Dica no Viki: “O Brilho dos Seus Olhos” é um drama sobre recomeços, conexões e o que acontece quando a fama já não basta

0

Há algo de profundamente tocante em histórias sobre recomeços. Talvez porque todos nós, em algum momento, tenhamos sentido que algo estava desmoronando — um sonho, uma relação, uma identidade. É justamente esse sentimento que pulsa no centro de O Brilho dos Seus Olhos, série disponível no streaming Viki. Com uma narrativa sutil, performances envolventes e uma atmosfera de descoberta afetiva, o drama cativa por sua sensibilidade ao retratar a vida de um ex-ídolo que se vê diante de uma segunda chance — não apenas na carreira, mas, talvez, no amor.

Um ex-ídolo no limbo

Pei Jia (vivido de forma comovente por Chen Ye Sheng) é um nome que, anos atrás, fazia multidões gritarem. Um ídolo amado, com fãs devotos e contratos promissores. Mas o tempo foi implacável. A fama murchou, as críticas se tornaram mais duras que elogiosas e o mercado, cruel como costuma ser, o descartou como ultrapassado. Em um momento de baixa, quando tudo parece perdido, uma simples carta de fã reacende algo dentro dele: talvez ainda haja espaço para um novo começo. E essa fagulha o leva a aceitar um papel em uma produção inesperada.

Um parceiro improvável, uma química que surpreende

É aí que entra Su Yi (interpretado com charme e entrega por Huang Xiao), um novato inexperiente, ambicioso e cheio de brilho nos olhos. Su Yi é o tipo de pessoa que pode tanto fascinar quanto irritar alguém como Pei Jia — e de início, o desconforto é mútuo. O jovem ator é primo do roteirista do projeto, e seu envolvimento parece mais nepotismo do que talento. Mas o que começa como desconfiança logo vira curiosidade.

Su Yi quer mais que fama. Ele quer entender, se conectar. E para isso, começa a buscar uma aproximação com Pei Jia que vai além do roteiro. O olhar que ele lança sobre o ex-ídolo é de alguém que enxerga o homem por trás do brilho apagado — alguém ferido, mas com muito a oferecer. A química que surge entre os dois, primeiro como colegas de cena e depois como algo indefinido, é o coração pulsante da história.

Entre bastidores e bastidores da alma

Mas o caminho não é simples. Há um produtor (Wei Ming Jia) misterioso e controlador, que parece disposto a manter Pei Jia distante de qualquer conexão real. A presença desse antagonista silencioso dá à trama um leve toque de tensão psicológica. Quem manipula quem nos bastidores? E o que há por trás da insistência em manter Pei Jia isolado?

A série, dirigida por Wai Wai e Yuan Yuan, evita cair em clichês fáceis. Ela não apressa as emoções, mas constrói lentamente uma relação marcada por pequenos gestos, silêncios que dizem muito e olhares que revelam vulnerabilidades. Os episódios funcionam como um espelho para o espectador: é impossível não se questionar sobre os próprios bloqueios, medos e desejos.

Amor, afeto e novas possibilidades

O Brilho dos Seus Olhos é, no fim das contas, sobre aquilo que nos faz continuar. Sobre enxergar o outro além das aparências. Sobre curar antigas feridas com novas conexões. E sobre como a arte — seja ela o cinema, a música ou o teatro — pode se tornar o palco onde nossos sentimentos mais verdadeiros ganham voz.

A atuação de Chen Ye Sheng é especialmente digna de nota. Com um olhar melancólico e gestos contidos, ele compõe um Pei Jia introspectivo, quase sempre em conflito interno. Já Huang Xiao imprime ao seu Su Yi uma doçura impaciente e vibrante, como quem tem muito a provar — para os outros, mas principalmente para si.

Completam o elenco Shao Hong Fei, também em um papel chave na produção que une os dois protagonistas, e Wei Ming Jia como o tal produtor de intenções ambíguas. A direção aposta em planos delicados, muitas vezes silenciosos, que deixam o espectador sentir junto, sem precisar dizer tudo em palavras.

Por que assistir?

Se você gosta de histórias sobre recomeços, afetos que florescem devagar e personagens que precisam reaprender a confiar, O Brilho dos Seus Olhos vai te tocar. É uma série sobre fama e solidão, mas também sobre escuta, cuidado e conexão inesperada. Nada nela é forçado — até mesmo o romance, que surge como possibilidade, é tratado com delicadeza e ambiguidade, deixando o espectador livre para sentir com os personagens.

Entre momentos de dor, ternura e esperança, a série nos convida a olhar de novo — não só para o outro, mas também para nós mesmos.

Talvez, no fim, a gente perceba que o brilho dos olhos de alguém é, muitas vezes, o reflexo da luz que conseguimos despertar nele. E isso, por si só, já vale a jornada.

Disponível no Viki. Assista com o coração aberto.

Arquivo A desta quinta (24/07) traz um olhar aprofundado sobre os avanços e impactos da inteligência artificial

0

Nesta quinta-feira, 24 de julho de 2025, às 21h, o programa Arquivo A, da TV Aparecida, convida o público para uma viagem ao fascinante universo da inteligência artificial (IA). Com reportagem assinada pelo jornalista Leandro Oliveira, a produção oferece uma análise detalhada sobre a evolução desta tecnologia que vem transformando nosso cotidiano, expondo suas múltiplas aplicações, desafios éticos e o debate atual sobre a relação entre a inteligência humana e a artificial.

A inteligência artificial, que até pouco tempo parecia ficção científica, já é uma realidade presente em nossas vidas — muitas vezes de forma sutil e silenciosa. Por trás dos assistentes virtuais que respondem perguntas, dos sistemas que recomendam filmes e músicas, e das máquinas que auxiliam médicos em diagnósticos, está a força de uma tecnologia em constante aprimoramento, que desafia não apenas a engenharia, mas também a filosofia, a ética e a forma como enxergamos o próprio ser humano.

A história e a evolução da inteligência artificial

O episódio começa com uma contextualização histórica da inteligência artificial, resgatando as origens da ideia de máquinas pensantes que remontam à antiguidade, passando por conceitos fundamentais da ciência da computação e inteligência cognitiva.

A reportagem destaca o ano de 2010 como um marco para o desenvolvimento da IA, quando algoritmos de aprendizado de máquina e redes neurais começaram a mostrar resultados expressivos e aplicações práticas. Antes disso, a IA era mais um campo teórico, cercado de expectativas e desafios técnicos.

Desde então, a inteligência artificial se aprimorou rapidamente, impulsionada pelo aumento da capacidade computacional, a disponibilidade de grandes volumes de dados (o chamado Big Data) e avanços em algoritmos que permitiram às máquinas “aprenderem” por conta própria, reconhecendo padrões e tomando decisões com um nível de autonomia antes inimaginável.

As múltiplas faces da inteligência artificial no cotidiano

Um dos grandes destaques da reportagem é mostrar que a inteligência artificial está longe de ser uma tecnologia restrita a laboratórios ou grandes empresas de tecnologia. Ela está inserida em diversas áreas da sociedade, muitas vezes de forma invisível, mas fundamental.

Inclusão e acessibilidade

No campo da inclusão social, a IA tem sido uma ferramenta poderosa para derrubar barreiras. Tecnologias de reconhecimento de voz e imagem ajudam pessoas com deficiência visual ou auditiva a acessar informação e se comunicar com mais facilidade. Sistemas de tradução automática aproximam culturas e idiomas, enquanto softwares adaptativos oferecem apoio personalizado para alunos com dificuldades de aprendizagem.

Educação

Na educação, a inteligência artificial permite a criação de ambientes de ensino mais dinâmicos e personalizados. Plataformas inteligentes adaptam o conteúdo de acordo com o ritmo e estilo de aprendizado de cada aluno, oferecendo feedback em tempo real e possibilitando um acompanhamento mais eficaz dos professores.

Saúde

Na área da saúde, a IA é um aliado essencial no diagnóstico precoce de doenças, na análise de imagens médicas e na pesquisa de novos medicamentos. Ferramentas inteligentes auxiliam médicos a interpretar exames complexos, identificar padrões e prever riscos, aumentando a precisão dos tratamentos e salvando vidas.

Segurança

A segurança pública também tem se beneficiado da inteligência artificial, com sistemas que analisam grandes volumes de dados para identificar comportamentos suspeitos e prevenir crimes. Câmeras inteligentes, reconhecimento facial e análise preditiva ajudam as autoridades a agir de forma mais rápida e eficaz.

Evangelização e vida cotidiana

Outro ponto curioso abordado pela reportagem é a forma como a inteligência artificial tem sido incorporada em práticas de evangelização e na rotina religiosa. Chatbots e aplicativos baseados em IA facilitam o acesso a conteúdos espirituais, promovem diálogos e auxiliam comunidades a manterem contato, especialmente em tempos de isolamento social.

O olhar do Vaticano: “Antiqua et Nova” e a ética da inteligência artificial

Em janeiro de 2025, o Vaticano lançou a nota pastoral “Antiqua et Nova”, um documento que estabelece princípios para a convivência harmoniosa entre a inteligência artificial e a inteligência humana. A reportagem explica que a iniciativa é um convite à reflexão ética sobre o uso da tecnologia, reforçando a importância do respeito à dignidade humana e à promoção do bem comum.

O documento discute questões fundamentais como a privacidade, a responsabilidade pelos atos das máquinas, o impacto no trabalho humano e a necessidade de transparência e controle sobre os sistemas de IA. Para o Vaticano, a tecnologia deve ser uma ferramenta a serviço da humanidade, não um fim em si mesma.

Os riscos e desafios da inteligência artificial

Apesar dos avanços e benefícios, a reportagem destaca que a inteligência artificial também traz consigo riscos e desafios que precisam ser enfrentados com seriedade.

Entre os principais perigos estão a automação que pode levar à perda de empregos, a possibilidade de viés e discriminação embutidos nos algoritmos, o uso da IA para vigilância excessiva e a manipulação da informação.

Por isso, a Recod.AI, iniciativa do Instituto de Computação da Unicamp, surge como uma luz no fim do túnel. Com o objetivo de garantir o uso responsável da tecnologia, a Recod.AI atua em parceria com o Ministério Público, prestando suporte técnico em investigações que envolvem o uso da inteligência artificial.

A reportagem detalha como o grupo trabalha para criar normas, desenvolver ferramentas de auditoria de algoritmos e promover a conscientização pública sobre os impactos da IA, defendendo uma aplicação ética, transparente e segura.

Reflexões para o futuro: tecnologia e humanidade caminhando juntas

Ao longo do episódio, o jornalista Leandro Oliveira conduz o público a refletir sobre o futuro da inteligência artificial e sua relação intrínseca com a inteligência humana.

A reportagem levanta questões importantes, como: de que forma a IA pode potencializar o desenvolvimento humano? Como podemos garantir que o avanço tecnológico respeite valores éticos e sociais? E, acima de tudo, como manter o equilíbrio entre automação e humanidade?

Esses temas ressoam em todas as áreas da sociedade e são essenciais para construirmos um futuro onde tecnologia e ser humano coexistam de maneira harmoniosa e produtiva.

Por que assistir o Arquivo A desta quinta?

Com uma linguagem acessível, o programa Arquivo A traz uma cobertura completa, que combina informação técnica, entrevistas com especialistas e exemplos práticos, tornando o assunto inteligível para todos os públicos.

“A Morte do Sr. Lazarescu” chega ao Reserva Imovision e mostra um retrato brutal da desumanização no sistema de saúde

0

Ele está sozinho. Seus gatos miam, a cabeça lateja, a náusea aumenta. Ele liga para a emergência e espera. Não há ninguém mais. Nenhum parente, nenhum amigo. Só a promessa de que alguém — qualquer um — venha socorrê-lo. Assim começa “A Morte do Sr. Lazarescu”, o filme romeno que, duas décadas após chocar plateias ao redor do mundo, finalmente chega ao streaming no Brasil pelo catálogo do Reserva Imovision. E se você ainda não assistiu, prepare-se: não é só um filme. É uma ferida aberta, exposta com precisão cirúrgica. E o mais desconcertante? Você já viu isso acontecer. Talvez mais de uma vez. Talvez com alguém que você conhecia. Talvez com você.

Dirigido por Cristi Puiu, o longa de 2005 é considerado um marco da chamada Nova Onda Romena, movimento cinematográfico que rompeu com os velhos moldes e decidiu filmar a vida como ela é — sem filtros, sem cortes suaves, sem trilha sonora redentora. Em “A Morte do Sr. Lazarescu”, a lente crua da câmera não quer te entreter, quer te obrigar a ficar. A olhar. A não desviar os olhos do que preferimos ignorar: a lenta, dolorosa e cotidiana desumanização de quem mais precisa.

O corpo que apodrece, o sistema que falha

Dante Remus Lăzărescu tem 63 anos. Mora em Bucareste, num apartamento pequeno, apertado, onde divide o espaço com três gatos e os restos de uma vida que já perdeu brilho. Quando começa a passar mal — dores de cabeça intensas, vômitos —, ele liga para a ambulância. Parece simples, como qualquer um faria. Mas o que se segue é tudo, menos simples. Lazarescu é colocado em uma maca e embarca em uma jornada absurda que parece saída de um pesadelo burocrático: de hospital em hospital, de médico em médico, sem que ninguém o acolha de fato.

É alcoolista, dizem uns. Está inventando, pensam outros. E enquanto seu corpo dá sinais claros de falência, os profissionais de saúde se perdem em julgamentos, protocolos, vaidades e distrações. O tempo passa. A dor cresce. A voz some. A morte se aproxima.

Assistir a esse filme é como entrar em um labirinto gelado de corredores hospitalares, onde tudo ecoa: a espera, a negligência, a solidão. Com planos longos e câmera trêmula, Puiu faz o tempo esticar como um elástico prestes a arrebentar. Não há cortes rápidos nem diálogos expositivos. Há silêncios. Muitos silêncios. E, nos espaços entre uma palavra e outra, a verdade grita.

O drama de um é o espelho de muitos

Ion Fiscuteanu, no papel de Lazarescu, não atua — ele se entrega. Seu corpo vai murchando em cena como um galho seco. A voz se apaga aos poucos. E nós, do outro lado da tela, sentimos a impotência de quem vê e não pode fazer nada. Ou pior: de quem assiste, mas costuma virar o rosto na vida real.

Porque todos nós já ouvimos histórias assim. Alguém que morreu esperando atendimento. Alguém que foi ignorado porque parecia bêbado. Alguém que foi diagnosticado tarde demais. A diferença é que, aqui, não é só uma manchete de jornal. É uma jornada íntima, demorada e incômoda. E esse desconforto é o que torna o filme tão necessário.

“A Morte do Sr. Lazarescu” não é sobre um homem apenas — é sobre todos nós. Sobre o que fazemos (ou não fazemos) quando a vida de alguém escapa diante dos nossos olhos, aos poucos, como se fosse aceitável. Sobre como normalizamos o abandono. Sobre como a frieza institucional se tornou rotina.

Quando a câmera se recusa a virar o rosto

É difícil não se perguntar: por que esse filme nos incomoda tanto? Porque não há fuga possível. A câmera insiste em permanecer. Fica ali, mesmo quando tudo em nós implora por um corte. Observa os olhos impacientes dos médicos, os gestos automáticos dos enfermeiros, as desculpas técnicas que escondem a falta de empatia.

Mas, mais do que criticar a medicina, o que o filme revela é algo mais profundo: uma falência ética coletiva. A de uma sociedade que mede o valor de uma vida por sua utilidade, pela sua higiene, pelo seu comportamento. A de pessoas que, na correria, se esquecem que o outro é alguém — alguém com nome, com história, com dor.

Uma morte que nos obriga a acordar

Quando o filme estreou no Festival de Cannes, em 2005, arrebatou a crítica e venceu o prestigiado Prêmio Un Certain Regard. Mas seu impacto não ficou apenas nos prêmios. Ele virou referência. Virou símbolo. Inspirou outros diretores romenos. Chegou a ser comparado a um “anti-drama hospitalar”, por retratar a medicina sem heroísmo, sem glamour, sem finais felizes.

E agora, quase vinte anos depois, sua estreia no catálogo do Reserva Imovision é uma chance rara de reviver essa experiência cinematográfica — ou de enfrentá-la pela primeira vez. Em um mundo saturado de conteúdos efêmeros, onde o próximo filme está a um clique de distância, “A Morte do Sr. Lazarescu” exige tempo, paciência e coragem. Porque é isso que a vida também exige.

Porque talvez Lazarescu seja você. Ou alguém que você ama.

O filme termina em silêncio. Não há trilha triste, nem música de créditos triunfal. Só silêncio. E é nesse silêncio que percebemos: a história não terminou ali. Ela continua, em cada sala de espera, em cada pronto-socorro lotado, em cada voz ignorada. Lazarescu pode ter sido um personagem, mas a sua morte é real — e acontece todos os dias, diante de olhos cansados demais para notar.

No fim, o filme não te pede lágrimas. Ele te pede presença. Te pede escuta. Te pede responsabilidade.

E talvez isso seja o mais próximo da arte verdadeira: aquela que, mesmo quando termina, continua nos mudando por dentro.

Haruka em carne e osso! Novo trailer do live-action de “Wind Breaker” revela lutas intensas

0
Foto: Reprodução/ Internet

O novo trailer do aguardado live-action de Wind Breaker chegou com a força de um cruzado bem encaixado. Em quase dois minutos de vídeo, é possível vislumbrar o que a produção reserva: não apenas combates intensos e coreografias bem executadas, mas também novos personagens, dramas urbanos, dilemas juvenis e uma sensível transformação do protagonista. O teaser entrega mais do que ação — ele sinaliza uma história que vai além da superfície, onde as lutas externas se misturam a conflitos internos, e onde o barulho dos punhos esconde silêncios profundos. Tudo isso sob a direção precisa de Kentarō Hagiwara, que volta a trabalhar com juventudes desajustadas e complexas após projetos como Tokyo Ghoul e Blue Period. Abaixo, veja o vídeo divulgado:

Filmado entre fevereiro e abril deste ano em Okinawa, o longa encontrou nas ruas reais um cenário perfeito para dar vida ao universo urbano da trama. A produção chegou a alugar e redesenhar completamente um distrito comercial da cidade, transformando-o em Makochi — a cidade fictícia onde se passa a narrativa. A Warner Brothers apostou alto em autenticidade, substituindo fundos verdes por tijolos de verdade, letreiros artificiais por fachadas reais e figurantes digitais por pessoas de carne e osso. E essa escolha dá ao filme um tom palpável, quase documental, que amplia o alcance emocional da história.

O roteiro ficou nas mãos experientes de Yōsuke Masaike, vencedor do Prêmio da Academia do Japão, responsável por obras como Anime Supremacy! e A Girl & Her Guard Dog. Com seu estilo focado na transformação íntima de personagens e nos embates emocionais tanto quanto físicos, ele tem o desafio de adaptar uma história que nasceu como mangá e ganhou o coração de milhares de leitores por causa de seus dilemas humanos, não apenas por suas cenas de briga

Haruka e o vazio que se preenche aos poucos

Haruka Sakura não é o típico herói de histórias colegiais. Nem carismático, nem sociável, nem idealista. Ele é duro, calado, e parece carregar nos olhos um peso maior do que sua idade deveria permitir. Sempre à margem, aprendeu desde cedo que as pessoas julgam antes de escutar. E, diante de tanto julgamento, preferiu se calar — e lutar.

Mas em Furin High, escola que parece mais um campo de batalha urbano do que uma instituição de ensino, ele encontra algo que não esperava: acolhimento. A escola tem fama de abrigar delinquentes, mas a verdade é que ali está um grupo peculiar de jovens que usa a força para proteger a cidade de Makochi. Chamam-se “Bofurin” — não apenas um bando de valentões, mas uma irmandade que defende a comunidade das ameaças que rondam seus becos e avenidas.

Haruka chega com um único objetivo: ser o mais forte. Mas o que começa como uma busca egoísta se transforma em algo maior. Ao lutar ao lado dos colegas — e não contra eles — ele descobre algo que nunca experimentou: confiança mútua. Pela primeira vez, ele não precisa provar seu valor com agressividade. Basta estar presente. Em silêncio, ele percebe que existe mais coragem em proteger do que em atacar.

Da marginalidade ao reconhecimento

A jornada de Haruka não é uma fantasia de superação rápida. A cada episódio, a cada página, ele luta mais contra si mesmo do que contra os outros. A força física sempre foi seu escudo, mas agora ele precisa aprender a usar empatia, escuta e lealdade — armas muito mais difíceis de dominar.

É essa transformação que conquistou fãs desde o lançamento do mangá, em janeiro de 2021. Criada por Satoru Nii e publicada pela Kodansha na plataforma digital Magazine Pocket, a obra começou como um sucesso moderado, mas logo se espalhou como um segredo compartilhado entre leitores apaixonados por histórias intensas, mas com alma. Até junho de 2025, já somava 22 volumes encadernados e uma legião fiel de leitores que viram na trajetória de Haruka algo mais do que ação: viram um espelho.

Um sucesso que cruzou oceanos

A adaptação para anime, produzida pelo estúdio CloverWorks, estreou em abril de 2024 e durou até junho, com uma segunda temporada lançada no começo de abril deste ano. A recepção foi calorosa. O estilo de animação moderno e vibrante combinou perfeitamente com o dinamismo da história. Mas o que mais chamou atenção foi o cuidado com o desenvolvimento emocional dos personagens. Cada diálogo, cada expressão animada carregava nuances — e isso fez com que a obra ganhasse status de fenômeno, não apenas entre adolescentes, mas entre adultos que reconhecem o peso dos silêncios, das máscaras sociais e da busca por aceitação.

No Brasil, o mangá foi licenciado pela Panini em 2023 e já alcançou boas vendas e resenhas positivas. A identificação com os personagens foi imediata. Afinal, muitos brasileiros também conhecem o peso de crescer em cidades partidas, de encontrar apoio onde menos se espera e de sobreviver à base de resiliência.

A Okinawa transformada em Makochi

Para dar vida à cidade fictícia onde se passa a história, a produção não poupou esforços. Okinawa foi escolhida não apenas por sua paisagem urbana realista, mas também por sua alma. O distrito comercial alugado pela equipe foi completamente reconfigurado: placas foram trocadas, prédios envelhecidos artificialmente, grafites pintados por artistas convidados, e figurantes locais incluídos nas cenas. Em vez de recriar Makochi digitalmente, o filme a construiu no mundo real.

Esse cuidado traz uma camada extra à experiência do espectador. Ao ver Haruka correndo por ruas que parecem de verdade, ao assistir combates em becos com sujeira e rachaduras reais, há uma imersão quase tátil. E quando os personagens caem, se erguem ou se olham em silêncio, é possível sentir que estamos ali, como parte daquela cidade que sangra, pulsa e espera ser protegida.

As lutas dizem mais do que palavras

O novo trailer revelou também cenas inéditas de combate, com coreografias que prometem elevar o nível da ação. Mas não espere pancadaria gratuita. As lutas aqui têm peso narrativo. Cada soco, cada esquiva, cada queda carrega intenções, frustrações, memórias. A equipe de dublês e coordenadores de ação trouxe uma mistura de técnicas de rua com artes marciais tradicionais, construindo um estilo visual que é brutal, mas ao mesmo tempo coreografado com elegância.

O diretor Kentarō Hagiwara deixou claro, em entrevistas recentes, que o objetivo era fazer com que cada briga contasse uma história. “Lutar, nesse filme, é uma forma de se comunicar”, disse ele. “É uma linguagem que esses personagens dominam porque o mundo nunca os escutou. E agora, eles finalmente estão sendo ouvidos.”

O lado humano do caos

Para além da estética de lutas e da ambientação urbana impecável, o que mais chama atenção na adaptação é a intenção de mergulhar fundo nos dilemas humanos dos personagens. O grupo Bofurin é diverso: há o impulsivo, o introspectivo, o que ri demais para esconder a dor, o que não fala por medo de se expor. Cada um traz uma bagagem emocional que vai sendo desvelada aos poucos.

Haruka, o centro da narrativa, representa todos aqueles que foram rotulados cedo demais. Mas ao redor dele estão jovens que também precisam de aceitação, mesmo que usem a violência como armadura. É nesse ponto que a produção emociona — quando mostra que, às vezes, o maior ato de coragem é baixar a guarda.

Estreia, expectativas e futuro

A estreia está marcada para 5 de dezembro nos cinemas japoneses. Ainda não há confirmação oficial sobre distribuição internacional, mas especula-se que o filme chegue a streamings como HBO Max ou Netflix em 2026. A expectativa é alta, não apenas entre os fãs do material original, mas também entre cinéfilos atentos a adaptações cuidadosas e cheias de propósito.

Se a recepção for positiva, é bem possível que a história se desdobre em mais produções — talvez uma sequência, talvez uma série. Material não falta. O mangá segue em publicação ativa, e a base de fãs cresce a cada mês. O mundo criado por Satoru Nii é rico, atual e emocionalmente potente. Há muito mais a explorar.

Dirigido por Chris Stuckmann, “A Maldição de Shelby Oaks” ganha novo pôster

0
Foto: Reprodução/ Internet

Quando o passado bate à porta, nem sempre é com boas lembranças. Às vezes, ele vem com olhos escuros, sombras nos cantos e uma pergunta sem resposta: e se aquilo que você acreditava ser fruto da imaginação… fosse real?

É essa tensão entre memória e realidade que guia “A Maldição de Shelby Oaks” (The Haunting of Shelby Oaks), o novo longa de terror da NEON que chega aos cinemas brasileiros no dia 30 de outubro, em plena temporada de Halloween. Com direção de Chris Stuckmann — crítico de cinema que estreia atrás das câmeras em um projeto autoral — e um elenco que mistura nomes consagrados como Keith David (Eles Vivem, O Enigma de Outro Mundo, Crash – Estranhos Prazeres, Requiem para um Sonho), Camille Sullivan (Hunter Hunter, Inteligência Artificial: Acesso Restrito, The Disappearance) e Robin Bartlett (Uma Babá Quase Perfeita, Requiem para um Sonho, Contágio), o filme já chega cercado de expectativas, especialmente após o lançamento do novo pôster e a promessa do primeiro trailer para esta sexta-feira (1º de agosto).

Um terror que nasce da obsessão

A história gira em torno de Mia, uma mulher que nunca superou o desaparecimento misterioso da irmã anos atrás. O tempo passou, mas a dor ficou. E mais do que isso: se transformou em um tipo peculiar de compulsão. À medida que ela revisita os lugares da infância, relê cartas, assiste a vídeos antigos e se reconecta com pessoas do passado, Mia começa a reconstruir uma narrativa que parecia enterrada — e encontra algo que não esperava: indícios de que o “amigo imaginário” demoníaco da infância talvez nunca tenha sido só imaginação.

Stuckmann, que se inspirou em vídeos virais, relatos de desaparecimentos reais e registros de fenômenos paranormais para construir o roteiro, aposta num terror atmosférico, psicológico, quase paranoico. A dúvida que conduz o espectador não é apenas “o que aconteceu com a irmã?”, mas “em que ponto a sanidade de Mia começa a desmoronar?”. O diretor propõe um jogo mental constante, onde o espectador se vê preso à mesma armadilha que a protagonista: entre querer descobrir a verdade e temer que ela seja pior do que qualquer suposição.

O nascimento de uma maldição moderna

O projeto de Shelby Oaks começou como uma proposta ousada de cinema independente. Financiado inicialmente via crowdfunding, o filme chamou a atenção não apenas pela mobilização dos fãs de terror na internet, mas pelo estilo narrativo que prometia algo diferente do susto fácil e das fórmulas convencionais. Foi aí que a NEON entrou na jogada, assumindo a produção e garantindo um lançamento internacional.

O diretor Chris Stuckmann, que durante anos acumulou milhões de visualizações em seu canal do YouTube comentando filmes de todos os gêneros, queria fazer mais do que homenagear os clássicos. Ele queria construir algo próprio. E para isso, mergulhou em uma narrativa que mistura as tensões da perda com o horror do desconhecido. Segundo ele, “o filme não é sobre monstros debaixo da cama. É sobre os monstros que criamos para sobreviver à dor.”

Com um orçamento de US$ 5 milhões, A Maldição de Shelby Oaks é modesto em escala, mas ambicioso em proposta. As locações foram escolhidas a dedo para evocar uma sensação de decadência suburbana, onde o tempo parece parado e as casas guardam mais segredos do que histórias felizes. Os elementos sobrenaturais surgem aos poucos, sempre sob o véu da dúvida, nunca completamente explícitos — o que contribui para a atmosfera sufocante e tensa do filme.

Elenco afiado e tensão constante

No papel principal, Camille Sullivan entrega uma performance intensa e contida como Mia. Sua atuação carrega o peso do luto, da inquietação e da gradual descida à obsessão com uma sutileza rara no gênero. Não é uma “final girl” típica: é uma mulher madura, marcada, em pedaços, mas com uma fúria interior que beira o desespero. Keith David, por sua vez, interpreta um enigmático personagem do passado da irmã desaparecida — e rouba cada cena em que aparece. Robin Bartlett, veterana de teatro e televisão, encarna uma figura ambígua, que pode ou não ser chave na trama do desaparecimento.

Com 99 minutos de duração, o filme evita o excesso e não se rende a soluções fáceis. Nada de sustos gratuitos ou efeitos digitais espalhafatosos: Shelby Oaks aposta na sugestão, na trilha sonora incômoda, nos ruídos fora do quadro e nos silêncios densos. O medo vem daquilo que não se vê, daquilo que não se sabe — e daquilo que se sente quando se está sozinho num quarto escuro e há algo olhando de volta.

Um Halloween com cara de trauma

A estreia marcada para 30 de outubro não é coincidência. Em meio ao circuito de Halloween, onde longas como Jogos Mortais: Renascimento e A Entidade 3 disputarão atenção nas salas, o novo filme pode surpreender como a alternativa mais psicológica e angustiante da temporada. Um filme que não aposta na quantidade de sangue, mas na profundidade das feridas.

A Diamond Films, responsável pela distribuição no Brasil, promete uma campanha voltada aos fãs de suspense e mistério, além de sessões especiais com debates sobre saúde mental, luto e a tênue linha entre realidade e delírio. Não à toa: embora o filme se enquadre no gênero de terror, sua alma é essencialmente dramática.

Um diretor que conhece o medo — por dentro

O nome Chris Stuckmann ainda pode não ser familiar para quem não acompanha os bastidores do cinema online, mas o americano tem se tornado uma voz relevante. Depois de anos como crítico, ele decidiu aplicar seu conhecimento em prática — e o resultado, pelo que os primeiros comentários apontam, é um terror maduro, íntimo e surpreendente.

Em entrevistas recentes, Stuckmann revelou que muitas das ideias de Shelby Oaks surgiram de seus próprios pesadelos e de experiências de infância que ele costumava ignorar. “Não é uma história autobiográfica, mas os medos são meus”, disse ele.

Essa proximidade com o tema ajuda a explicar o tom sincero e desconcertante do longa. Ao invés de se esconder atrás de máscaras ou criaturas sobrenaturais elaboradas, Shelby Oaks escancara um tipo de terror mais raro: o medo de não saber se estamos perdendo alguém — ou a nós mesmos.

O que podemos esperar?

Com estreia confirmada no Brasil para o dia 30 de outubro, o longa-metragem promete ser um dos destaques do terror em 2025, sobretudo para quem prefere sustos que fiquem na cabeça por dias, não apenas no corpo por segundos. E o trailer, que chega nesta sexta-feira, 1º de agosto, deve dar as primeiras pistas da jornada sinistra de Mia e da escuridão que habita a cidade (e a mente) de Shelby Oaks.

Steven Knight assume roteiro e Denis Villeneuve deve dirigir o próximo 007 sob o comando total da Amazon

0
Foto: Reprodução/ Internet

Durante décadas, ele foi o homem mais enigmático do cinema. Um ícone de elegância e brutalidade, charme e destruição. De Sean Connery a Daniel Craig, passando por Roger Moore, Pierce Brosnan e tantos outros momentos da cultura pop, James Bond sobreviveu a guerras frias, à Guerra do Golfo, ao terrorismo, ao streaming e até às próprias contradições. Agora, às vésperas de completar 65 anos nas telonas, 007 se prepara para viver seu maior desafio: se reinventar de verdade.

Desta vez, o que está em movimento vai muito além da troca de ator ou da inclusão de tecnologias mais modernas nas cenas de ação. Estamos falando de uma transformação profunda — quase cirúrgica — na alma de James Bond. Segundo informações do Deadline, a Amazon MGM Studios escolheu Steven Knight, criador da aclamada série “Peaky Blinders”, para assinar o novo roteiro da franquia. E, para completar esse reposicionamento ambicioso, o estúdio mira alto: Denis Villeneuve, diretor de Duna e A Chegada, desponta como o favorito para assumir a direção do próximo capítulo da saga do espião mais icônico do cinema.

Sim, Bond está voltando. Mas não como antes.

O fim da “Era Broccoli”?

Talvez o maior movimento por trás dos holofotes tenha sido justamente esse: a Amazon, que adquiriu a MGM em 2022 por US$ 8,5 bilhões, finalmente conseguiu o que ninguém antes havia feito — tomar para si o controle criativo da franquia 007, até então cuidadosamente guardado por Barbara Broccoli e Michael G. Wilson. A dupla, herdeira do legado de Albert “Cubby” Broccoli, era conhecida por proteger Bond com mãos firmes — às vezes até demais.

Segundo fontes da indústria, a negociação foi longa, cheia de exigências, cláusulas e concessões, mas o resultado foi um cheque generoso (fala-se em cerca de US$ 1 bilhão) e um novo caminho para o agente com licença para matar. Agora, quem dita as regras é a Amazon — e a mudança de clima já é perceptível.

Steven Knight e o 007 com cicatrizes

Knight não é um roteirista comum. Com uma carreira que vai de roteiros premiados (Senhores do Crime, Locke) a criações originais de impacto como Peaky Blinders, ele carrega uma assinatura marcante: suas histórias são feitas de homens em conflito com seu próprio passado, cercados por sombras do poder e assombrados por erros pessoais. Não é difícil imaginar esse olhar aplicado a Bond.

O que podemos esperar? Um 007 mais humano, mais torturado, talvez até mais silencioso. Esqueça as piadas fáceis e as conquistas em sequência. Essa nova encarnação pode ser menos um playboy invencível e mais um homem lidando com o peso de representar um império em decadência. Em outras palavras: não mais um herói, e sim um reflexo dos dilemas contemporâneos.

Villeneuve: estilo, densidade e cinema com “C” maiúsculo

Embora a presença de Denis Villeneuve ainda não tenha sido oficialmente confirmada, o nome do diretor canadense tem circulado com força nos bastidores. E com razão: Villeneuve é hoje um dos cineastas mais respeitados do mundo, capaz de transformar blockbusters em experiências quase poéticas. Ele entende o silêncio, o tempo e o peso da atmosfera.

Em Sicario, ele mostrou como a guerra contra o crime pode ser moralmente insustentável. Em Blade Runner 2049, traduziu solidão e identidade num universo tecnológico opressivo. Em Duna, reimaginou a ficção científica com escala e respeito à complexidade.

Bond, sob Villeneuve, pode ser menos “tiro, porrada e bomba” e mais introspecção, estratégia e desespero contido. E isso pode ser ótimo.

Quem será o novo Bond?

Essa é a pergunta que não quer calar. Desde que Daniel Craig se despediu do personagem com Sem Tempo Para Morrer (2021), especulações não pararam. Regé-Jean Page, Aaron Taylor-Johnson, Henry Golding… cada semana parece trazer um favorito diferente.

Mas fontes ligadas à produção garantem que ainda estamos longe da escolha final. Com o roteiro em desenvolvimento e Villeneuve ainda ocupado com Duna: Parte Três, o foco agora está na essência do novo filme, não apenas na escalação do astro.

E isso, talvez, seja um bom sinal. Afinal, o próximo Bond não deve ser só um rosto bonito — mas um ator capaz de carregar o peso de um personagem em reconstrução.

Bond, James Bond… ainda importa?

Em 2025, essa é uma pergunta válida. Ainda faz sentido ter um espião britânico, branco, cis e armado, salvando o mundo em nome de uma monarquia europeia? Ainda faz sentido o glamour de um homem que dorme com mulheres perigosas e resolve tudo com socos e explosões?

A resposta talvez esteja na forma como essa nova fase for conduzida. Steven Knight e Denis Villeneuve são, acima de tudo, autores. Contadores de histórias. E se alguém pode pegar um personagem tão saturado, tão icônico, e fazê-lo respirar novamente, são eles.

Bond pode ser mais do que um símbolo do passado. Pode ser um espelho do presente.

O que nos espera?

Provavelmente um 007 mais melancólico. Menos foco em gadgets e mais em dilemas morais. Um filme que talvez comece com silêncio, em vez de uma perseguição alucinada. Um Bond que se pergunta se ainda tem lugar no mundo — e não um que já sabe todas as respostas.

Demi Lovato acelera o coração dos fãs com “Fast”, seu novo single pop e emocional

0
Foto: Reprodução/ Internet

Demi Lovato está de volta — e, como sugere o título do novo single, voltou rápido. “Fast”, lançado nesta sexta-feira (1º), marca a estreia oficial de uma nova fase na carreira da cantora norte-americana, após o álbum de rock Holy Fvck (2022). Desta vez, o caminho escolhido é um pop mais melódico e emocional, embalado por batidas modernas, refrão forte e uma produção afinada por Zhone — o mesmo produtor que já trabalhou com Troye Sivan, Charli XCX e Kesha.

Se Holy Fvck foi raiva e catarse, Fast é vulnerabilidade e reflexão. A letra fala sobre o tempo que escapa, as dores que amadurecem e a urgência de se viver com autenticidade. E claro, como sempre, Demi entrega vocais poderosos, uma presença cativante e a honestidade que a transformou em uma das artistas mais queridas (e reais) da música pop contemporânea.

“Tudo passou rápido demais”

A música começa suave, quase como uma confissão: “Time slipped through my fingers / I blinked, and it was gone” (“O tempo escorregou entre meus dedos / Pisquei e já tinha ido embora”). Aos poucos, entra a batida — sintetizadores em camadas, baixos marcantes e um ritmo que remete à estética da era Confident, mas com nuances modernas do synthpop e uma pegada quase nostálgica dos anos 2010.

Na composição, Demi revisita sentimentos antigos, fala sobre amores que se foram, momentos que não voltam e decisões que hoje ela vê com mais clareza. Apesar do tom melancólico, a canção tem energia de superação — algo entre a maturidade de quem viveu muito e a liberdade de quem não precisa mais provar nada para ninguém.

É uma canção sobre seguir em frente, mesmo quando tudo parece estar correndo mais depressa do que conseguimos acompanhar.

Leia também:
“Além do Direito” | Netflix divulga trailer oficial e revela estreia do novo drama jurídico coreano
“Sandman” vai ter 3ª temporada? Criador fala sobre o fim da série e o futuro dos sonhos na Netflix

Pop com assinatura emocional

Embora seja um retorno ao pop, Fast não soa como um revival gratuito. Pelo contrário, soa como evolução. A produção de Zhone é sofisticada, polida e emocional sem ser melodramática. Ele mantém a essência pop que marcou os primeiros discos de Demi, mas insere texturas eletrônicas e arranjos sutis que ampliam o impacto da música.

Um novo álbum à vista?

A canção é o primeiro single de um novo álbum de estúdio que será lançado ainda em 2025. Este será o nono disco da carreira de Demi Lovato e já desperta grandes expectativas entre fãs e críticos. De acordo com o que a própria artista compartilhou nas redes sociais, o disco será mais “pop com conteúdo”, misturando batidas dançantes com letras intensas, que abordam desde amadurecimento até identidade pessoal.

O álbum tem produção executiva de Zhone e deve contar com colaborações importantes, incluindo nomes como Troye Sivan, Doja Cat e Rina Sawayama. Ao todo, mais de 40 faixas foram gravadas durante o processo de criação — o que indica que Demi esteve em uma fase altamente produtiva nos estúdios.

E sim, já se fala em turnê: rumores indicam datas internacionais em 2026, com passagens pela América Latina e uma possível apresentação no Brasil.

Por que “Fast” importa?

Em um mercado pop repleto de lançamentos semanais e algoritmos sedentos por viralizações, Demi entrega algo raro: um retorno com alma. “Fast” não é apenas mais uma música para dançar ou adicionar a uma playlist. É uma declaração artística sobre o tempo, a memória e a reconciliação consigo mesma.

Para fãs de longa data, a música ecoa como uma carta aberta. Para novos ouvintes, pode ser um convite para mergulhar no repertório de uma artista que sobreviveu às pressões da indústria e transformou dor em força criativa.

O que esperar daqui pra frente?

Se depender da nova música, o novo álbum da artista será pop, sim — mas longe de ser superficial. A artista parece pronta para retomar seu espaço nas paradas com consistência e profundidade. E tudo indica que essa será sua era mais coesa e consciente até agora.

Dinossauros de volta ao topo! Jurassic World: Recomeço ultrapassa US$ 760 milhões no mundo

0
Foto: Reprodução/ Internet

É curioso como algumas histórias insistem em não acabar. E talvez seja justamente isso que as mantém vivas. Em um mundo onde reboots e continuações parecem brotar com a mesma velocidade de memes nas redes sociais, é fácil olhar com ceticismo para mais um filme da franquia Jurassic Park. Mas Jurassic World: Recomeço, o novo capítulo lançado em 2025, tem provado que — apesar das dúvidas — ainda há um enorme apetite por dinossauros. Literalmente.

Com US$ 766 milhões arrecadados nas bilheteiras mundiais, sendo US$ 317 milhões só nos Estados Unidos, o longa dirigido por Gareth Edwards não é apenas um sucesso comercial. Ele é também uma tentativa ambiciosa de resgatar um sentimento que parecia enterrado nas trilhas de Isla Nublar: a admiração, o medo e o fascínio diante do desconhecido. As informações são do Omelete.

Mas para além dos números e dos efeitos especiais, o que o novo filme tem a dizer? E mais: ele realmente precisava existir?

A natureza se adapta. A franquia também.

Cinco anos se passaram desde os eventos de Jurassic World: Domínio — tanto na cronologia da história quanto no nosso mundo real. Depois da confusão global causada pelos dinossauros soltos no planeta, a Terra meio que “resolveu” o problema por conta própria. As criaturas sobreviveram apenas em zonas tropicais remotas, lugares hostis para humanos, mas semelhantes aos seus habitats originais. Foi a forma do planeta dizer: “Vocês mexeram demais, agora deixem que eu arrumo.”

É nesse cenário que conhecemos Zora Bennett, vivida por Scarlett Johansson, uma agente secreta recrutada para uma missão com cara de “última chance”. Ela se une ao paleontólogo Dr. Henry Loomis (Jonathan Bailey) e ao líder da operação Duncan Kincaid (Mahershala Ali), em uma jornada até a misteriosa Ilha Saint-Hubert — um lugar que, como muitas ilhas no universo Jurassic, deveria ter continuado inacessível.

O plano é encontrar três espécies raríssimas — uma terrestre, uma marinha e uma voadora — e coletar seu DNA. A promessa é tentadora: esse material genético pode revolucionar a medicina e salvar milhões de vidas. Mas a gente já sabe como esse tipo de história termina, não é?

Entre monstros e memórias

Quando a equipe chega à ilha, percebe que não está sozinha. Uma família de turistas — que deveria estar em um passeio tranquilo — foi surpreendida por criaturas marinhas e acabou naufragando ali. Com isso, o filme ganha uma camada emocional importante. Não é só uma missão científica ou militar. Há crianças em perigo, pais desesperados e jovens apaixonados tentando sobreviver a algo que jamais imaginaram enfrentar.

E é aí que Recomeço revela sua face mais sombria. A ilha, usada no passado como centro de pesquisa pela InGen, guarda segredos que ninguém deveria ter redescoberto. Criaturas modificadas, híbridos fracassados, dinossauros com mais membros do que deveriam ter. Um deles, inclusive, é o Distortus rex, um T. rex mutante com seis membros e aparência assustadoramente alienígena. Outro destaque são os Mutadons, mistura bizarra entre pterossauros e velociraptores, que cruzam o céu como pesadelos com penas.

O retorno do Espinossauro, ausente há anos, também empolga os fãs mais antigos. Mas ele vem repaginado, mais ameaçador e com presença digna de antagonista. O filme, de fato, entrega quando o assunto é visual.

O humano por trás da missão

Talvez o maior mérito de Recomeço não esteja nos dinossauros — mas nas pessoas. Scarlett Johansson lidera o elenco com segurança e sensibilidade. Sua Zora é uma mulher treinada, estratégica, mas que claramente carrega traumas. Ela não está ali apenas por dever, mas porque acredita, de alguma forma, que pode corrigir erros do passado. Johansson não interpreta uma heroína de ação caricata — ela é humana, falha e determinada.

Mahershala Ali, como Duncan, confere um tom sóbrio à liderança, enquanto Jonathan Bailey surpreende ao fugir do estereótipo do cientista ingênuo. O trio funciona bem, e suas interações — em meio a perseguições, ataques e descobertas — ajudam a manter o público engajado.

O núcleo da família naufragada, com Manuel Garcia-Rulfo e os jovens Luna Blaise, David Iacono e a pequena Audrina Miranda, representa o lado mais vulnerável da história. Eles não queriam estar ali, mas agora lutam por sobrevivência. E é através deles que o filme consegue arrancar os momentos mais sinceros.

Uma bilheteria promissora, um futuro em aberto

Com US$ 8,4 milhões arrecadados só no último fim de semana nos Estados Unidos, o novo longa da franquia de Dinossauros continua firme nas bilheteiras, mesmo após mais de um mês em cartaz. Ainda não chegou ao bilhão como seu antecessor, mas parece não estar preocupado com isso. O longa foca em construir novos caminhos, e não apenas repetir velhas fórmulas.

Saiba qual filme vai passar na Sessão da Tarde desta terça (05/08)

0
Foto: Reprodução/ Internet

Na tarde desta terça, 5 de agosto, a TV Globo brinda seu público com um filme que une leveza, tradição e emoção familiar na medida certa: “O Pai da Noiva” (2022). Protagonizado por Andy García e Gloria Estefan, essa versão repaginada do clássico hollywoodiano ganha uma nova roupagem ao celebrar as raízes latino-americanas e as inevitáveis transformações nos laços familiares em tempos modernos. Exibido na Sessão da Tarde, o longa é mais do que uma comédia romântica sobre casamento — é um mergulho em conflitos geracionais, afetos contidos e o poder dos recomeços.

E para além da programação televisiva, a produção está disponível em plataformas como a HBO Max (streaming por assinatura) e Prime Video (compra a partir de R$ 19,90). Mas o que faz essa história merecer destaque entre tantas outras narrativas familiares? Vamos juntos descobrir.

O reencontro de um pai com suas filhas — e consigo mesmo

O arquiteto Billy Herrera (Andy García) é um homem de princípios. E de teimosia também. Ele ama profundamente sua esposa e suas três filhas, mas demonstra isso com rigidez, orgulho e apego às tradições. Sua filha mais velha, Sofia (Adria Arjona), retorna para casa após anos de distância — agora formada em Direito, madura, decidida. Mas traz uma surpresa que vira a vida da família de cabeça para baixo: está noiva e quer se casar em um mês.

O que para muitos pais poderia ser motivo de celebração, para Billy soa como um terremoto emocional. Ainda mais porque Sofia pediu o namorado em casamento, deseja uma cerimônia modesta, não religiosa, não cubana, e quer se mudar com o noivo para o México, onde trabalharão em uma ONG. Para Billy, um defensor ferrenho dos valores tradicionais e da cultura cubana, é como se todas as estruturas que ele ajudou a construir — na vida e na mente — estivessem ruindo.

A partir daí, a trama costura as tensões entre tradição e modernidade, orgulho e entrega, família e autonomia. E, acima de tudo, o filme questiona: até que ponto estamos dispostos a mudar por amor?

Gloria Estefan e Andy García: química madura e agridoce

A presença de Gloria Estefan, um ícone latino da música e do cinema, é mais que um bônus afetivo para o espectador: ela interpreta Ingrid, a esposa de Billy, com uma doçura silenciosa e firmeza emocional que contrastam com o temperamento impetuoso do marido. O casal está em crise. Estão fazendo terapia de casal e, na primeira cena, Ingrid avisa: quer o divórcio.

Mas antes que possam contar às filhas, Sofia anuncia seu noivado, e eles decidem adiar a separação para não abalar o casamento da filha. Assim, encenam uma espécie de “casamento de fachada” que, curiosamente, reacende memórias e sentimentos esquecidos. Estariam eles prontos para tentar novamente?

O filme encontra força justamente aí: no entrelaçar dos afetos desgastados e na possibilidade de reconstrução — mesmo quando tudo parece tarde demais.

Conflitos culturais: o casamento é de quem?

Entre os muitos trunfos de “O Pai da Noiva” está sua capacidade de transformar o casamento, muitas vezes reduzido a um evento superficial, em um campo de batalha emocional e cultural. O pai de Adan, Hernan Castillo (Pedro Damián), é um magnata mexicano carismático e, como Billy, acostumado a controlar tudo. Quando os dois se encontram, é como se duas nações entrassem em choque.

Eles discordam sobre tudo: onde será o casamento, quem vai pagar, como será a cerimônia. Hernan oferece um iate, uma ilha, um buffet de luxo. Billy insiste em algo mais familiar, com música cubana e tradição. No fundo, a guerra entre os dois é um reflexo de outra tensão: o medo de perder a filha, o medo de envelhecer, o medo de ser substituído.

E nesse embate de egos, o filme oferece momentos hilários, mas também pungentes. Em um mundo que valoriza a autonomia, como aceitar que os filhos escolham caminhos que contrariam tudo o que acreditamos?

As filhas e a reinvenção do afeto

Enquanto Sofia representa a mulher decidida, empoderada e disposta a romper com expectativas, Cora (Isabela Merced), a filha mais nova, dá ao filme um sopro de criatividade e rebeldia. Aspirante a estilista, ela é a responsável por criar o vestido de noiva da irmã — um símbolo de reconciliação, liberdade e também desafio à rígida cerimonialista Natalie Vance (Chloe Fineman), uma caricatura hilária do universo dos casamentos de elite.

Cora também escuta, observa, e é quem descobre, sem querer, a verdade sobre o iminente divórcio dos pais — desencadeando uma crise que quase inviabiliza o casamento.

A beleza da narrativa está na forma como as filhas, longe de serem coadjuvantes, são os motores da transformação de seus pais. Elas não apenas aprendem com Billy e Ingrid, mas os forçam a enxergar o que realmente importa: a conexão, o respeito, a escuta.

O casamento que quase não aconteceu

O filme não economiza em reviravoltas. Quando finalmente tudo parece acertado, uma tempestade tropical atinge Miami, bloqueia a ponte de acesso ao local do casamento e destrói a infraestrutura do evento. Parece um presságio, uma metáfora do caos emocional que antecede grandes decisões.

Mas, ao contrário do que o cinema muitas vezes retrata, o casamento não é cancelado. Ele é reinventado.

Com criatividade e união, as duas famílias decidem realizar a cerimônia na casa dos Herrera. Ali, longe dos holofotes e das convenções, o amor floresce de forma simples e tocante. A cerimonialista improvisa, o pai se reconcilia com o genro, e Billy, finalmente, deixa a filha ir — não como perda, mas como celebração de sua jornada.

É nesse momento que o filme atinge sua força emocional máxima: quando o controle dá lugar à confiança. Quando o orgulho cede espaço ao afeto. Quando o “pai da noiva” entende que seu maior papel não é proteger, mas apoiar.

Por que vale assistir?

O longa é mais do que uma comédia romântica. É um espelho dos nossos tempos: onde filhos crescem rápido demais, pais têm dificuldade de aceitar, e todos buscamos uma forma de nos reconectarmos. Em um mundo acelerado e fragmentado, o filme convida o espectador a desacelerar e refletir: o que é, afinal, um casamento? E o que é amar de verdade?

David Garrett lança “Millennium Symphony” e anuncia turnê mundial com show em São Paulo

0
Foto: Reprodução/ Internet

David Garrett é um nome que há muito transcende o universo clássico para se tornar sinônimo de inovação, talento e ousadia musical. Ao longo de mais de 30 anos de carreira, ele tem sido um dos raros artistas a atravessar fronteiras entre estilos musicais, conquistando fãs tanto nas salas de concerto quanto nas maiores arenas do mundo. Agora, o violinista alemão lança seu mais audacioso projeto até hoje: o álbum Millennium Symphony, que transforma os maiores hits dos últimos 25 anos em verdadeiras sinfonias contemporâneas.

Mais do que um lançamento discográfico, essa obra marca o início de uma nova fase para Garrett, que acaba de firmar um contrato global com a gigante Live Nation, garantindo uma turnê mundial em arenas — um verdadeiro espetáculo visual e sonoro que promete revolucionar a forma como o violino é apresentado ao público. A América Latina está no roteiro, com shows confirmados no México, Peru, Argentina, Brasil e Colômbia.

Para os fãs brasileiros, a expectativa é ainda maior, pois São Paulo receberá o artista e sua banda no dia 30 de novembro, na moderna Suhai Music Hall. Os ingressos já estão disponíveis, com opções que facilitam a compra, incluindo parcelamento sem juros e bilheteria oficial sem taxa de conveniência, garantindo acessibilidade para o público.

Garrett construiu uma carreira marcada pela busca constante de novas linguagens musicais. Com 17 álbuns lançados e dezenas de hits nas paradas europeias e americanas, ele não é apenas um violinista clássico, mas um verdadeiro camaleão da música. Seus álbuns Rock Symphonies e cinco trabalhos consecutivos de música clássica alcançaram o topo das listas, revelando sua capacidade única de conectar públicos variados.

A popularidade de Garrett é impressionante: mais de cinco milhões de CDs vendidos, 5,6 bilhões de streams e cerca de 1.600 shows pelo mundo, que já encantaram mais de quatro milhões de pessoas. Isso faz dele um dos artistas solo mais vendidos e assistidos na atualidade, mesclando a técnica apurada do violino clássico com a energia e o ritmo da música popular.

O conceito do Millennium Symphony é audacioso e inovador. Garrett reinventa sucessos de artistas globais como Taylor Swift, Rihanna, Ed Sheeran, The Weeknd e David Guetta, trazendo-os para um cenário sinfônico grandioso e moderno. É uma celebração dos últimos 25 anos da música pop, contada por meio de arranjos orquestrais envolventes e a técnica virtuosa do violinista.

O show ao vivo, portanto, será muito mais do que uma simples apresentação: será uma experiência imersiva, onde a paixão pela música se une à inovação tecnológica, criando uma atmosfera única para o público. Garrett promete surpreender tanto os fãs de música clássica quanto aqueles que acompanham os hits do pop contemporâneo, quebrando barreiras e convidando todos a celebrar a música em sua forma mais vibrante.

Em São Paulo, a noite do dia 30 de novembro promete ser inesquecível, com um artista que continua a redefinir o papel do violino no cenário mundial e a inspirar gerações com sua habilidade de contar histórias musicais de forma emocionante e original.

almanaque recomenda