Universal Pictures lança primeiro teaser de Michael, a biografia do Rei do Pop estrelada por Jaafar Jackson

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A Universal Pictures liberou nesta semana o primeiro teaser e o cartaz de Michael, o tão aguardado filme que promete mostrar ao público a vida e o legado de Michael Jackson, um dos artistas mais influentes da história da música. O longa chega aos cinemas em 23 de abril de 2026 e já gera grande expectativa entre fãs e cinéfilos. A produção é assinada por Graham King, vencedor do Oscar por Bohemian Rhapsody, enquanto a direção fica a cargo de Antoine Fuqua, conhecido por sucessos como Dia de Treinamento e Invasão à Casa Branca. Abaixo, confira o vídeo:

O grande destaque do filme é Jaafar Jackson, sobrinho de Michael, que faz sua estreia no cinema interpretando o tio. Com o desafio de retratar um ícone mundial, Jaafar promete entregar não apenas a performance física e vocal que lembramos do Rei do Pop, mas também o lado mais humano do artista, cheio de sonhos, dúvidas e emoções complexas.

A trama de Michael percorre a vida do cantor desde a infância, quando descobriu seu talento como líder do Jackson 5, passando pelo surgimento de sua carreira solo até suas últimas semanas antes de sua morte em 2009. O roteiro, assinado por John Logan, mergulha na jornada de um artista que não apenas transformou a música pop, mas também redefiniu padrões de performance e entretenimento mundial. A narrativa não se limita aos palcos e apresentações icônicas, mas se aprofunda em bastidores, desafios pessoais e familiares, revelando um Michael Jackson mais próximo e humano.

O elenco do filme é de peso e inclui Colman Domingo, duas vezes indicado ao Oscar, no papel de Joe Jackson; Nia Long como Katherine Jackson; Miles Teller como John Branca, o advogado e amigo de longa data de Michael; Laura Harrier como Suzanne de Passe; Kat Graham como Diana Ross; Larenz Tate como Berry Gordy; e Derek Luke interpretando Johnnie Cochran.

Além disso, o longa traz jovens atores para interpretar versões infantis e adolescentes de Michael e dos membros do Jackson 5, garantindo que toda a trajetória da família seja retratada de maneira detalhada e emocionante. Entre eles estão Juliano Krue Valdi como Michael jovem, Jayden Harville como Jermaine jovem, Tre Horton como Marlon jovem, Jaylen Lyndon Hunter como Marlon adolescente, Rhyan Hill como Tito jovem e Judah Edwards como Tito adolescente.

O filme ainda mostra a relação intensa de Michael com sua família, a pressão do sucesso precoce e a busca incessante pela perfeição, que muitas vezes trouxe desafios emocionais e profissionais. Ao mesmo tempo, destaca momentos de triunfo, criatividade e inovação que definiram a carreira do artista e o tornaram um verdadeiro fenômeno global. A produção promete equilibrar emoção e espetáculo, trazendo uma experiência cinematográfica completa, que combina narrativa envolvente, performances poderosas e recriações de shows memoráveis.

Com Michael, o público terá a oportunidade de vivenciar o cantor em sua dimensão mais humana e artística. As cenas prometem trazer de volta performances icônicas, bastidores de estúdios e momentos que moldaram a carreira de um dos maiores artistas do planeta. Mais do que uma simples homenagem, o filme pretende mergulhar na complexidade de Michael Jackson, explorando suas ambições, conflitos e paixões de uma forma que poucos conhecem.

Na Tela Quente, TV Globo apresenta a premiada comédia Ficção Americana nesta segunda (10)

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Segunda é dia de Tela Quente, e a TV Globo promete fugir do comum. O filme da vez é Ficção Americana — uma comédia dramática que faz rir, pensar e, principalmente, questionar. Escrito e dirigido por Cord Jefferson, em sua estreia como diretor de longas, o longa traz Jeffrey Wright no papel de um escritor que se rebela contra o racismo disfarçado de “boa intenção” dentro do mercado literário. Pode parecer um tema pesado, e de fato é, mas Jefferson transforma esse terreno espinhoso em uma narrativa afiada, divertida e profundamente humana.

Quando a genialidade não vende

O protagonista é Thelonious “Monk” Ellison, um autor negro brilhante, culto, dono de uma mente afiada — mas que simplesmente não vende livros. O motivo? Ele se recusa a seguir o que o mercado quer: histórias “sobre negros” cheias de dor, violência e estereótipos. Para o público branco, Monk é “intelectual demais”. Para as editoras, falta “autenticidade”. Em resumo: ninguém sabe onde colocá-lo.

Cansado de tanta hipocrisia, ele decide dar o troco. Sob um pseudônimo, escreve um livro propositalmente recheado de tudo o que o mercado adora — clichês raciais, gírias forçadas e tragédias previsíveis. O resultado é um best-seller instantâneo. Críticos o chamam de “revolucionário”, o público o adora e Monk, de repente, vira o escritor do momento… justamente por tudo o que ele despreza.

O filme é uma daquelas obras raras que conseguem ser engraçadas e sérias ao mesmo tempo. Cord Jefferson, que já tinha mostrado talento em séries como Watchmen e The Good Place, acerta o tom em cheio. É uma história sobre o peso de representar, sobre o que acontece quando um artista é forçado a falar por um grupo inteiro, e sobre como o mercado adora lucrar com a dor dos outros enquanto diz estar “dando voz”. Mas Jefferson faz isso com leveza. O humor surge nos lugares certos, a ironia é afiada sem ser cruel, e a empatia é o que amarra tudo.

Uma história sobre família e solidão

O que faz Ficção Americana ser mais do que uma crítica social é o quanto ele é pessoal. Entre as reuniões editoriais e as confusões do sucesso inesperado, Monk também precisa lidar com a própria vida: a mãe, Agnes (Leslie Uggams), começa a enfrentar problemas de memória; o irmão, Clifford (Sterling K. Brown), vive uma crise de identidade e tenta se reencontrar; e a irmã, Lisa (Tracee Ellis Ross), serve como um elo emocional que tenta manter a família unida. Essas relações trazem para o filme um calor humano que equilibra o sarcasmo. É nesses momentos mais íntimos que o público enxerga o verdadeiro Monk — não o escritor cínico, mas o homem que só quer ser compreendido sem precisar caber em uma caixinha.

Jeffrey Wright está gigante

Quem já conhece Jeffrey Wright de Westworld ou The Batman sabe do que ele é capaz — mas aqui ele se supera. Sua atuação é um show de sutilezas: Monk é ao mesmo tempo arrogante, ferido, divertido e incrivelmente real. Wright domina cada cena, e é impossível não se identificar com seu olhar cansado diante de um mundo que insiste em simplificar tudo. Não à toa, o ator foi indicado ao Oscar de Melhor Ator — e muita gente apostava que ele merecia levar. O elenco ainda conta com Sterling K. Brown (maravilhoso como o irmão carismático e confuso), Issa Rae, John Ortiz, Erika Alexander, Adam Brody, Leslie Uggams e Keith David. Todos têm tempo para brilhar, cada um contribuindo com uma camada diferente para o mosaico de emoções que o filme constrói.

Um dos filmes mais premiados de 2023

O longa-metragem estreou no Festival de Toronto, em setembro de 2023, e foi um sucesso imediato. Levou o People’s Choice Award, prêmio que já previu vencedores do Oscar como Green Book e 12 Anos de Escravidão. Pouco depois, o filme foi lançado nos Estados Unidos pela Amazon MGM Studios e virou um dos títulos mais comentados da temporada. No Oscar 2024, recebeu cinco indicações, incluindo Melhor Filme e Melhor Ator Coadjuvante (para Sterling K. Brown). Cord Jefferson levou para casa a estatueta de Melhor Roteiro Adaptado, e com razão — o texto é afiado como uma navalha e, ainda assim, profundamente humano.

Um espelho com senso de humor

O que faz Ficção Americana ser tão especial é que, no fundo, ele está falando sobre todos nós — sobre o que consumimos, o que achamos “autêntico” e o quanto deixamos os rótulos definirem as pessoas. Monk é um personagem que provoca o público: ele não é um herói nem uma vítima. É alguém tentando ser ouvido sem ser reduzido. E quem nunca se sentiu assim em algum momento? O filme também brinca com o próprio público branco liberal, aquele que quer apoiar causas sociais, mas muitas vezes faz isso de forma performática. Jefferson não poupa ninguém, mas o faz com elegância e afeto — sem ódio, só com lucidez.

Pluribus | Novo teaser revela o universo perturbador de Vince Gilligan na Apple TV+

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Vince Gilligan retorna em grande estilo, mas desta vez a jornada não atravessa o submundo do crime — ela mergulha no abismo da mente humana. O novo teaser de Pluribus, lançado na Apple TV+, apresenta uma série que mistura ficção científica, suspense psicológico e dilemas sobre identidade e liberdade, mostrando um universo completamente diferente do que o criador de Breaking Bad e Better Call Saul já explorou.

O teaser divulgado pelo DiscussingFilm cumpre seu papel com maestria: provoca, inquieta e deixa claro que Gilligan criou uma história visualmente arrebatadora e emocionalmente instigante, pronta para desafiar o espectador a refletir sobre identidade, liberdade e o verdadeiro preço da paz coletiva.

O título da série, Pluribus, vem da expressão latina E Pluribus Unum, “de muitos, um”, conceito que norteia a trama: um mundo em que os indivíduos desaparecem e o coletivo domina. Em poucos segundos, o teaser apresenta um planeta transformado pelo vírus alienígena chamado “A União”, que conecta todas as mentes humanas em um fluxo único e silencioso. A aparente perfeição — sem guerras, fome ou egoísmo — contrasta com a ausência de desejos, vontades e emoções próprias.

Nesse cenário, Carol Sturka (Rhea Seehorn) sobrevive, imune à infecção, sentindo cada emoção perdida pelo resto da humanidade. Em poucos segundos, o teaser transmite de forma poderosa a tensão entre pertencimento e solidão, entre segurança e perda da própria identidade, oferecendo um vislumbre de um universo inquietante e profundamente humano.

Após Better Call Saul, muitos esperavam que Gilligan continuasse explorando o crime, mas ele decidiu desafiar sua própria zona de conforto, mergulhando na ficção científica com o mesmo olhar clínico e emocional que marcou sua carreira. Albuquerque surge silenciosa e quase irreconhecível, como se tivesse sido absorvida por um mundo homogêneo. A fotografia fria e dessaturada, aliada a uma trilha sonora minimalista, reforça o clima de isolamento e inquietação, despertando a curiosidade do espectador em cada frame.

A produção de Pluribus também teve sua trajetória desafiadora. Em outubro de 2023, a greve do Sindicato dos Roteiristas da América interrompeu a escrita da primeira temporada, obrigando Gilligan e sua equipe a se reagrupar para finalizar os dois últimos episódios. As filmagens, iniciadas em fevereiro de 2024 e concluídas em setembro do mesmo ano, se estenderam por sete meses em Albuquerque, sob o título provisório de Wycaro 339, com um orçamento estimado de US$ 15 milhões por episódio. Em março de 2024, Karolina Wydra foi escalada para o papel principal de Zosia, adicionando ainda mais força ao elenco da série.

Rendando Histórias | Exposição destaca 20 anos de tradição e criatividade das Rendeiras da Aldeia

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O Museu A CASA do Objeto Brasileiro, em parceria com o coletivo Rendeiras da Aldeia, inaugura no dia 15 de novembro a exposição Rendando Histórias, uma homenagem à trajetória de quase duas décadas do grupo de mulheres e mães de Carapicuíba (SP). Desde 2006, elas se reúnem para produzir, preservar e difundir a Renda Renascença, técnica tradicional nordestina trazida principalmente de Pernambuco e Paraíba.

A mostra evidencia o papel das artesãs na preservação do patrimônio cultural, ao mesmo tempo em que valoriza a criatividade e o trabalho coletivo que transformam a renda em expressão artística e social. A exposição conta com o apoio do Proac Edital e ficará em cartaz até 11 de janeiro de 2026, oferecendo aos visitantes uma imersão no universo das Rendeiras da Aldeia.

Tradição e comunidade em diálogo

A exposição organiza-se em dois eixos centrais. O primeiro destaca a força do trabalho coletivo, mostrando como o ofício fortalece vínculos comunitários e mantém vivas práticas tradicionais. O segundo explora a relação das Rendeiras com a festa do Cavalo-Marinho, tradição pernambucana incorporada à cultura local como o “Boizinho da Aldeia”.

A partir dessa influência, as artesãs criam máscaras de renda que representam personagens da cultura popular, como Mestre Ambrósio, Empata-Samba e Catirina, conectando a produção manual à memória e à identidade cultural da região.

A Renda Renascença ganha novas dimensões

Em “Rendando Histórias”, a Renda Renascença ultrapassa a bidimensionalidade do tecido e assume formas tridimensionais, revelando a potência criativa do coletivo. A mostra evidencia como técnicas tradicionais podem dialogar com design contemporâneo, explorando espaço, volume e estética de maneira inovadora.

O trabalho das Rendeiras transcende o ofício: é memória, resistência cultural e expressão artística, transformando fios e pontos em narrativas que atravessam gerações.

Programação de abertura

A abertura da exposição contará com atividades especiais, entre 13h e 14h30. O público poderá participar do “Papo de Casa”, mediado por Lucilene Silva, e da apresentação musical “Cantos das Rendeiras”.

O espetáculo musical apresenta os cantados de trabalho entoados durante o rendar, transmitidos de geração em geração, carregados de memórias, afetos e resistência cultural. Já o “Papo de Casa” reunirá artistas, artesãs e parceiros do projeto — incluindo Ana Vaz, Alexandre Rousset, Viviane Fortes, Vera Cristina Athayde, Mestra Wilma da Silva e Aliane Lindolfo — em um diálogo sobre tradição, prática artesanal e design contemporâneo.

Truque de Mestre – O 3º Ato inaugura sua jornada no Brasil com força total e lidera as bilheterias — e esse é só o começo

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Existe algo especial quando uma franquia retorna após anos adormecida. Não é apenas nostalgia; é a sensação de reencontrar um universo que parecia ter ficado parado no tempo, à espera do momento certo para ser revisitado. Foi com esse clima de reencontro que Truque de Mestre: O 3º Ato desembarcou nas salas de cinema brasileiras, iniciando sua jornada de maneira estrondosa. O novo filme da Lionsgate vendeu impressionantes 66 mil ingressos apenas no dia de estreia no Brasil, superando não só o primeiro longa da saga, mas também a sequência lançada em 2016. Os números isolados falam muito — e ao mesmo tempo dizem tão pouco perto do impacto emocional que esta estreia representa para os fãs que acompanharam, desde 2013, a evolução dos Cavaleiros e o mistério em torno da organização secreta conhecida como “O Olho”. As informações são do Omelete.

Diferente de outras franquias que aparecem nas telonas quase anualmente, Truque de Mestre sempre operou em outro ritmo. O primeiro filme foi uma surpresa mundial, atraindo o público por seu humor esperto, pelos truques grandiosos e pela combinação de carisma e mistério que envolvia o grupo dos Cavaleiros. A sequência, em 2016, veio reforçar o caráter global da franquia, expandindo o tabuleiro e levando a história para outros níveis de complexidade. Depois disso, um hiato prolongado tomou conta do universo. Durante quase dez anos, o que se viu foram rumores, entrevistas vagas, mudanças de equipe criativa e uma série de pistas que, ironicamente, pareciam parte de um truque de ilusionismo onde o filme estaria sempre por vir — até que finalmente chegou.

Dirigido por Ruben Fleischer, conhecido por seu ritmo energético e por sua facilidade em equilibrar ação com humor, O 3º Ato representa tanto um retorno quanto uma reinvenção. Fleischer assume o controle de uma franquia que sempre foi marcada pela style over explanation, ou seja, pelo espetáculo visual que se sobrepõe às explicações detalhadas — algo que, na verdade, sempre funcionou muito bem dentro da proposta. A marca registrada de Truque de Mestre sempre foi o encantamento do público, que assiste a cenas impossíveis sabendo que há truques e reviravoltas sendo preparados nos bastidores. E, desta vez, o diretor abraça totalmente esse espírito, criando uma experiência que parece ainda mais ambiciosa e mais consciente de suas próprias forças.

O roteiro do novo filme fica por conta de Eric Warren Singer, Seth Grahame-Smith e Michael Lesslie, um trio que combina estilos diferentes, mas que funciona surpreendentemente bem ao unir passado e futuro da franquia. As ideias, lapidadas ao longo de quase uma década de desenvolvimento, conduzem o público de volta ao universo do Olho com mais profundidade do que nunca. Essa organização secreta, sempre envolta em mistério, ganha agora camadas inéditas, explorando não apenas sua estrutura, mas também seus conflitos internos e seu papel no cenário global. No centro dessa rede de segredos, claro, continuam os Cavaleiros — agora mais maduros, mais autocríticos e, ao mesmo tempo, mais desafiados do que nunca.

A volta dos Cavaleiros originais é uma das grandes forças do novo longa. Ver Jesse Eisenberg retomando seu papel como J. Daniel Atlas é reencontrar o ego inflado mais carismático do cinema recente. Woody Harrelson retorna com toda a irreverência que só ele sabe entregar, trazendo novamente o duplo papel com humor afiado e timing impecável. Dave Franco, sempre com seu charme despretensioso, segue como a peça mais leve e, ao mesmo tempo, mais humana do grupo. Mark Ruffalo, por sua vez, volta a mergulhar no emocionalmente complexo Dylan Rhodes, um personagem que nunca esteve totalmente em paz consigo mesmo ou com suas escolhas. E, claro, há Morgan Freeman — possivelmente a presença mais icônica de toda a franquia — novamente envolvido no jogo duplo que permeia sua trajetória desde o primeiro filme.

Mas o retorno que mais mexeu com a nostalgia dos fãs foi, sem dúvida, o de Isla Fisher. Ausente no segundo filme, sua personagem, Henley Reeves, sempre foi vista como uma alma necessária entre os Cavaleiros, alguém que equilibrava as personalidades fortes do grupo e adicionava um toque emocional que fez muita falta. Sua volta não é apenas um presente aos fãs: ela reestrutura a dinâmica do grupo, trazendo de volta uma peça essencial para que o quebra-cabeça funcione como nos velhos tempos.

A franquia, no entanto, não vive só de nostalgia. A nova produção aposta com força na introdução de uma nova geração de ilusionistas, ampliando o universo narrativo e preparando o terreno para histórias futuras. Justice Smith, Dominic Sessa e Ariana Greenblatt interpretam um trio de jovens mágicos que ganharam fama ao imitar — ou melhor, reinterpretar — os truques dos Cavaleiros originais. Esses “mágicos imitadores” chamam atenção do Olho justamente por sua irreverência, criatividade e pela obsessão em decifrar cada movimento dos ídolos. O filme transforma essa admiração em uma parceria improvável e dinâmica, onde a nova geração precisa aprender que nem tudo na magia é técnica: há intuição, coragem, risco e, sobretudo, responsabilidade.

Esse encontro entre veteranos e novatos cria uma das atmosferas mais cativantes do filme. A passagem de bastão é sugerida, mas nunca forçada. O convívio entre as duas gerações é marcado tanto por humor quanto por tensão, já que os jovens ilusionistas não estão acostumados à disciplina do Olho, enquanto os Cavaleiros precisam lidar com a dura realidade de que talvez ninguém seja insubstituível. A sensação que fica é a de que a franquia encontrou um caminho seguro para se reinventar sem jamais se descaracterizar.

Para completar o elenco, a presença de Rosamund Pike eleva o nível da narrativa. Pike interpreta Veronika Vanderberg, líder de um império global de diamantes que opera sob uma fachada de tradição, mas que na verdade funciona como um dos sindicatos criminosos mais poderosos do mundo. Sua personagem tem a frieza calculada que lembra alguns de seus papéis mais memoráveis, mas acrescenta algo novo: uma inteligência estratégica que desafia diretamente o coração da ilusão criada pelos Cavaleiros. Ela é o tipo de antagonista que nunca perde a compostura, mesmo quando descobre que está sendo manipulada. E, justamente por isso, se torna uma ameaça quase intransponível.

O grande golpe do filme gira em torno do “Diamante Coração”, a joia mais valiosa e protegida existente. Guardada por Veronika em um sistema de segurança aparentemente impenetrável, a joia se torna o alvo de uma operação coordenada pelos Cavaleiros e seus novos aprendizes — uma operação que exige não apenas habilidades técnicas, mas também uma grande dose de ousadia. É nesse ponto que O 3º Ato retoma a essência da franquia: truques impossíveis, reviravoltas que desafiam a lógica e sequências filmadas em ritmo frenético, todas preparadas para enganar o espectador tantas vezes quanto for possível.

Nas cenas do assalto, a produção combina truques reais — executados com consultoria de mágicos profissionais — com efeitos modernos que dão escala cinematográfica às ideias originais. A promessa sempre foi equilibrar a magia prática com o espetáculo visual, e aqui a intenção é cumprida com rigor. Os truques são elaborados, mas não parecem artificiais; os golpes têm lógica interna, mas nunca revelam tudo; e o público é constantemente convidado a duvidar do que está vendo. Esse é o encanto da franquia: a ilusão é tão importante quanto a revelação.

Truque de Mestre: O 3º Ato volta com força aos cinemas — e o 4º filme já está em produção

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A franquia Truque de Mestre sempre encontrou seu charme no espaço entre o que vemos e o que acreditamos ver. Agora, com “O 3° Ato”, esse jogo de ilusão volta às telas com novo fôlego — e já com o futuro encaminhado. Em entrevista recente, o diretor Ruben Fleischer e o produtor Bobby Cohen não só celebraram o lançamento do terceiro longa, como também confirmaram que o quarto filme está oficialmente em desenvolvimento.

Segundo Cohen, a equipe já está discutindo ideias, locais e novos conceitos que possam expandir ainda mais o universo da série. “Estamos planejando alguns lugares incríveis para apresentar mágicas, onde você nunca viu mágica sendo apresentada antes. Isso eu posso compartilhar. O resto terá que esperar alguns anos”, afirmou o produtor, revelando que a franquia continua crescendo nos bastidores enquanto conquista novamente o público nas salas de cinema. (Via: Omelete)

Um retorno que aposta no impacto emocional e no risco calculado

Truque de Mestre: O 3° Ato carrega uma aura especial daquelas obras que chegam para relembrar, de maneira quase instintiva, porque amávamos aquele universo. Existe uma magia que não está apenas nos truques, mas também no que eles representam: controle, vulnerabilidade e a arte de manipular a própria narrativa diante de um mundo que observa tudo.

Neste novo capítulo, os Quatro Cavaleiros enfrentam uma ameaça mais estratégica, que testa sua inteligência e fragilidade. É uma história que não se apressa para impressionar; prefere construir tensões mais densas, tocar nas feridas antigas e perguntar o que realmente significa viver entre máscaras e segredos.

O enredo, mais ousado, abraça a chance de reinventar algumas dinâmicas. A franquia, já conhecida por equilibrar espetáculo e tensão, encontra agora um tom mais íntimo, onde os truques funcionam como extensão das emoções dos personagens. Cada aparição no palco — literal ou metafórica — carrega mais peso.

Um elenco que retorna mais maduro e disposto a explorar novas camadas

Reunindo um time de peso, o longa-metragem traz um elenco de destaque liderado por Jesse Eisenberg (A Rede Social, Zumbilândia, Batman vs Superman, Segredos Oficiais), Woody Harrelson (True Detective, Zumbilândia, Jogos Vorazes, Três Anúncios para um Crime), Dave Franco (Vizinhos, Artistas do Crime, The Rental), Isla Fisher (Debi & Lóide 2, O Grande Gatsby, Penetras Bons de Bico), Justice Smith (Detetive Pikachu, Geração Perigosa, Jurassic World: Reino Ameaçado), Dominic Sessa (Os Rejeitados), Ariana Greenblatt (Barbie, Vingadores: Guerra Infinita, 65 – Ameaça Pré-Histórica), Rosamund Pike (Garota Exemplar, I Care a Lot, Orgulho & Preconceito), Mark Ruffalo (Spotlight, Vingadores, Minhas Mães e Meu Pai) e Morgan Freeman (Um Sonho de Liberdade, Menina de Ouro, Conduzindo Miss Daisy).

O espetáculo continua — mas agora mais humano

Um dos méritos do filme está no equilíbrio entre entretenimento puro e emoção genuína. Há truques grandiosos, reviravoltas ambiciosas e aquele humor inteligente que se tornou marca registrada da franquia. Mas existe também outro tipo de magia: a de acompanhar personagens lidando com escolhas difíceis, falhas, inseguranças e cicatrizes.

Esse cuidado torna o longa mais próximo do público. O roteiro se permite respirar, mostrando que grandes ilusões também nascem de silêncios, dúvidas e pequenos gestos. É um espetáculo que respeita quem assiste e sabe que surpresa nenhuma funciona sem um coração pulsando por trás.

E o futuro? Está garantido — e promete ser ainda mais ousado

As falas de Ruben Fleischer e Bobby Cohen aquecem o coração dos fãs. A confirmação de que o quarto filme já está em desenvolvimento sinaliza que o estúdio não pretende simplesmente repetir fórmulas: a ideia é expandir, arriscar mais e explorar ambientes onde a ilusão ainda não foi apresentada.

No fim, Truque de Mestre: O 3° Ato não apenas resgata a magia: abre caminho para que ela continue evoluindo nos próximos anos. Um convite não só para assistir, mas para acreditar, outra vez, no encanto de uma boa ilusão.

Wicked: Parte 2 deve dominar bilheterias globais com previsão de estreia acima de US$ 200 milhões

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A contagem regressiva chegou ao fim. Estamos em 18 de novembro e faltam apenas dois dias para que Wicked: Parte 2 aterrisse oficialmente nos cinemas brasileiros, em 20 de novembro, enquanto as sessões de pré-estreia acontecem já nesta quarta-feira, 19. E, como se não bastasse o clima de euforia dos fãs, as previsões de bilheteria indicam que a nova produção da Universal deve quebrar recordes logo no primeiro fim de semana.

Segundo dados divulgados pelo Deadline, as estimativas globais apontam para uma arrecadação inicial superior a US$ 200 milhões. O número, que por si só já impressiona, coloca o filme entre os maiores lançamentos do ano e reforça o fenômeno em que a franquia Wicked se transformou após a bem-sucedida primeira parte lançada em 2024.

Um fenômeno global em ascensão

Das projeções totais, cerca de US$ 70 milhões devem vir do mercado internacional, onde o filme estreia simultaneamente em 78 territórios. Essa distribuição robusta amplia o alcance e mantém o interesse aquecido, especialmente após as reações extremamente positivas registradas nas últimas semanas em exibições especiais.

Nos Estados Unidos e no Canadá, as projeções estão ainda mais elevadas. A expectativa é que o filme atinja entre US$ 125 milhões e US$ 150 milhões apenas no mercado norte-americano, exibido em aproximadamente 4.000 salas. Esse número supera de maneira confortável a abertura da Parte 1, que arrecadou US$ 112,5 milhões na América do Norte.

Com tanta atenção internacional e uma base de fãs mais engajada do que nunca, o cenário está preparado para uma estreia histórica.

As primeiras reações empolgaram — e muito

As primeiras impressões que circularam nas redes e na imprensa especializada mostram um consenso incomum: Wicked: Parte 2 é maior, mais emotivo e mais ousado do que sua antecessora. Os críticos destacam que o filme aprofunda os conflitos de poder em Oz, amplia a relação entre as protagonistas e entrega números musicais ainda mais elaborados.

Enquanto a Parte 1 apresentou o universo, a Parte 2 promete expandi-lo com novas nuances políticas, dramáticas e emocionais. Essa combinação de espetáculo e densidade narrativa é um dos grandes impulsionadores da atenção global — e, consequentemente, da bilheteria.

Quem são as estrelas do filme?

Cynthia Erivo (Harriet, Bad Times at the El Royale, Widows) indicada ao Oscar e amplamente reconhecida por seu talento vocal e dramático, lidera a narrativa como Elphaba, em uma performance frequentemente descrita como poderosa e visceral. Sua interpretação explora o lado mais vulnerável e combativo da personagem, o que já está emocionando quem teve acesso antecipado ao filme.

Ao lado dela está Ariana Grande (Victorious, Sam & Cat, Não Olhe Para Cima), que retorna como Glinda. Se na primeira parte o público se surpreendeu com sua entrega dramática, na continuação a atriz e cantora demonstra ainda mais maturidade, transitando entre momentos de leveza, conflito e autodescoberta. A química entre as duas protagonistas é apontada como um dos pilares narrativos do filme.

Entre os demais destaques estão Jonathan Bailey (Bridgerton, Broadchurch) como Fiyero, ganhando um papel mais decisivo no desfecho da história; Michelle Yeoh (Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo, A Lenda do Anel dos Dragões, 007 – O Amanhã Nunca Morre) como a imponente Madame Morrible; e Jeff Goldblum (Jurassic Park, Independence Day, A Mosca) como o carismático e manipulador Mágico de Oz. O elenco é complementado por Marissa Bode, Ethan Slater (SpongeBob SquarePants: The Musical), Bowen Yang (Saturday Night Live, Fire Island), Bronwyn James (Harlots) e Keala Settle (O Rei do Show), todos responsáveis por dar vida ao lado mais humano — e às vezes caótico — de Oz.

A Parte 2 também introduz novos personagens, incluindo Aaron Teoh como Averic, Grecia de la Paz como Gilligan, Colin Michael Carmichael (Good Omens, Belfast) como o Professor Nikidik e Adam James (Vigil, Peep Show) como o pai de Galinda. Além disso, a chegada de Dorothy Gale conecta a trama diretamente ao clássico O Mágico de Oz, ampliando ainda mais o alcance da história.

Um mundo mais sombrio — e ainda mais mágico

Sob direção de Jon M. Chu e roteiro de Winnie Holzman, a segunda parte explora camadas mais profundas da política e da moralidade em Oz. Agora reconhecida como a “Bruxa Má do Oeste”, Elphaba se vê no centro de uma disputa que coloca em xeque sua integridade e sua relação com Glinda. É uma história sobre injustiça, poder, amizade e a eterna questão: quem decide quem é o vilão?

O filme também expande visualmente o universo, trazendo cenários inéditos e sequências musicais que prometem ficar marcadas na cultura pop. A expectativa é que algumas canções da primeira parte, que viralizaram no TikTok, encontrem agora sua resposta temática e emocional na nova leva de números musicais.

Pré-estreia no Brasil: expectativa de salas lotadas

Com as sessões de pré-estreia marcadas para 19 de novembro, redes de cinema em todo o país registram alta procura, especialmente em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre. Em muitos locais, horários nobres já apresentam sessões esgotadas — um indicativo claro de que o público brasileiro está tão ansioso quanto o internacional.

The Mastermind de Kelly Reichardt chega com exclusividade à MUBI em dezembro

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A cineasta norte-americana Kelly Reichardt, aclamada por trabalhos como First Cow e Showing Up, retorna com um novo projeto disponível com exclusividade na MUBI a partir de 12 de dezembro de 2025. Intitulado The Mastermind, o filme transporta o público para um subúrbio pacato de Massachusetts nos anos 1970, onde acompanha o audacioso plano de um ladrão de arte amador, explorando de forma delicada o desejo, a ambição e as falhas humanas por trás de uma fachada de perfeição.

A trama gira em torno de J.B. Mooney, um pai de família desempregado que decide realizar seu primeiro grande assalto. Com o museu meticulosamente estudado e uma equipe de cúmplices recrutada, Mooney acredita controlar todos os detalhes. No entanto, Reichardt constrói a narrativa com sutileza, revelando como pequenos imprevistos e decisões equivocadas podem transformar um plano aparentemente perfeito em uma complexa teia de erros e desilusões. O filme, assim, se torna mais do que um suspense sobre crime: é um retrato sensível do desencanto e das ilusões de uma época marcada por mudanças sociais e culturais.

O elenco reúne talentos consagrados do cinema internacional, incluindo Josh O’Connor (Rivais, La Chimera), Alana Haim (Licorice Pizza), John Magaro (Vidas Passadas, First Cow), Gaby Hoffmann (Transparent, Girls), Bill Camp (12 Anos de Escravidão, Coringa) e Hope Davis (Anti-herói Americano, Synecdoche, New York). A produção estreou na competição oficial do Festival de Cannes 2025, rendendo a Reichardt uma indicação ao Melhor Direção, enquanto O’Connor foi indicado ao prêmio de Melhor Atuação Protagonista no Gotham Awards.

Paralelamente ao lançamento do filme, a MUBI anunciou a publicação do livro The Mastermind – MUBI Editions, previsto para 17 de fevereiro de 2026, com pré-venda já disponível em MUBIeditions.com. O lançamento chega em formato de box set exclusivo, composto por quatro livretos que documentam o processo criativo de Reichardt. Entre fotografias inéditas, reflexões pessoais e fragmentos de bastidores, o livro oferece um olhar privilegiado sobre a atenção aos detalhes e o cuidado artesanal que marcaram a produção do longa.

Dentre os destaques do livro estão um ensaio crítico de Lucy Sante, uma análise sobre o artista Arthur Dove, assinada por Alec MacKaye, da Phillips Collection, além de fotografias exclusivas do set e reproduções das obras de Dove, que inspiraram o design de época do filme. O conjunto permite aos leitores mergulhar não apenas na narrativa da obra, mas também na construção estética e na visão artística da diretora.

The Mastermind também inaugura a série Lights! da MUBI Editions, dedicada a celebrar os lançamentos da plataforma e homenagear cineastas de destaque. A iniciativa sucede a série Projections, lançada em 2025 com o livro Read Frame Type Film, reforçando o compromisso da MUBI em aproximar cinema e literatura em projetos de colecionador.

Com este novo lançamento, Kelly reafirma sua capacidade de transformar histórias aparentemente simples em retratos densos e detalhados da experiência humana, combinando narrativa, estética e personagens memoráveis. A chegada de The Mastermind à MUBI não apenas amplia o alcance do cinema autoral, mas também oferece aos espectadores e leitores uma oportunidade única de vivenciar o processo criativo de forma profunda e imersiva, consolidando mais uma vez o legado da diretora como uma das vozes mais sensíveis e precisas do cinema contemporâneo.

Ângela Diniz: Assassinada e Condenada chega aos canais por assinatura: Uma reconstrução humana e urgente de um dos casos mais marcantes do Brasil

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Em novembro, a HBO estreia um dos lançamentos mais impactantes de seu calendário: Ângela Diniz: Assassinada e Condenada, minissérie que revisita, com profundidade emocional e rigor narrativo, um dos casos de feminicídio mais emblemáticos da história brasileira. A produção será exibida com exclusividade na HBO todas as quintas-feiras, às 21h, e terá distribuição complementar nos canais Warner Channel, TNT, TNT Séries, Space e Cinemax, além de chegar ao catálogo da HBO Max após a veiculação na TV.

Trata-se de uma obra que ultrapassa os limites do entretenimento. A série se propõe a reconstruir a memória de Ângela Diniz não apenas como vítima de um crime brutal, mas como uma mulher que viveu, amou, buscou liberdade e enfrentou, de forma solitária e silenciosa, a violência que já rondava sua vida muito antes de sua morte. Com seis episódios, a temporada pretende provocar o espectador, reacender debates e corrigir uma injustiça histórica: a forma como sua história foi contada — e distorcida — por décadas.

Uma narrativa que reverbera gerações

Ângela, assassinada em 1976 em sua casa em Búzios por seu então companheiro, Doca Street, tornou-se símbolo de uma luta que, até hoje, ecoa em cortes e movimentos feministas. Sua morte ocorreu num Brasil que ainda tolerava — e por vezes legitimava — crimes motivados por posse, ciúme e violência doméstica.

A série, dirigida por Andrucha Waddington, nasce no rastro do sucesso e do impacto do podcast Praia dos Ossos, da Rádio Novelo, que resgatou o caso sob uma perspectiva crítica, histórica e profundamente humana. Mas, enquanto o podcast mergulhou na investigação jornalística, a série expande o drama para uma linguagem audiovisual que entrega, além da reconstituição dos fatos, o clima emocional da época.

A reconstrução do caso mostra como o país entendeu — ou se recusou a entender — o que havia acontecido. A defesa de Doca, amplamente apoiada pela imprensa e reforçada por trechos de um moralismo arraigado, alegou a famigerada tese da “legítima defesa da honra”, argumento que, embora hoje soe absurdo, encontrou respaldo jurídico e social nos anos 1970. O resultado foi uma pena que a sociedade civil considerou ultrajante, desencadeando manifestações de mulheres em várias capitais do país. Dois julgamentos depois, Ângela já não era apenas uma vítima: se tornara um símbolo nacional de resistência, justiça e dignidade.

O rosto por trás da manchete: quem foi Ângela Diniz

Embora a mídia da época tenha reduzido Ângela a rótulos e sensacionalismos — “socialite”, “mulher fatal”, “rainha do glamour” —, a série faz o movimento inverso: devolve sua humanidade. Mostra uma mulher que enfrentava dores íntimas, buscava autonomia financeira e emocional, e lutava contra expectativas que, em pleno regime militar, ainda ditavam como uma mulher “deveria” se comportar.

A produção ilumina, por exemplo, a relação conflituosa de Ângela com parte da elite carioca, seus amores, seus medos e os primeiros sinais de violência que surgiram na relação com Doca, mas que, à época, não eram compreendidos como alerta.

De forma cuidadosa, a narrativa mostra o processo de apagamento que ela sofreu: primeiro como mulher, depois como pessoa e, por fim, como símbolo. Ao revisitar sua vida, a série resgata a imagem de Ângela antes que ela fosse reduzida ao título de um processo criminal.

Um elenco guiado pela sensibilidade

Para dar vida a essa história, a produção reúne alguns dos nomes mais expressivos da dramaturgia brasileira. Marjorie Estiano entrega uma interpretação que promete ser uma das mais impactantes de sua carreira. A atriz explora desde a elegância social de Ângela até suas camadas mais vulneráveis, passando por seus momentos de luta, medo, força e contradições.

No papel de Doca Street, Emilio Dantas constrói um personagem complexo, exposto em suas fragilidades manipuladas, seu charme aparente e sua agressividade explosiva. O ator parece caminhar entre o sedutor e o violento, a fim de mostrar como a personalidade do réu era percebida — e interpretada — pela sociedade.

O elenco traz ainda Antônio Fagundes, interpretando o renomado advogado Evandro Lins e Silva, figura central no primeiro julgamento e cuja postura mudou o rumo da história; Thiago Lacerda como o jornalista Ibrahim Sued, uma das grandes vozes da mídia na época; além de Camila Márdila, Yara de Novaes, Renata Gaspar, Thelmo Fernandes, Joaquim Lopes, Emílio de Mello, Maria Volpe e muitos outros.

Cada ator contribui para reconstruir uma atmosfera que combina glamour, tensão, conservadorismo e efervescência social — elementos que marcaram profundamente o Brasil dos anos 70.

Dos bastidores ao set: uma produção feita com propósito

A minissérie nasce de uma parceria entre a HBO e a Conspiração, com roteiro de Elena Soárez, Pedro Perazzo e Thais Tavares. A direção geral de Andrucha Waddington, com Rebeca Diniz à frente da segunda unidade, confere à obra a combinação entre realismo, poesia visual e respeito histórico.

Durante o desenvolvimento, a equipe mergulhou em documentos originais, reportagens, autos de processo, entrevistas e arquivos de época, garantindo fidelidade e cuidado ético na representação dos fatos. A produção executiva da Warner Bros. Discovery acompanha o projeto desde a concepção, reforçando o compromisso com a narrativa e com o impacto que ela carrega.

Mais do que reconstruir um caso, a série se propõe a reinterpretá-lo. Não há espaço para espetacularização ou sensacionalismo: o foco é a memória de Ângela, sua singularidade e o legado que sua morte deixou.

Humanidade, justiça e reflexão: o que a série quer provocar

Embora se apoie em fatos reais, a minissérie não se limita à investigação. Ela é conduzida por um olhar que busca, acima de tudo, humanidade. O objetivo é revelar quem foi Ângela Diniz, o que a sustentava emocionalmente, o que a fragilizava e como a violência doméstica se manifesta de maneira sutil, gradual e silenciosa.

Ao mesmo tempo, o roteiro faz uma crítica contundente às narrativas históricas que legitimaram a violência contra mulheres ao longo do século XX — e às estruturas de poder que repetidamente as ignoraram ou descredibilizaram. O caso de Ângela tornou-se icônico justamente porque expôs, com brutal clareza, como a sociedade estava disposta a culpar uma mulher até mesmo pela sua própria morte.

O movimento que ganhou força após seu assassinato e que contestou publicamente a tese da “defesa da honra” foi um dos marcos da luta feminista no Brasil. O país, a partir dali, começou a questionar com mais força a violência doméstica, os abusos psicológicos e as manipulações emocionais que antecedem agressões físicas.

Ao recontar o caso, a minissérie faz mais do que revisitar um crime: ela lança luz sobre o passado para entender o presente. Em um momento do país em que casos de feminicídio continuam crescendo, a memória de Ângela se torna ainda mais urgente — não como ferida, mas como alerta.

Uma obra que ultrapassa o gênero true crime

Embora carregue elementos do gênero, “Ângela Diniz: Assassinada e Condenada” vai além do true crime tradicional. A obra é, acima de tudo, um memorial audiovisual. Ela busca devolver dignidade à história de uma mulher que teve sua imagem manipulada e reescrita por forças que desejavam justificar o injustificável.

É uma série sobre responsabilidade coletiva. Sobre como olhamos para a violência. Sobre como contamos histórias de mulheres. Sobre como a sociedade precisa reaprender a enxergar vítimas — e agressores — sem recorrer a mitos, estereótipos ou justificativas ultrapassadas.

Globo apresenta “Ó Paí, Ó 2” na Sessão da Tarde desta quinta (20): A força da arte e da comunidade em nova fase da história

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Nesta quinta-feira, 20 de novembro, a Sessão da Tarde apresenta um dos filmes brasileiros mais vibrantes dos últimos anos: “Ó Paí, Ó 2”, sequência direta do clássico de 2007 que marcou a cultura popular ao retratar, com humor e afeto, a vida no Pelourinho. Dirigido por Viviane Ferreira, o longa retoma personagens inesquecíveis, revisita suas dores e conquistas e encontra, nessa nova fase, um equilíbrio afetivo entre memória, luta e celebração.

Depois de mais de uma década desde os acontecimentos do primeiro filme, o público reencontra a comunidade do cortiço com seus conflitos, alegrias, disputas e reinvenções. O resultado é uma narrativa que mistura música, emoção e crítica social, mantendo a essência baiana e o espírito de resistência que sempre definiram a obra original.

Roque às vésperas de realizar um sonho

Um dos pontos centrais da trama é a trajetória de Roque, vivido novamente por Lázaro Ramos, que retorna ao personagem com uma presença profundamente amadurecida. Agora, Roque está prestes a lançar sua primeira música — um passo que pode finalmente colocá-lo no caminho da carreira artística que sempre desejou. O filme acompanha essa ansiedade boa, marcada por expectativas, receios e uma esperança que pulsa junto com a musicalidade do Pelourinho. As informações são do AdoroCinema.

O personagem se torna uma metáfora natural para tantas pessoas que batalham diariamente por espaço, reconhecimento e dignidade, especialmente no universo da cultura negra brasileira. Roque é energia, humor, força e vulnerabilidade. É alguém que acredita no próprio talento mesmo quando o mundo tenta convencê-lo do contrário.

Dona Joana e o peso do luto

Outra personagem que ganha profundidade emocional é Dona Joana, interpretada por Luciana Souza. Ela vive o luto pela perda dos filhos — uma dor constante, que não dá trégua e que se mistura às responsabilidades de seguir cuidando da casa e dos moradores do cortiço. A personagem, sempre tão marcante pela força e pela firmeza, agora revela outras camadas, mais íntimas e silenciosas.

Sua jornada mostra como o luto se infiltra nos pequenos gestos do cotidiano, mas também como a comunidade que a cerca tenta, à sua maneira, acolhê-la. Há momentos de desabafo, de fragilidade, de riso inesperado e de afeto sincero, mostrando que a vida no Pelourinho é feita justamente dessa mistura de cores fortes e sombras profundas.

Neuzão e a luta por território

Enquanto isso, Neuzão — vivida por Tânia Toko — enfrenta uma batalha que muitos brasileiros conhecem bem: a perda de seu espaço. Seu bar, antes ponto de referência da região, foi tomado por uma turma mal-intencionada, representando o avanço da especulação, da violência e da desigualdade que ameaça a vida comunitária.

A presença dessa nova turma funciona como fio condutor de tensão e disputa, mostrando que a resistência não está apenas na militância explícita, mas também na preservação de espaços culturais, afetivos e históricos. É na tentativa de reconquistar o que lhe pertence que Neuzão se torna símbolo de luta e pertencimento — não por heroísmo, mas por sobrevivência.

A nova geração chega com força, poesia e consciência

Um dos elementos mais bonitos de “Ó Paí, Ó 2” é a presença da segunda geração. Agora jovens e cheios de energia, eles aparecem engajados na luta pela causa negra, unindo música, poesia e humor de forma inteligente, afetiva e politizada. Suas cenas trazem frescor e vitalidade à narrativa — lembrando que a resistência se reinventa, se transforma e se perpetua.

Essa juventude também reflete o espírito de renovação do próprio Pelourinho, que carrega cicatrizes históricas, mas continua produzindo arte, questionamento e celebração. É uma presença forte que costura passado, presente e futuro.

Um filme que enfrenta boicotes, rompe barreiras e conquista público

O filme não chegou aos cinemas sem obstáculos. O longa enfrentou tentativas de boicote motivadas por posicionamentos políticos do elenco, especialmente de Lázaro Ramos, que se tornou alvo de ataques por semanas. Paradoxalmente, essa onda de críticas acabou amplificando o debate em torno do filme e colocou o nome do ator entre os assuntos mais comentados do X (antigo Twitter).

Mesmo diante desses ataques, o filme mostrou resiliência — uma palavra que descreve tanto sua narrativa quanto seu contexto. Na segunda semana de exibição, a produção ocupou o 5º lugar no ranking nacional, arrecadando quase R$ 1 milhão entre os dias 23 e 26 de novembro, segundo a Comscore. Esse desempenho o colocou ao lado de gigantes internacionais como Napoleão, Jogos Vorazes, As Marvels e Five Nights at Freddy’s, mostrando que a força do cinema nacional segue firme, especialmente quando representa histórias reais e afetivas do povo brasileiro.

Até o momento, o filme já foi assistido por 140 mil espectadores, acumulando mais de R$ 2,5 milhões em bilheteria. Para um filme que dá continuidade a uma história tão profundamente enraizada na cultura baiana e que resiste a pressões externas, esses números revelam algo maior do que sucesso comercial: revelam conexão.

Da comédia ao afeto: o retrato vivo do Pelourinho

A diretora Viviane Ferreira conduz a história com cuidado e afeto, sem perder a essência da comédia, mas aprofundando ainda mais as emoções de cada personagem. Ela captura o calor das ruas do Pelourinho, suas cores, sons, tradições e contradições. A música, presente de forma natural na narrativa, atua como ponte afetiva entre os moradores e como símbolo de resistência — afinal, a música sempre foi uma forma de sobrevivência para essa comunidade.

O filme também amplia a discussão sobre racismo, desigualdade social e representatividade, mas sem transformar a história em um discurso rígido. Tudo aparece de forma orgânica, pulsante, viva, como parte do cotidiano. É esse equilíbrio que torna “Ó Paí, Ó 2” não apenas uma comédia, mas um retrato sensível e potente da vida real.

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