parquinho.

Direção e elenco

Dirigido por Renny Harlin, conhecido por filmes de ação como Duro de Matar 2, o longa traz cenas eletrizantes de luta, perseguições de tirar o fôlego e uma boa dose de humor que quebra a tensão, garantindo um ritmo leve e divertido do começo ao fim.

Além dos protagonistas, o elenco conta com a presença de Fan Bingbing, que interpreta Samantha, uma personagem fundamental na trama; Eric Tsang no papel de Yung, e Eve Torres como Dasha. A história ainda é enriquecida com atuações de Winston Chao, Yeon Jung-hoon, Michael Wong e outros nomes que completam essa aventura cheia de perigos, emoção e algumas surpresas.

Para quem gosta de ação misturada com comédia, Fora do Rumo é um prato cheio. A dinâmica entre o durão Jackie e o atrapalhado Johnny cria momentos hilários e inesperados, enquanto o enredo entrega aquela boa dose de adrenalina típica dos filmes de perseguição e investigação.

Onde posso assistir?

E se você não quiser esperar a exibição na TV, pode assistir Fora do Rumo quando quiser nas plataformas de streaming Amazon Prime Video e Max — basta ser assinante para entrar nessa jornada cheia de reviravoltas e tiroteios.

“Max Oliver: O Protetor da Galáxia” apresenta um herói adolescente em meio a multiversos, desigualdade social e os dilemas da juventude

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Foto: Reprodução/ Internet

Entre universos paralelos, guerras cósmicas e um adolescente em formação, a literatura nacional ganha um novo representante da ficção científica voltada ao público jovem: Max Oliver: o Protetor da Galáxia. Escrito por Jonatas Aragão, o livro narra a jornada de um adolescente humilde que se vê, de forma inesperada, no centro de uma batalha interdimensional com consequências catastróficas. Mas, mais do que uma aventura espacial, a obra se propõe a discutir identidade, amadurecimento, desigualdade social e a busca por pertencimento em um mundo onde tudo parece estar fora do controle.

Inspirado em clássicos dos anos 1990 e 2000, como X-Men: Evolution, Ben 10, Batman do Futuro e Dragon Ball, o romance não esconde suas raízes nostálgicas, mas também não se limita a elas. Ao contrário: mistura ação, tecnologia, inteligência artificial e drama humano numa história que dialoga com questões contemporâneas — especialmente com o público jovem brasileiro.

A origem de um herói improvável

O protagonista, Max Oliver, é um adolescente comum. Vive em uma realidade marcada pela desigualdade social e pela invisibilidade, mas carrega dentro de si um sentimento que muitos jovens compartilham: o desejo de fazer a diferença. Essa aspiração ganha uma nova dimensão após o encontro com criaturas alienígenas e sua fusão com Megatriz, uma entidade de inteligência artificial com poderes metamórficos.

A partir desse momento, Max adquire habilidades sobre-humanas, como força, resistência e regeneração, e é convocado a impedir os planos de Táramos, um ditador intergaláctico disposto a conquistar todos os planetas e destruir a estrutura do multiverso para alcançar a Matrix da Criação — um artefato de energia vital capaz de reescrever as leis da existência.

O cenário é ambicioso, mas o foco está na jornada íntima do personagem. O autor utiliza a ficção científica como um recurso narrativo para tratar de questões muito humanas: responsabilidade, medo, sacrifício, empatia e transformação.

Uma narrativa de camadas e conexões emocionais

A história é dividida em momentos de ação e introspecção. Em trechos como o da página 58 — onde Max tenta controlar seu corpo possuído por Megatriz, enquanto o caos se espalha ao seu redor — é possível identificar o conflito simbólico entre razão e emoção, juventude e responsabilidade. É a representação literal de um corpo adolescente tentando se adaptar às mudanças repentinas, muitas vezes fora de seu controle.

O trecho evidencia a complexidade emocional da narrativa:

“Faltava pouco para o Titã de Pedra iniciar um terremoto capaz de destruir tudo ao seu redor, e Max pressionou Megatriz para ajudá-lo, sem se importar com o que poderia acontecer, pois estava determinado a proteger Sarah.”

Relações humanas em meio ao caos

Um dos pontos centrais da obra está nos vínculos afetivos que Max constrói ao longo da trama. Sarah Medellín Blake, por exemplo, é filha de uma das famílias mais ricas do mundo, e se conecta a Max por laços que desafiam não só as diferenças sociais, mas também os paradigmas de poder, afeto e pertencimento.

A personagem representa um contraponto importante: vinda de um universo privilegiado, ela se recusa a se acomodar. É através dela que o livro propõe discussões sobre empatia, privilégio e a construção de pontes entre realidades distintas.

Já Jonathan Christopher Blake, pai de Sarah, é um cientista brilhante marcado por erros do passado. Ele funciona como uma espécie de mentor às avessas, cuja história mostra os perigos da ciência usada sem ética e as consequências emocionais de escolhas mal calculadas. Sua presença adiciona um tom mais maduro à narrativa, sugerindo que o peso das decisões acompanha os personagens, independentemente da idade.

O multiverso como metáfora da juventude

A aposta de Aragão no conceito de multiverso não é apenas uma escolha estética ou de tendência do gênero. O multiverso, aqui, serve também como metáfora para os inúmeros caminhos que se apresentam na adolescência. Cada decisão de Max, cada dilema enfrentado, tem potencial de abrir novas realidades — assim como acontece na vida de qualquer jovem tentando encontrar seu lugar no mundo.

O recurso narrativo de viagens no tempo, realidades alternativas e colapsos dimensionais é bem utilizado para sustentar a ideia de que crescer é, muitas vezes, navegar por um caos que não se entende completamente — mas que precisa ser enfrentado com coragem.

Um retrato crítico da realidade através da ficção

Apesar de seu enredo fantástico, Max Oliver: o Protetor da Galáxia traz uma crítica contundente às desigualdades sociais. A ambientação de origem do personagem principal — em contraste com os cenários luxuosos de Sarah — explicita as barreiras sociais que ainda definem relações, oportunidades e afetos.

Aragão não faz disso uma simples oposição binária entre “rico e pobre”. Em vez disso, constrói um mosaico de experiências que mostram como a desigualdade atravessa emoções, vínculos e escolhas. A ficção científica, nesse contexto, torna-se uma ferramenta poderosa de crítica e reflexão.

Entre o épico e o emocional: para quem é esse livro?

O romance de Jonatas Aragão dialoga com diferentes públicos. Jovens leitores encontrarão uma história envolvente, acessível e cheia de reviravoltas. Já os adultos que cresceram imersos no universo geek poderão revisitar elementos nostálgicos com uma nova perspectiva — mais crítica, emocional e política.

Ao unir ação e sensibilidade, Aragão faz de Max Oliver uma obra híbrida: ao mesmo tempo escapista e profundamente conectada à realidade. A presença de personagens adolescentes com dilemas existenciais, relações construídas com base no afeto, e vilões que simbolizam sistemas de opressão transforma o livro em uma ferramenta de reflexão, mesmo para além de seu público-alvo.

Um passo para a valorização da ficção científica nacional

A publicação de Max Oliver: o Protetor da Galáxia também representa um movimento importante dentro da literatura nacional. A ficção científica, por muito tempo marginalizada ou considerada de nicho, tem ganhado espaço com autores brasileiros que se apropriam do gênero para contar histórias enraizadas em nossa realidade.

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