Jogos Vorazes – Amanhecer na Colheita ganha primeiro trailer e inicia a contagem regressiva de um ano para revisitar o brutal Massacre Quaternário

0

A contagem regressiva para o próximo grande capítulo de Jogos Vorazes ganhou um novo ritmo nesta quinta-feira, 20 de novembro. A Lionsgate surpreendeu os fãs ao divulgar o primeiro trailer oficial e o pôster de Amanhecer na Colheita, produção que adapta o romance homônimo de Suzanne Collins e aprofunda a mitologia em torno do Massacre Quaternário — os 50º Jogos Vorazes, responsáveis por moldar o destino de Haymitch Abernathy, mentor de Katniss Everdeen e uma das figuras mais complexas e marcantes de Panem.

O lançamento marca oficialmente a contagem regressiva para a estreia do longa, marcada para 20 de novembro de 2026, e devolve aos fãs a sensação familiar de retornar a uma distopia que, mesmo mais de uma década após o fim da trilogia original nos cinemas, segue ecoando discussões sobre poder, trauma e resistência. Mas, desta vez, não se trata apenas de revisitar a história: é sobre aprofundá-la.

Amanhecer na Colheita oferece algo que os leitores dos livros e espectadores sempre imaginaram, mas nunca puderam ver plenamente — a construção e destruição do jovem Haymitch, o herói improvável que sobreviveu à edição mais brutal dos Jogos e, anos depois, se tornaria o mentor relutante, alcoólatra e emocionalmente devastado que todos conhecem. Abaixo, confira o primeiro trailer oficial:

Um retorno necessário a Panem e a um personagem que sempre teve mais a dizer

Quando Suzanne Collins anunciou em 2024 que estava escrevendo um novo romance ambientado em Panem, a notícia tomou as redes sociais como um vendaval. A revelação de que o livro mergulharia na trajetória de Haymitch Abernathy trouxe imediatamente um novo fôlego à franquia. Afinal, o personagem sempre foi uma ferida aberta — um homem quebrado, sarcástico, inteligente e permanentemente violento consigo mesmo, que carregava nos ombros algo maior do que qualquer outro vencedor.

Nos livros originais, seu passado era citado apenas em momentos pontuais, quase como cicatrizes que se deixavam entrever. Sabíamos que Haymitch vencera o Massacre Quaternário, que sua arena fora particularmente cruel e que seu prêmio por desafiar a Capital havia sido… perder tudo. Mas ver isso ganhar forma, cor, cheiro e peso dramático é outra história — e é exatamente esse mergulho que o filme promete.

Ao anunciar a adaptação cinematográfica ainda em 2024, a Lionsgate não apenas confirmou a ambição do projeto como também trouxe de volta Francis Lawrence, diretor de Em Chamas, A Esperança – Parte 1, A Esperança – Parte 2 e A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes. Com ele, retorna também o roteirista Billy Ray, responsável por alguns dos trechos mais politicamente contundentes da franquia. A dupla promete repetir a fórmula que equilibra grandes cenas de ação com uma narrativa humana, dolorosa e crítica.

Um dos elencos mais impressionantes da saga

No centro da história, Joseph Zada enfrenta a difícil tarefa de reinterpretar Haymitch Abernathy de forma inédita, mas coerente com a sombra deixada por Woody Harrelson. Desde as primeiras imagens divulgadas no trailer, fica claro que Zada — visto anteriormente em (inserir produções anteriores aqui, caso queira definir ou criar fictícias) — estudou profundamente o personagem: o olhar inquieto, os momentos de silêncio e a tensão corporal antecipam uma performance carregada de nuances.

Ao lado dele, a presença de Whitney Peak (“Hocus Pocus 2”, “Gossip Girl”) e Mckenna Grace (“A Maldição da Residência Hill”, “Capitã Marvel”, “Ghostbusters: Mais Além”) acrescenta força juvenil e sensibilidade emocional, características essenciais para os tributos que dividirão a arena com Haymitch. Grace, especialmente, já conhecida por sua habilidade de interpretar personagens quebrados e resilientes, promete entregar um contraponto emocional potente.

Figuras como Jesse Plemons (“Ataque dos Cães”, “Breaking Bad”, “Fargo”) e Kelvin Harrison Jr. (“Waves”, “Elvis”, “Chevalier”) reforçam o peso político e dramático da trama, enquanto Maya Hawke (“Stranger Things”, “Do Revenge”), Lili Taylor (“Invocação do Mal”, “Perry Mason”), Ben Wang (“American Born Chinese”) e Elle Fanning (“The Great”, “Malévola”, “Demônio de Neon”) ampliam a diversidade de vozes que orbitam a narrativa.

O elenco ainda inclui os consagrados Ralph Fiennes (“Harry Potter”, “O Paciente Inglês”, “O Grande Hotel Budapeste”) e Kieran Culkin (“Succession”, “Scott Pilgrim Contra o Mundo”), cuja participação — ainda envolta em mistério — tem fomentado teorias entre fãs. A especulação mais comum é que Fiennes possa dar vida a uma figura influente da Capital, talvez até ligada às primeiras gerações da família Snow.

Filmagens internacionais e uma escala maior do que qualquer filme anterior da franquia

Com início em 6 de agosto de 2025, as filmagens foram realizadas majoritariamente na Espanha, país cuja geografia variada tem se tornado palco de grandes produções de Hollywood. Regiões montanhosas, bosques densos e áreas históricas deram vida tanto aos cenários de Distrito 12 quanto à nova arena.

Francis Lawrence já havia indicado em entrevistas anteriores que seu objetivo era criar uma arena “respirante”, em que os elementos naturais desempenham papel narrativo. O uso de cenários reais — em vez de depender inteiramente de CGI — reforça o tom documental e visceral do filme. Essa escolha também aproxima Amanhecer na Colheita dos momentos mais humanos da franquia, garantindo que o espectador sinta o peso real de cada passo dado por Haymitch.

Os sets envolvendo a Capital foram filmados em estúdios na Alemanha e na Hungria, locais escolhidos pela arquitetura brutalista e pela capacidade de recriar uma metrópole opulenta e fria.

Uma história de resistência, vingança e consequências

Se há algo que distingue o Massacre Quaternário de todas as outras edições dos Jogos é sua crueldade calculada. Dobrando o número de tributos e ampliando as regras para tornar a morte ainda mais “espetacular”, a Capital deixou claro que, naquele ano, não existia espaço para heroísmo — apenas para sobrevivência.

É nesse cenário que Haymitch emerge, não como herói tradicional, mas como alguém forçado a entender que viver também significa perder. O filme, assim como o romance de Collins, promete seguir o fio emocional dessa descoberta.

A contagem regressiva começou e Panem nunca pareceu tão atual

Com o lançamento do trailer e do pôster, Jogos Vorazes: Amanhecer na Colheita se consolida como a grande aposta de 2026 para unir nostalgia, renovação e relevância política. Em um mundo contemporâneo que enfrenta debates profundos sobre política, manipulação, desigualdade e espetacularização da violência, revisitar Panem não parece apenas entretenimento — parece leitura do presente.

A Queda do Céu chega aos cinemas brasileiros: Um chamado urgente para ouvir e enxergar os Yanomami

0

Chega nesta quinta-feira, 20 de novembro, aos cinemas de diversas capitais e cidades brasileiras, o documentário “A Queda do Céu”, obra dirigida por Eryk Rocha e Gabriela Carneiro da Cunha, baseada no livro de mesmo nome escrito pelo xamã Yanomami Davi Kopenawa e pelo antropólogo Bruce Albert. Depois de uma trajetória internacional arrebatadora, marcada por 25 prêmios e exibição em mais de 80 festivais ao redor do mundo, o filme finalmente estreia no país onde sua mensagem é mais urgente — e onde seu impacto pode ser transformador.

A chegada do longa ao circuito nacional, passando por São Paulo, Rio de Janeiro, Belém, Belo Horizonte, Boa Vista, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Poços de Caldas, Recife, Salvador, Sorocaba e Vitória, representa mais do que uma distribuição ampla: é a tentativa de aproximar o Brasil de uma realidade que sempre existiu, mas que muitos ainda desconhecem. “A Queda do Céu” não é apenas cinema — é testemunho, denúncia, espiritualidade e convite.

Um filme guiado pela sabedoria Yanomami

Filmado ao longo de um período intenso de convivência com a comunidade de Watorikɨ, o documentário acompanha Davi Kopenawa durante o ritual Reahu, um dos mais importantes da cultura Yanomami, voltado à cura, à despedida e à continuidade da vida. A câmera observa com delicadeza, respeitando tempos, ritmos e silêncios. Não há pressa em explicar: há espaço para sentir.

É justamente essa escolha estética e ética que dá ao filme seu caráter imersivo. O espectador entra em contato com o pensamento Yanomami não como espectador distante, mas como visitante convidado a ouvir. E ouvir, aqui, significa encarar a gravidade do momento: o garimpo ilegal que avança, as doenças que retornam, os rios contaminados, a floresta ferida.

Kopenawa, como tem feito há décadas, traduz para o mundo o impacto espiritual dessa destruição. Para os Yanomami, quando a floresta adoece, não é apenas o território que sofre. O céu, sustentado pelos seres espirituais e pelo equilíbrio da natureza, ameaça cair. A metáfora é literal, profunda e atravessa todo o longa.

Da COP30 ao grande público

Antes de chegar aos cinemas brasileiros, o filme teve uma exibição especial na COP30, onde foi recebido como uma obra essencial para compreender a crise humanitária que atinge os Yanomami e a dimensão global do problema ambiental. Enquanto líderes mundiais discutem políticas de preservação, “A Queda do Céu” mostra, com sensibilidade e contundência, o que acontece quando a floresta deixa de ser vista como lar e passa a ser tratada como recurso.

Uma trajetória internacional de respeito e impacto

A estreia mundial na Quinzena dos Realizadores de Cannes marcou o início de uma jornada que levou o documentário a países de todos os continentes. A obra conquistou prêmios importantes em festivais como:

  • DOC NYC (EUA) – Grande Prêmio do Júri
  • DMZ Docs (Coreia do Sul) – Prêmio Especial do Júri
  • Festival do Rio (Brasil) – Melhor Som e Melhor Direção de Documentário
  • GIFF (México) – Melhor Documentário Internacional
  • DocLisboa (Portugal) – Prêmio Fundação INATEL
  • Bozcaada EcoFilm Festival (Turquia) – Prêmio Principal Fethi Kayaalp

A recepção crítica também impressiona: o longa mantém 100% de aprovação no Rotten Tomatoes, um feito raro até mesmo entre produções internacionais.

A crítica internacional reconhece a força da obra

Em sua análise no The New York Times, a jornalista Devika Girish descreveu o filme como “um lembrete doloroso de que os Yanomami resistem a invasões há mais de um século”. Para ela, um dos momentos mais marcantes é quando um ancião encara a câmera e pede aos diretores: “Parem de nos incomodar. Contem isso aos brancos.”

Outros críticos reforçaram essa visão:

  • Jason Gorber (POV Magazine) destacou o ritmo contemplativo e coerente com a espiritualidade Yanomami.
  • Ankit Jhunjhunwala (The Playlist) elogiou o mergulho profundo na vida da comunidade.
  • Carlos Aguilar (Variety) chamou o filme de “uma das obras documentais mais necessárias da memória recente”.

O que significa o filme estrear no Brasil agora

A chegada de “A Queda do Céu” aos cinemas brasileiros é mais do que o encerramento de um ciclo de festivais. Ela simboliza a devolução de uma conversa ao seu território original. É a oportunidade para que brasileiros de diferentes regiões se encontrem com uma narrativa que, apesar de fazer parte da história nacional, raramente ganha espaço no audiovisual. O filme possui classificação indicativa de 12 anos, o que permite que jovens também tenham acesso a essa discussão — essencial em um momento em que a pauta indígena, ambiental e humanitária pede atenção urgente.

ASUS lança no Brasil a linha ROG Xbox Ally: Uma nova geração de portabilidade e imersão para gamers

0

A ASUS oficializou a chegada ao mercado brasileiro da linha ROG Xbox Ally, criada em colaboração direta com a Xbox e pensada para redefinir o segmento de consoles portáteis. Em uma indústria cada vez mais voltada à mobilidade e à experiência personalizada, os novos dispositivos chegam com a promessa de entregar potência de PC e praticidade de console em um formato que cabe nas mãos. Com dois modelos distintos — o ROG Xbox Ally e o ROG Xbox Ally X — a fabricante aposta em diferentes perfis de usuários, dos casuais aos entusiastas mais exigentes.

A chegada dessa linha ao Brasil reforça o olhar estratégico da ASUS para o mercado nacional, um dos maiores e mais apaixonados por jogos no mundo. O país tem se destacado no consumo de plataformas híbridas e no interesse crescente por produtos que unificam desempenho, mobilidade e liberdade de escolha. Nesse cenário, a parceria ASUS + Xbox ganha força como um movimento ousado e alinhado às tendências globais do setor.

A proposta: levar a experiência do Xbox para qualquer lugar

A principal missão da linha ROG Xbox Ally é reproduzir, em formato portátil, a sensação de estar diante de um console de mesa. Desde o design até o sistema operacional, tudo foi pensado para que o usuário possa alternar entre partidas rápidas e longas maratonas com total conforto e fluidez.

O visual segue a identidade Republic of Gamers, com estética futurista e pegada robusta, mas sem abrir mão da ergonomia. Os controles laterais são inspirados diretamente no design dos joysticks Xbox, garantindo familiaridade ao toque e tornando a experiência mais intuitiva para quem já está acostumado ao ecossistema da Microsoft. Essa escolha reforça a proposta de imersão e promete mais conforto em sessões prolongadas.

A leve inclinação do corpo, a textura antiderrapante e o acabamento resistente tornam o dispositivo ideal para o dia a dia. É um equipamento pensado para caber em mochilas, acompanhar viagens e se adaptar aos mais variados estilos de uso — do sofá ao transporte público, do escritório ao quarto.

Dois modelos, dois públicos: ROG Xbox Ally e Ally X

A estratégia da ASUS ao lançar dois modelos simultâneos mira atender nichos distintos, mas igualmente importantes. De um lado, jogadores que priorizam mobilidade e custo-benefício. De outro, usuários que buscam o máximo de performance possível em um portátil.

ROG Xbox Ally — leveza e alto desempenho

O modelo de entrada, com 670 gramas, oferece um equilíbrio interessante entre potência e portabilidade. Equipado com o processador AMD Ryzen Z2 A, 16 GB de RAM e 512 GB de armazenamento SSD, o aparelho se destaca pelo desempenho consistente mesmo em jogos mais exigentes.

A fluidez da experiência é reforçada pela tela IPS de 7 polegadas Full HD com taxa de atualização de 120 Hz, que oferece imagens nítidas, cores vibrantes e resposta imediata. O resultado é um portátil que entrega muito mais do que o básico, funcionando como uma excelente porta de entrada no universo dos consoles híbridos.

ROG Xbox Ally X — potência e recursos premium

Já o ROG Xbox Ally X foi projetado para quem busca performance máxima. Com peso de 715 gramas, o modelo vem equipado com o novo AMD Ryzen AI Z2 Extreme, acompanhado de 24 GB de RAM e SSD de 1 TB, permitindo rodar jogos pesados sem engasgos e garantindo amplo espaço para bibliotecas extensas.

O grande diferencial aqui está nos gatilhos com resposta tátil variável, tecnologia herdada dos controles mais avançados da Xbox. Eles ampliam a imersão ao variar a resistência durante o jogo, criando feedbacks mais intensos em momentos de ação, acelerações, tiros ou impactos.

O modelo X também foi preparado para receber, a partir de 2026, recursos avançados baseados em inteligência artificial, como o Auto Super Resolution, que realiza upscaling automático das imagens, e a captura inteligente de momentos importantes do gameplay. Esses recursos projetam o console para o futuro, garantindo longevidade ao hardware.

Tela fluida e visual de última geração

Ambos os modelos compartilham a mesma tela de 7 polegadas, que se destaca pelo equilíbrio entre tamanho, mobilidade e qualidade visual. O painel IPS Full HD aliado aos 120 Hz de taxa de atualização cria uma experiência fluida, ideal para jogos competitivos e títulos cinematográficos.

Seja em RPGs com gráficos detalhados, jogos de corrida de alta velocidade ou shooters que exigem reflexos rápidos, a tela do ROG Xbox Ally entrega desempenho visual à altura. Além disso, o brilho e o contraste favorecem o uso em ambientes claros ou escuros, ampliando a versatilidade do dispositivo.

Windows 11 otimizado e integração total com o ecossistema Xbox

Um dos pontos mais importantes da linha é o uso do Windows 11, mas em versão adaptada para portáteis. A navegação por botões e o layout otimizado tornam o sistema mais intuitivo, sem perder a flexibilidade tradicional dos PCs.

A ASUS e a Microsoft trabalharam juntas em um programa de compatibilidade que analisa milhares de jogos e indica, dentro do sistema, quais deles têm desempenho ideal no modo portátil. Isso garante que o usuário sempre saiba como otimizar sua experiência.

Conectividade moderna e expansibilidade generosa

Em termos de conectividade, a linha ROG Xbox Ally não decepciona. Os modelos trazem suporte ao Wi-Fi 6E, que permite conexões extremamente rápidas e estáveis, especialmente úteis para jogos em nuvem e multiplayer online.

O pacote inclui ainda Bluetooth 5.4, leitor de cartão microSD, múltiplas portas USB-C e entrada de áudio combinada. A expansão de armazenamento via SSD M.2 2280 de até 4 TB é um destaque à parte, algo raro em dispositivos portáteis e essencial para quem mantém extensa biblioteca de jogos AAA.

Globo apresenta “Ó Paí, Ó 2” na Sessão da Tarde desta quinta (20): A força da arte e da comunidade em nova fase da história

0

Nesta quinta-feira, 20 de novembro, a Sessão da Tarde apresenta um dos filmes brasileiros mais vibrantes dos últimos anos: “Ó Paí, Ó 2”, sequência direta do clássico de 2007 que marcou a cultura popular ao retratar, com humor e afeto, a vida no Pelourinho. Dirigido por Viviane Ferreira, o longa retoma personagens inesquecíveis, revisita suas dores e conquistas e encontra, nessa nova fase, um equilíbrio afetivo entre memória, luta e celebração.

Depois de mais de uma década desde os acontecimentos do primeiro filme, o público reencontra a comunidade do cortiço com seus conflitos, alegrias, disputas e reinvenções. O resultado é uma narrativa que mistura música, emoção e crítica social, mantendo a essência baiana e o espírito de resistência que sempre definiram a obra original.

Roque às vésperas de realizar um sonho

Um dos pontos centrais da trama é a trajetória de Roque, vivido novamente por Lázaro Ramos, que retorna ao personagem com uma presença profundamente amadurecida. Agora, Roque está prestes a lançar sua primeira música — um passo que pode finalmente colocá-lo no caminho da carreira artística que sempre desejou. O filme acompanha essa ansiedade boa, marcada por expectativas, receios e uma esperança que pulsa junto com a musicalidade do Pelourinho. As informações são do AdoroCinema.

O personagem se torna uma metáfora natural para tantas pessoas que batalham diariamente por espaço, reconhecimento e dignidade, especialmente no universo da cultura negra brasileira. Roque é energia, humor, força e vulnerabilidade. É alguém que acredita no próprio talento mesmo quando o mundo tenta convencê-lo do contrário.

Dona Joana e o peso do luto

Outra personagem que ganha profundidade emocional é Dona Joana, interpretada por Luciana Souza. Ela vive o luto pela perda dos filhos — uma dor constante, que não dá trégua e que se mistura às responsabilidades de seguir cuidando da casa e dos moradores do cortiço. A personagem, sempre tão marcante pela força e pela firmeza, agora revela outras camadas, mais íntimas e silenciosas.

Sua jornada mostra como o luto se infiltra nos pequenos gestos do cotidiano, mas também como a comunidade que a cerca tenta, à sua maneira, acolhê-la. Há momentos de desabafo, de fragilidade, de riso inesperado e de afeto sincero, mostrando que a vida no Pelourinho é feita justamente dessa mistura de cores fortes e sombras profundas.

Neuzão e a luta por território

Enquanto isso, Neuzão — vivida por Tânia Toko — enfrenta uma batalha que muitos brasileiros conhecem bem: a perda de seu espaço. Seu bar, antes ponto de referência da região, foi tomado por uma turma mal-intencionada, representando o avanço da especulação, da violência e da desigualdade que ameaça a vida comunitária.

A presença dessa nova turma funciona como fio condutor de tensão e disputa, mostrando que a resistência não está apenas na militância explícita, mas também na preservação de espaços culturais, afetivos e históricos. É na tentativa de reconquistar o que lhe pertence que Neuzão se torna símbolo de luta e pertencimento — não por heroísmo, mas por sobrevivência.

A nova geração chega com força, poesia e consciência

Um dos elementos mais bonitos de “Ó Paí, Ó 2” é a presença da segunda geração. Agora jovens e cheios de energia, eles aparecem engajados na luta pela causa negra, unindo música, poesia e humor de forma inteligente, afetiva e politizada. Suas cenas trazem frescor e vitalidade à narrativa — lembrando que a resistência se reinventa, se transforma e se perpetua.

Essa juventude também reflete o espírito de renovação do próprio Pelourinho, que carrega cicatrizes históricas, mas continua produzindo arte, questionamento e celebração. É uma presença forte que costura passado, presente e futuro.

Um filme que enfrenta boicotes, rompe barreiras e conquista público

O filme não chegou aos cinemas sem obstáculos. O longa enfrentou tentativas de boicote motivadas por posicionamentos políticos do elenco, especialmente de Lázaro Ramos, que se tornou alvo de ataques por semanas. Paradoxalmente, essa onda de críticas acabou amplificando o debate em torno do filme e colocou o nome do ator entre os assuntos mais comentados do X (antigo Twitter).

Mesmo diante desses ataques, o filme mostrou resiliência — uma palavra que descreve tanto sua narrativa quanto seu contexto. Na segunda semana de exibição, a produção ocupou o 5º lugar no ranking nacional, arrecadando quase R$ 1 milhão entre os dias 23 e 26 de novembro, segundo a Comscore. Esse desempenho o colocou ao lado de gigantes internacionais como Napoleão, Jogos Vorazes, As Marvels e Five Nights at Freddy’s, mostrando que a força do cinema nacional segue firme, especialmente quando representa histórias reais e afetivas do povo brasileiro.

Até o momento, o filme já foi assistido por 140 mil espectadores, acumulando mais de R$ 2,5 milhões em bilheteria. Para um filme que dá continuidade a uma história tão profundamente enraizada na cultura baiana e que resiste a pressões externas, esses números revelam algo maior do que sucesso comercial: revelam conexão.

Da comédia ao afeto: o retrato vivo do Pelourinho

A diretora Viviane Ferreira conduz a história com cuidado e afeto, sem perder a essência da comédia, mas aprofundando ainda mais as emoções de cada personagem. Ela captura o calor das ruas do Pelourinho, suas cores, sons, tradições e contradições. A música, presente de forma natural na narrativa, atua como ponte afetiva entre os moradores e como símbolo de resistência — afinal, a música sempre foi uma forma de sobrevivência para essa comunidade.

O filme também amplia a discussão sobre racismo, desigualdade social e representatividade, mas sem transformar a história em um discurso rígido. Tudo aparece de forma orgânica, pulsante, viva, como parte do cotidiano. É esse equilíbrio que torna “Ó Paí, Ó 2” não apenas uma comédia, mas um retrato sensível e potente da vida real.

Paramount+ lança novo trailer de Star Trek: Academia da Frota Estelar – A nova era de esperança no universo Star Trek

0

O universo de Star Trek sempre foi, antes de tudo, um convite. Um chamado para olhar o futuro com coragem, curiosidade e serenidade — três elementos que sustentaram a franquia por quase seis décadas. Agora, esse chamado retorna com uma força renovada com o lançamento do novo trailer de Star Trek: Academia da Frota Estelar, série que chega ao Paramount+ no próximo 15 de janeiro e promete uma experiência que mistura emoção, juventude e um profundo respeito pelo legado da saga.

Diferente das últimas produções da franquia, que exploraram guerras intergalácticas, dilemas temporais e discussões filosóficas complexas, a nova série escolhe outro território: o da formação. Ela apresenta o universo não pelos olhos de comandantes experientes, mas pelos de cadetes que ainda tropeçam, ainda sonham, ainda buscam entender quem são e qual papel podem desempenhar em uma galáxia tão vasta e imprevisível. Essa decisão narrativa, tão simples quanto poderosa, dá à série um frescor raro e ao mesmo tempo uma forte conexão com a essência de Star Trek — a de acreditar no potencial humano.

Uma nova geração no centro da narrativa

O trailer recém-lançado deixa muito claro que o coração da série será o grupo de jovens cadetes que ingressam na Academia da Frota Estelar movidos por um ideal comum: a esperança de participar de algo maior do que eles mesmos. Esses personagens — interpretados por Sandro Rosta, Holly Hunter, Karim Diane, Kerrice Brooks, George Hawkins, Bella Shepard e Zoë Steiner — representam a diversidade de experiências, origens, temperamentos e expectativas que compõem o universo da Federação.

Desde a primeira cena, percebe-se que cada um deles chega com uma história que deixou marcas. Há os confiantes demais, os inseguros demais, os que carregam um senso de responsabilidade que os sufoca e aqueles que mal entendem o peso da farda que vestem. Mas todos, de alguma forma, são guiados pela mesma força: a ideia de que suas ações podem transformar mundos, culturas e o próprio destino da humanidade.

A presença de Robert Picardo e Tig Notaro, rostos já queridos pelos fãs da franquia, reforça a ponte entre o passado e o presente. Eles aparecem como figuras de referência, instrutores experientes que conhecem a dureza da vida na Frota Estelar e compreendem o quanto cada decisão pode moldar o futuro de um cadete — para o bem ou para o mal.

O impacto emocional de uma formação rigorosa

A Academia da Frota Estelar nunca foi um ambiente simples. É ali que mentes brilhantes são lapidadas. É ali que futuros comandantes, engenheiros, diplomatas e exploradores descobrem seus limites — e aprendem a ultrapassá-los. E é justamente nessa atmosfera de pressão e descoberta que a nova série se aprofunda.

O trailer revela cenas de treinamentos intensos, simulações perigosas e aulas que exigem foco absoluto. Mas, ao mesmo tempo, mostra momentos de carinho, de empatia e de vulnerabilidade. Nos corredores da Academia, os cadetes não enfrentam apenas provas técnicas, mas também batalhas internas: a sensação de não pertencimento, o medo de fracassar, a culpa de um erro que poderia ter custado vidas.

Esses elementos aproximam Academia da Frota Estelar de um drama de amadurecimento mais sensível e emocional. Não se trata apenas de ver jovens aprendendo a operar naves estelares, mas de observá-los lidando com a vida, com as próprias escolhas e com a responsabilidade de representar valores que, dentro da Federação, são quase sagrados.

Entre amizades, rivalidades e primeiros amores

Para além dos conflitos acadêmicos, a série se compromete a explorar a dimensão mais íntima e humana da experiência de cada cadete. E o trailer evidencia isso de forma clara: amizades surgem nos momentos mais improváveis; rivalidades nascem por orgulho, insegurança ou competição; e os primeiros amores despontam com aquela mistura de intensidade e fragilidade tão característicos da juventude.

A maneira como os cadetes se relacionam parece ser uma das forças centrais da narrativa. As conversas sussurradas no refeitório, as confissões trocadas entre as luzes de alerta da nave de treinamento, os confrontos impulsivos seguidos de arrependimento silencioso — tudo isso aparece no trailer como parte essencial da formação desses personagens.

Essas conexões humanas são fundamentais para que o público se identifique com a trama. Não importa quão futurista seja a estética da série ou quão grandiosas sejam as ameaças enfrentadas: no fundo, os espectadores também já foram jovens tentando encontrar seu lugar no mundo.

Uma nova ameaça paira sobre a Federação

Apesar de focar no amadurecimento dos cadetes, Academia da Frota Estelar não se afasta do elemento de aventura e perigo que sempre caracterizou Star Trek. O trailer revela que um novo inimigo misterioso surge no horizonte, ameaçando não apenas a Academia, mas a própria Federação.

Pouco se sabe sobre ele até agora. Não há pistas óbvias sobre sua origem, intenções ou método de ataque. E talvez seja justamente essa ausência de informações que torne a ameaça mais intrigante. A escolha narrativa cria uma tensão que deve acompanhar toda a primeira temporada, servindo como pano de fundo para as mudanças internas que cada cadete enfrentará.

A presença de um inimigo externo obriga esses jovens a amadurecer rapidamente. Não há tempo para hesitações, e a fronteira entre um erro acadêmico e uma catástrofe real é muito mais tênue do que eles imaginam. Assim, a nova série não apenas constrói um arco emocional, mas também mantém a tradição de Star Trek de explorar conflitos complexos que colocam à prova a estabilidade da galáxia.]

Star Trek e sua vocação para o otimismo

Um dos pilares mais antigos de Star Trek é o otimismo. Desde 1966, quando Gene Roddenberry criou a Série Clássica, a franquia imaginou um futuro em que diferentes culturas, espécies e ideologias conseguem coexistir com respeito e colaboração. A Federação é uma metáfora sobre o melhor que a humanidade pode ser — e nunca um retrato de um mundo perfeito, mas de um mundo sempre em construção.

Academia da Frota Estelar honra essa tradição. A série mostra que esperança não é um sentimento vazio, mas uma decisão diária. Uma escolha que exige esforço, disciplina e, acima de tudo, coragem. Ao acompanhar cadetes em formação, a produção reafirma algo essencial: ninguém nasce pronto. Heróis são moldados, não criados.

E isso é o que torna esta nova série tão importante dentro do catálogo do Paramount+: ela oferece uma narrativa capaz de inspirar, especialmente num momento em que o público busca histórias que falem sobre superação, propósito e comunidade.

A influência do legado recente: Discovery e Strange New Worlds

Para compreender o momento atual da franquia, é impossível ignorar o impacto das séries mais recentes, em especial Star Trek: Discovery e Star Trek: Strange New Worlds.

Discovery, que estreou em 2017, abriu caminho para a nova fase do universo expandido idealizado por Alex Kurtzman, trazendo uma abordagem mais séria, emocional e cinematográfica para Star Trek. Foi também a série que introduziu novos atores em papéis clássicos — como Ethan Peck como Spock — reacendendo o interesse do público em personagens da Série Clássica.

O sucesso dessa iniciativa abriu as portas para Strange New Worlds, criada por Akiva Goldsman, Alex Kurtzman e Jenny Lumet. A série estreou em 2022 com Anson Mount, Rebecca Romijn e Ethan Peck reprisando seus papéis como Pike, Número Um e Spock, mergulhando novamente na proposta de episódios independentes, com forte apelo visual e narrativo.

Essa combinação de nostalgia e originalidade fez de Strange New Worlds uma das produções mais celebradas do universo Star Trek moderno. Suas temporadas lançadas em 2022, 2023 e 2025 consolidaram uma identidade própria e revitalizaram o formato episódico clássico. Uma quarta temporada já está confirmada para 2026, e uma quinta — anunciada como a última — está em produção.

O clima de renascimento e expansão que essas séries criaram abre espaço para que Academia da Frota Estelar possa se desenvolver com segurança, sabendo que o público está aberto a novas abordagens, novos personagens e novas formas de explorar o legado da franquia.

Traição Entre Amigas ganha nova data de estreia: Larissa Manoela e Giovanna Rispoli encaram seus papéis mais maduros no filme de Bruno Barreto

0

Depois de muita expectativa, Traição Entre Amigas finalmente ganhou sua nova data oficial de lançamento: o filme chega aos cinemas no dia 11 de dezembro, marcando o retorno de Bruno Barreto (Flores Raras, Dona Flor e Seus Dois Maridos) à direção de uma história sobre afeto, imperfeições e o limite entre lealdade e perda. O longa estava programado para estrear mais cedo, mas o novo calendário coloca a produção como um dos últimos lançamentos nacionais do ano — e promete encerrar 2025 com uma narrativa intensa e profundamente humana.

A mudança de data vem acompanhada de um burburinho crescente porque o filme funciona como um divisor de águas para suas duas protagonistas: Larissa Manoela (Além da Ilusão, Modo Avião, Carrossel) e Giovanna Rispoli (Cinderela Pop, Totalmente Demais, Das Tripas Coração) vivem aqui os papéis mais desafiadores e emocionalmente complexos de suas carreiras. Elas interpretam Penélope e Luiza, melhores amigas que passam anos construindo uma relação quase familiar — até que uma traição inesperada abala tudo o que parecia inabalável.

O filme é baseado no primeiro livro de Thalita Rebouças (Fala Sério, Mãe!, É Fada!, Tudo por um Pop Star), escrito antes de ela se tornar um fenômeno teen. É um texto que carrega nuances adultas, dores reais e situações que fogem do conforto. A própria autora divide o roteiro com Marcelo Saback (De Pernas pro Ar, Minha Mãe É Uma Peça 3, É Fada!), trazendo sua visão íntima da história para a tela enquanto Saback ajuda a equilibrar humor, intensidade emocional e conflito.

Essa adaptação chega aos cinemas pelas mãos da LC Barreto, produtora responsável por alguns dos filmes mais marcantes do nosso cinema, em parceria com a Imagem Filmes, que assina a distribuição. O conjunto reforça que Traição Entre Amigas é uma produção grande, cuidadosa e pensada para dialogar tanto com o público jovem quanto com espectadores que buscam narrativas sobre amadurecimento.

A trama começa com o encontro de Luiza e Penélope em um curso de teatro. A partir dali, as duas se tornam inseparáveis, construindo uma amizade que mistura sonhos, inseguranças e planos compartilhados. Luiza segue para a Psicologia, sempre metódica e observadora; Penélope escolhe o Jornalismo, mas vive com o coração preso ao desejo de atuar. Mesmo com personalidades opostas, elas se completam na medida certa — até que um deslize muda tudo.

Numa festa, Penélope acaba se envolvendo com o namorado de Luiza. É uma linha que se cruza rápido, daqueles erros que parecem pequenos no instante, mas carregam um peso enorme quando a verdade aparece. O filme acompanha o impacto emocional desse rompimento, explorando sentimentos como culpa, mágoa, vergonha e raiva com honestidade rara. Ao invés de transformar a história em uma vilanização simples, o roteiro mergulha na complexidade de ambas as personagens e mostra como cada uma tenta lidar com o que sobrou.

O afastamento é inevitável. Luiza decide fugir do colapso pessoal e se muda para Nova York, em busca de um recomeço e de um mundo onde não precise revisitar a dor todos os dias. Penélope fica, tentando reconstruir sua identidade e enfrentando as consequências de suas atitudes enquanto se arrisca em relacionamentos pela internet — que trazem liberdade, mas também perigos e desilusões.

Além das protagonistas, o elenco conta com André Luiz Frambach (Todas as Garotas em Mim, Malhação: Viva a Diferença, Rensga Hits!), Emanuelle Araújo (Ó Paí, Ó, Malhação: Viva a Diferença, Samantha!), e Dan Ferreira (Segundo Sol, Encantado’s, Todas as Flores), nomes que ajudam a expandir o universo emocional das personagens e dar corpo às relações ao redor delas.

A escolha de Barreto para comandar esse projeto é um dos pontos altos da produção. Com décadas de carreira e experiência tanto no drama quanto na comédia, ele costura a narrativa com delicadeza e precisão, mantendo o equilíbrio entre momentos leves e passagens mais duras. É um tipo de direção que reconhece que amizade também é um território emocional tão profundo quanto amor romântico — e às vezes, muito mais difícil de curar.

Inspirada em uma aventura de RPG, The Mighty Nein desembarca no Prime Video com dublagem guiada por Sérgio Cantú

0

A comunidade geek ganhou motivo para comemorar: The Mighty Nein, animação baseada nas campanhas do fenômeno Critical Role, acaba de chegar com força ao Brasil. O primeiro episódio dublado já está liberado gratuitamente no YouTube, enquanto os três capítulos iniciais entram no catálogo do Prime Video na quarta-feira, 19 de novembro. A partir daí, o público entra no ritmo do RPG: episódios semanais, como se cada lançamento fosse uma nova rodada de dados.

O que diferencia a versão brasileira não é apenas a fidelidade ao material original, mas o cuidado evidente na dublagem. Sérgio Cantú, um dos nomes mais reconhecidos do setor, coordenou todo o processo criativo e tomou uma decisão rara — e muito bem-vinda: reunir, no elenco principal, dubladores que também são jogadores de RPG. A ideia era trazer uma interpretação mais orgânica, carregada daquela vivência que só quem já ficou horas montando ficha, discutindo estratégia ou improvisando com amigos entende. O resultado aparece de imediato: as vozes não apenas interpretam os personagens, mas parecem se conectar a eles como se estivessem dentro da mesa.

A história acompanha um grupo de outsiders e fugitivos que, mesmo sem querer, acaba responsável por uma missão decisiva: recuperar um artefato poderosíssimo, o Cristal, que caiu em mãos perigosas. A explosão misteriosa na fronteira deixa Wildemount prestes a mergulhar numa guerra, e enquanto Beauregard investiga uma trama oculta nas sombras, Caleb se alia a alguém improvável para invadir uma loja mágica de animais. É o tipo de caos organizado que quem joga RPG reconhece — uma missão que começa pequena, mas cresce rápido e te pega pelo colarinho.

O elenco reúne nomes como Raphael Rossatto, Carina Eiras, Aline Guioli, Filipe Albuquerque, Luísa Viotti, Natali Pazete e o próprio Sérgio Cantú, todos acostumados tanto aos estúdios quanto às aventuras de mesa. Essa familiaridade não é detalhe: ela molda o ritmo, influencia as interpretações e transforma a animação numa experiência que conversa diretamente com quem já viveu a tensão de um teste decisivo de destreza ou a alegria de um crítico perfeito. A naturalidade com que eles se apropriam dos personagens reforça a sensação de que o universo da série respira a mesma atmosfera que os jogadores reconhecem.

Essa conexão não é apenas profissional. Em julho, parte do elenco se reuniu em uma sessão online de RPG com tema de X-Men, mostrando que o envolvimento com o gênero vai muito além da cabine de gravação. Raphael Rossatto, por exemplo, que deu voz ao Gambit em X-Men ’97, assumiu o mutante também nessa aventura paralela; Cantú interpretou o Noturno, papel que já dubla oficialmente; e Carina Eiras trouxe de volta sua Tempestade dos filmes. São encontros que revelam o quanto esse time transita com naturalidade entre trabalho, fandom e diversão.

Com mais de três décadas de carreira, Sérgio Cantú se mantém como um dos profissionais mais versáteis da dublagem brasileira. Ele já marcou gerações dando voz a personagens como Sheldon Cooper, Andrew Garfield, L de Death Note, Zac Efron, Shia LaBeouf, Elijah Wood e Jesse Eisenberg, além de se destacar como diretor capaz de imprimir referências geek e toques criativos que enriquecem cada projeto. Seu trabalho recente em Twisted Wonderland: A Série reforça essa habilidade de unir técnica, imaginação e paixão.

Em The Mighty Nein, esse repertório se reflete tanto na escolha do elenco quanto na forma como a dublagem foi construída. A série chega ao streaming não apenas como mais uma adaptação, mas como uma obra que carrega um olhar brasileiro sobre o universo de RPG, cheia de detalhes pensados para quem entende e ama o gênero. Para fãs de Critical Role, jogadores de mesa ou apenas curiosos em busca de uma animação envolvente, a produção nasce com energia própria — e com aquela sensação de que uma grande campanha está prestes a começar.

Jumanji 3 já está em jogo! Primeira foto do elenco esquenta a sequência mais maluca do cinema recente

0
Foto: Reprodução/ Internet

Tem franquia que a gente acompanha como quem acompanha amigo em rede social: some um tempinho, mas basta uma foto nova pra todo mundo voltar a comentar, teorizar, mandar print no grupo.
É exatamente isso que está acontecendo com Jumanji 3.

A produção do novo filme já começou oficialmente e, como prova de vida, a Sony divulgou a primeira imagem do elenco principal reunido. Na foto, lá estão eles: Dwayne Johnson, Kevin Hart, Karen Gillan e Jack Black, de volta aos seus avatares de sempre, prontos para encarar novamente o jogo mais perigoso (e divertido) do cinema.

A imagem é simples, mas cheia de recado: figurino repaginado, clima de aventura estampado no rosto dos quatro e aquele cenário de selva que a gente já reconhece de longe. É como se o filme dissesse: “relaxa, o caos está de volta”.

A sensação de reencontro que vai além da nostalgia

Olhar para essa primeira foto de Jumanji 3 não é só lembrar dos filmes anteriores; é lembrar de como a franquia conseguiu se reinventar sem perder o encanto.

Quem viu Jumanji: Bem-Vindo à Selva (2017) no cinema lembra bem da surpresa: parecia só mais um reboot, e acabou virando um dos filmes de aventura mais carismáticos da década. Depois veio Jumanji: Próxima Fase (2019), que misturou ainda mais as peças, trocando as personalidades dos avatares entre os personagens e deixando tudo deliciosamente confuso.

Agora, com a foto do elenco reunido de novo, dá uma sensação de reencontro mesmo. Tipo esbarrar com colegas de escola depois de anos e perceber que a energia continua a mesma. Dwayne Johnson com aquela postura de herói exagerado, Kevin Hart com cara de quem vai reclamar da missão inteira, Karen Gillan pronta pra liderar e Jack Black com aquele olhar de “eu vou aprontar”.

Mais do que promover filme, a foto acende uma memória afetiva recente. Jumanji virou, em pouco tempo, aquele tipo de franquia que as famílias assistem juntas, que os amigos maratonam e que sempre rende meme novo.

Jake Kasdan no comando de novo: quando o diretor vira “dono do jogo”

Se tem alguém que já pode pedir chave do jogo emprestada, é Jake Kasdan. O diretor volta para comandar Jumanji 3, depois de ter dirigido os dois longas que relançaram a franquia nos cinemas: Bem-Vindo à Selva e Próxima Fase.

Kasdan entendeu uma coisa que fez toda a diferença: Jumanji não é só sobre monstros, selva e dados amaldiçoados. É sobre gente problemática tentando sobreviver a uma situação absurda. E ele sempre filma esse absurdo com um pé no humor e outro na emoção.

Ao lado dele, retornam nomes já familiares nos bastidores: Matt Tolmach, Dany Garcia, Hiram Garcia, o próprio The Rock, entre outros produtores que ajudaram a transformar Jumanji numa máquina de bilheteria sem perder a graça.

É aquela sensação boa de ver que ninguém está “testando fórmula” do zero. É o mesmo time criativo, com mais experiência, mais confiança e, provavelmente, mais liberdade pra ousar.

O mistério da trama: o que o jogo vai aprontar agora?

Até agora, o estúdio joga no modo silencioso: a sinopse oficial ainda não foi divulgada. Nenhuma linha. Nada. Zero.

Isso pode ser frustrante pra quem quer spoiler, mas faz todo o sentido pra uma franquia que usa o fator surpresa como combustível. Se nos filmes anteriores a graça estava em descobrir as novas regras do jogo durante a sessão, a expectativa é que Jumanji 3 siga o mesmo caminho.

O final de Jumanji: Próxima Fase deixou uma pista importante: o jogo parecia estar “vazando” para o mundo real — algo muito próximo do que vimos lá atrás, em 1995, com o filme original estrelado por Robin Williams. Se essa ideia for levada adiante, a franquia pode entrar numa fase ainda mais caótica: não é mais só entrar no jogo; é lidar com o jogo invadindo a nossa realidade.

Um jogo que sempre revela quem a gente é

Uma das razões de Jumanji ter atravessado gerações é bem simples: por trás de toda correria, piada e CGI, a franquia sempre fala sobre identidade.

Lá em 1995, com o primeiro Jumanji, Alan Parrish enfrentava traumas da infância, abandono, medo de crescer. Em Bem-Vindo à Selva e Próxima Fase, o foco se deslocou para um grupo de adolescentes e adultos em crise, inseguros com o próprio corpo, com a vida, com o futuro. Dentro do jogo, cada um deles vira uma versão exagerada de si mesmo. Ou o oposto.

O garoto tímido vira montanha de músculos.
A popular bonita vira professor desajeitado.
A insegura descobre uma lutadora dentro de si.
O cara popular precisa aprender a ser mais do que só aparência.

Lançamento marcado e ansiedade em contagem regressiva

Antes mesmo de qualquer trailer, cartaz ou sinopse, a sequência já tem algo muito claro: é um dos títulos grandes do calendário de estreia de 2026. A previsão é que o filme chegue aos cinemas em 10 de dezembro de 2026, ou seja, bem naquela época do ano em que o público procura algo divertido, leve, grandioso e com cara de evento.

Com protagonismo feminino nos bastidores, Baiju Productions estreia a novela vertical A Nova Estagiária

1

Em um momento em que o consumo de audiovisual muda em velocidade acelerada, poucas produtoras brasileiras têm entendido tão bem as novas dinâmicas do entretenimento quanto a Baiju Productions. Reconhecida por sua atuação ousada no formato vertical e mobile-first, a empresa dá mais um passo decisivo ao lançar “A Nova Estagiária”, sua nova novela vertical. O projeto, produzido por uma equipe onde 90% dos profissionais são mulheres, reafirma o compromisso da produtora com inovação, representatividade e novas linguagens.

A obra, dirigida pelas jovens Talita Cumi e Larissa Martins, combina humor, leveza e ritmo ágil para se conectar diretamente com o público que consome conteúdo no celular — e que já transformou plataformas como YouTube, TikTok, Kwai, Sua Novela, DramaBox, CineCaju e MoboReels em vitrines de ficção seriada. Em breve, será nessas plataformas que os espectadores poderão acompanhar a história da protagonista que vive, por acaso e por necessidade, um casamento secreto com seu chefe.

Uma trama ágil, divertida e feita para o mundo vertical

“A Nova Estagiária” abraça o gênero da comédia romântica, mas o faz com uma estrutura pensada especialmente para o ambiente digital. Episódios curtos, narrativa dinâmica e personagens que conquistam o público logo nos primeiros segundos fazem parte da estética do formato.

A trama acompanha uma jovem determinada, que aceita se casar com um CEO desconhecido para conseguir pagar a cirurgia urgente da avó. É um acordo frio, quase burocrático, feito às pressas por necessidade. Mas o destino, como sempre, tem seus próprios planos: um ano depois, ela é contratada na empresa justamente do homem com quem já é casada — e nenhum dos dois faz ideia disso.

O enredo brinca com ironia, segredos e encontros inesperados, aproveitando o formato vertical para explorar humor físico, reviravoltas rápidas e uma dosagem de romance que promete conquistar fãs do gênero.

Bastidores conduzidos por elas: um set dominado pela força feminina

Uma das marcas mais poderosas do projeto está nos bastidores. Com lideranças femininas em praticamente todos os departamentos, a novela vertical se transformou em um case raro no audiovisual brasileiro — e um exemplo de como equipes diversas podem gerar processos mais saudáveis e resultados mais criativos.

Além da dupla de diretoras, o set contou com diretora de arte, figurinista, diretora de produção, maquiadora, assistente de direção e outras funções-chave ocupadas por mulheres. Ao todo, foram 20 profissionais, e somente duas posições não eram femininas.

Para Talita Cumi, essa configuração mudou completamente a forma de trabalhar: “A comunicação fluía de forma leve e objetiva. O set era ágil, divertido e resolutivo. Era um ambiente de respeito e alinhamento total”, explica a diretora.

Ela destaca que sempre teve boas experiências com seus parceiros habituais — entre eles Elnatan Dolce e Davi Xiang Li, sócios e colaboradores da Baiju. Ainda assim, reconhece que a presença majoritária de mulheres trouxe uma energia diferente, mais harmônica e colaborativa: “A dinâmica foi muito mais fluida. Existia compreensão mútua, escuta verdadeira e um cuidado natural com cada cena e cada pessoa envolvida.”

Sensibilidade como ferramenta narrativa

Se a comédia romântica é um gênero que depende de timing, química e delicadeza, “A Nova Estagiária” encontrou nisso uma de suas maiores forças. Talita e Larissa, apaixonadas pelo gênero, imprimiram ao roteiro e à direção um olhar que equilibra humor e sensibilidade.

Segundo as diretoras, um dos diferenciais mais marcantes no processo foi justamente a forma como os desafios eram solucionados no set: “Problemas comuns de produção eram resolvidos com rapidez e tranquilidade. Não havia tensão desnecessária. Isso nos permitiu focar no que realmente importa: construir cenas com emoção e verdade.”

Elas destacam especialmente a atenção dada às cenas mais intensas, que exigem cuidado técnico e sensibilidade artística. Isso inclui desde momentos de maior tensão emocional até sequências que exploram a química entre o casal protagonista.

O resultado é uma narrativa que combina humor com autenticidade — algo essencial para o público que consome novelas verticais, acostumado a conteúdos rápidos, mas exigente com a conexão emocional.

Um projeto moldado por escolhas estéticas e narrativas precisas

As gravações aconteceram na cidade de São Paulo, cenário ideal para representar o universo corporativo contemporâneo e a atmosfera urbana que serve de pano de fundo para a história. Cada locação foi escolhida com cuidado: escritórios, apartamentos, cafeterias e espaços abertos que traduzem visualmente a rotina dos personagens.

Talita e Larissa trabalharam lado a lado na seleção dos ambientes, buscando não apenas estética, mas personalidade. Era preciso que cada espaço conversasse com o ritmo da novela e também com o formato vertical, que favorece enquadramentos mais íntimos, closes expressivos e cenas construídas para telas pequenas.

O elenco foi escalado em colaboração com a Five Casting, agência especializada em narrativas digitais e conhecida por identificar atores com forte presença de câmera e fluidez em conteúdos para redes sociais. Os protagonistas — selecionados diretamente da agência — entregam dinamismo, carisma e expressões marcantes, fundamentais para prender o espectador desde o primeiro frame.

Ângela Diniz: Assassinada e Condenada chega aos canais por assinatura: Uma reconstrução humana e urgente de um dos casos mais marcantes do Brasil

0

Em novembro, a HBO estreia um dos lançamentos mais impactantes de seu calendário: Ângela Diniz: Assassinada e Condenada, minissérie que revisita, com profundidade emocional e rigor narrativo, um dos casos de feminicídio mais emblemáticos da história brasileira. A produção será exibida com exclusividade na HBO todas as quintas-feiras, às 21h, e terá distribuição complementar nos canais Warner Channel, TNT, TNT Séries, Space e Cinemax, além de chegar ao catálogo da HBO Max após a veiculação na TV.

Trata-se de uma obra que ultrapassa os limites do entretenimento. A série se propõe a reconstruir a memória de Ângela Diniz não apenas como vítima de um crime brutal, mas como uma mulher que viveu, amou, buscou liberdade e enfrentou, de forma solitária e silenciosa, a violência que já rondava sua vida muito antes de sua morte. Com seis episódios, a temporada pretende provocar o espectador, reacender debates e corrigir uma injustiça histórica: a forma como sua história foi contada — e distorcida — por décadas.

Uma narrativa que reverbera gerações

Ângela, assassinada em 1976 em sua casa em Búzios por seu então companheiro, Doca Street, tornou-se símbolo de uma luta que, até hoje, ecoa em cortes e movimentos feministas. Sua morte ocorreu num Brasil que ainda tolerava — e por vezes legitimava — crimes motivados por posse, ciúme e violência doméstica.

A série, dirigida por Andrucha Waddington, nasce no rastro do sucesso e do impacto do podcast Praia dos Ossos, da Rádio Novelo, que resgatou o caso sob uma perspectiva crítica, histórica e profundamente humana. Mas, enquanto o podcast mergulhou na investigação jornalística, a série expande o drama para uma linguagem audiovisual que entrega, além da reconstituição dos fatos, o clima emocional da época.

A reconstrução do caso mostra como o país entendeu — ou se recusou a entender — o que havia acontecido. A defesa de Doca, amplamente apoiada pela imprensa e reforçada por trechos de um moralismo arraigado, alegou a famigerada tese da “legítima defesa da honra”, argumento que, embora hoje soe absurdo, encontrou respaldo jurídico e social nos anos 1970. O resultado foi uma pena que a sociedade civil considerou ultrajante, desencadeando manifestações de mulheres em várias capitais do país. Dois julgamentos depois, Ângela já não era apenas uma vítima: se tornara um símbolo nacional de resistência, justiça e dignidade.

O rosto por trás da manchete: quem foi Ângela Diniz

Embora a mídia da época tenha reduzido Ângela a rótulos e sensacionalismos — “socialite”, “mulher fatal”, “rainha do glamour” —, a série faz o movimento inverso: devolve sua humanidade. Mostra uma mulher que enfrentava dores íntimas, buscava autonomia financeira e emocional, e lutava contra expectativas que, em pleno regime militar, ainda ditavam como uma mulher “deveria” se comportar.

A produção ilumina, por exemplo, a relação conflituosa de Ângela com parte da elite carioca, seus amores, seus medos e os primeiros sinais de violência que surgiram na relação com Doca, mas que, à época, não eram compreendidos como alerta.

De forma cuidadosa, a narrativa mostra o processo de apagamento que ela sofreu: primeiro como mulher, depois como pessoa e, por fim, como símbolo. Ao revisitar sua vida, a série resgata a imagem de Ângela antes que ela fosse reduzida ao título de um processo criminal.

Um elenco guiado pela sensibilidade

Para dar vida a essa história, a produção reúne alguns dos nomes mais expressivos da dramaturgia brasileira. Marjorie Estiano entrega uma interpretação que promete ser uma das mais impactantes de sua carreira. A atriz explora desde a elegância social de Ângela até suas camadas mais vulneráveis, passando por seus momentos de luta, medo, força e contradições.

No papel de Doca Street, Emilio Dantas constrói um personagem complexo, exposto em suas fragilidades manipuladas, seu charme aparente e sua agressividade explosiva. O ator parece caminhar entre o sedutor e o violento, a fim de mostrar como a personalidade do réu era percebida — e interpretada — pela sociedade.

O elenco traz ainda Antônio Fagundes, interpretando o renomado advogado Evandro Lins e Silva, figura central no primeiro julgamento e cuja postura mudou o rumo da história; Thiago Lacerda como o jornalista Ibrahim Sued, uma das grandes vozes da mídia na época; além de Camila Márdila, Yara de Novaes, Renata Gaspar, Thelmo Fernandes, Joaquim Lopes, Emílio de Mello, Maria Volpe e muitos outros.

Cada ator contribui para reconstruir uma atmosfera que combina glamour, tensão, conservadorismo e efervescência social — elementos que marcaram profundamente o Brasil dos anos 70.

Dos bastidores ao set: uma produção feita com propósito

A minissérie nasce de uma parceria entre a HBO e a Conspiração, com roteiro de Elena Soárez, Pedro Perazzo e Thais Tavares. A direção geral de Andrucha Waddington, com Rebeca Diniz à frente da segunda unidade, confere à obra a combinação entre realismo, poesia visual e respeito histórico.

Durante o desenvolvimento, a equipe mergulhou em documentos originais, reportagens, autos de processo, entrevistas e arquivos de época, garantindo fidelidade e cuidado ético na representação dos fatos. A produção executiva da Warner Bros. Discovery acompanha o projeto desde a concepção, reforçando o compromisso com a narrativa e com o impacto que ela carrega.

Mais do que reconstruir um caso, a série se propõe a reinterpretá-lo. Não há espaço para espetacularização ou sensacionalismo: o foco é a memória de Ângela, sua singularidade e o legado que sua morte deixou.

Humanidade, justiça e reflexão: o que a série quer provocar

Embora se apoie em fatos reais, a minissérie não se limita à investigação. Ela é conduzida por um olhar que busca, acima de tudo, humanidade. O objetivo é revelar quem foi Ângela Diniz, o que a sustentava emocionalmente, o que a fragilizava e como a violência doméstica se manifesta de maneira sutil, gradual e silenciosa.

Ao mesmo tempo, o roteiro faz uma crítica contundente às narrativas históricas que legitimaram a violência contra mulheres ao longo do século XX — e às estruturas de poder que repetidamente as ignoraram ou descredibilizaram. O caso de Ângela tornou-se icônico justamente porque expôs, com brutal clareza, como a sociedade estava disposta a culpar uma mulher até mesmo pela sua própria morte.

O movimento que ganhou força após seu assassinato e que contestou publicamente a tese da “defesa da honra” foi um dos marcos da luta feminista no Brasil. O país, a partir dali, começou a questionar com mais força a violência doméstica, os abusos psicológicos e as manipulações emocionais que antecedem agressões físicas.

Ao recontar o caso, a minissérie faz mais do que revisitar um crime: ela lança luz sobre o passado para entender o presente. Em um momento do país em que casos de feminicídio continuam crescendo, a memória de Ângela se torna ainda mais urgente — não como ferida, mas como alerta.

Uma obra que ultrapassa o gênero true crime

Embora carregue elementos do gênero, “Ângela Diniz: Assassinada e Condenada” vai além do true crime tradicional. A obra é, acima de tudo, um memorial audiovisual. Ela busca devolver dignidade à história de uma mulher que teve sua imagem manipulada e reescrita por forças que desejavam justificar o injustificável.

É uma série sobre responsabilidade coletiva. Sobre como olhamos para a violência. Sobre como contamos histórias de mulheres. Sobre como a sociedade precisa reaprender a enxergar vítimas — e agressores — sem recorrer a mitos, estereótipos ou justificativas ultrapassadas.

almanaque recomenda