A Mulher Rei é o destaque da Tela Quente desta segunda (3): Viola Davis lidera épico de coragem e resistência

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Nesta segunda-feira, 3 de novembro de 2025, a Globo exibe na Tela Quente o filme A Mulher Rei, uma poderosa e inspiradora superprodução estrelada pela premiada Viola Davis. Lançado originalmente em 2022, o longa transporta o espectador para o início do século XIX, na África Ocidental, onde um exército de mulheres guerreiras se ergue para defender o seu povo contra invasores estrangeiros e o horror do tráfico de escravos.

Dirigido por Gina Prince-Bythewood, a mesma cineasta responsável por The Old Guard, o filme se inspira em eventos reais e conta a trajetória das Agojie, o lendário exército de mulheres do Reino de Daomé (atual Benim). À frente desse grupo está Nanisca (Viola Davis), uma general temida e respeitada que treina uma nova geração de guerreiras para enfrentar o poderoso Império de Oió e seus aliados europeus — forças que sustentam o comércio de escravos.

Entre as jovens recrutas está Nawi (Thuso Mbedu), uma moça determinada e rebelde que busca um propósito maior em meio à guerra e ao domínio masculino. A relação entre Nanisca e Nawi se torna o centro emocional da trama, revelando laços de afeto, dor e esperança. É através delas que o filme fala sobre o preço da liberdade, a força da coletividade e o poder transformador do amor e da lealdade.

Elenco de peso e atuações marcantes

Um dos grandes trunfos de “A Mulher Rei” é o elenco. Além de Viola Davis, vencedora do Oscar e referência em representatividade no cinema, o filme conta com John Boyega (Star Wars), Lashana Lynch (007: Sem Tempo para Morrer), Thuso Mbedu (The Underground Railroad) e Sheila Atim. Juntas, essas artistas formam um elenco poderoso, movido pela entrega e pela verdade em cena.

O treinamento físico foi intenso: as atrizes passaram meses praticando artes marciais e técnicas de combate para que as lutas ganhassem realismo. O resultado é impressionante — cada movimento, cada olhar e cada ferimento transmite a sensação de que estamos diante de guerreiras reais. Viola Davis chegou a dizer que esse foi “o papel mais desafiador e libertador” de sua carreira, um marco de representação para mulheres negras em grandes produções.

Um épico visual e emocional

Com um orçamento de cerca de 50 milhões de dólares, o filme se destaca por sua grandiosidade visual. As paisagens africanas, filmadas em tons quentes e vibrantes, criam uma atmosfera que mistura beleza e brutalidade. As batalhas são meticulosamente coreografadas, com câmeras que capturam tanto o impacto físico quanto o emocional de cada confronto.

Mas o filme vai além da estética. Em seu núcleo, há uma história profundamente humana sobre pertencimento, fé e resistência. A trilha sonora, assinada por Terence Blanchard, combina ritmos africanos e arranjos orquestrais, conduzindo o público por uma jornada sensorial em que cada batida de tambor ecoa como o coração de um povo.

Reconhecimento e impacto cultural

Desde sua estreia no Festival de Toronto, em setembro de 2022, o longa-metragem conquistou a crítica e o público. Viola Davis recebeu aclamação unânime por sua interpretação intensa e multifacetada, que equilibra força e vulnerabilidade. A direção de Gina Prince-Bythewood também foi amplamente elogiada por dar protagonismo a mulheres negras em um gênero tradicionalmente dominado por heróis masculinos.

Alguns historiadores questionaram as liberdades criativas do roteiro — principalmente quanto ao papel do Reino de Daomé no comércio de escravos —, mas o consenso geral é de que o filme cumpre sua missão maior: inspirar, dar visibilidade e reafirmar o poder das narrativas africanas contadas sob uma nova perspectiva.

Bilheteria, legado e relevância

Com uma arrecadação global de 97,2 milhões de dólares, o longa foi considerado um sucesso de público e crítica, especialmente por se tratar de um drama histórico original, sem ligação com franquias. Mais do que os números, o impacto de “A Mulher Rei” se mediu pela representatividade que levou às telas e pelo modo como reacendeu o interesse por histórias protagonizadas por mulheres fortes, independentes e culturalmente diversas.

Nova cena de Predador: Terras Selvagens mostra aliança improvável entre alienígena e ciborgue

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Neste sábado (1º), os fãs da franquia Predador receberam uma prévia empolgante do próximo filme com a divulgação de uma cena inédita. Intitulada Terras Selvagens, a produção apresenta uma abordagem diferente da série, mostrando um jovem predador rejeitado por seu clã e obrigado a lutar pela sobrevivência em um planeta remoto, cercado por ameaças de todos os lados. O lançamento está previsto para 6 de novembro no Brasil, com estreia nos Estados Unidos um dia depois. Veja a cena publicada pelo Rotten Tomatoes:

A novidade desta edição da franquia é a parceria inesperada entre o predador e Thia, personagem interpretada por Elle Fanning, uma ciborgue habilidosa que se torna sua aliada. Juntos, eles enfrentam desafios constantes, aprimoram suas habilidades e tentam escapar de habitantes hostis que querem capturá-los ou eliminá-los. A cena liberada mostra momentos de tensão e estratégia, destacando como a dupla precisa confiar um no outro para sobreviver.

Um novo olhar sobre a franquia

Diferente dos filmes anteriores, em que o predador aparecia apenas como ameaça, este longa explora sua vulnerabilidade e humanidade, criando uma narrativa mais envolvente. Ao mostrar que o alienígena também precisa de aliados para enfrentar inimigos poderosos, o filme adiciona camadas de emoção e aproxima o público da história de maneira mais profunda.

O equilíbrio entre ação intensa e momentos de ligação entre os personagens é um dos grandes destaques. Fanning e o jovem predador formam uma dupla improvável, mas convincente, em que cada decisão pode ser a diferença entre a vida e a morte. Esse contraste entre tensão e cumplicidade torna o filme mais dinâmico e imprevisível, mantendo o espectador atento do início ao fim.

O filme é dirigido por Dan Trachtenberg, que também assina o roteiro junto com Patrick Aison. As filmagens aconteceram na Nova Zelândia, cujas paisagens foram fundamentais para criar o cenário de um planeta remoto e perigoso. A direção de fotografia de Jeff Cutter ajuda a dar realismo e intensidade às cenas de ação, destacando tanto o ambiente hostil quanto a presença ameaçadora do predador.

Entenda a franquia de sucesso

A franquia Predador é um marco do cinema de ação e ficção científica, conhecida por explorar o confronto entre humanos e os caçadores alienígenas chamados Predadores. Desde o primeiro filme, lançado em 1987 como Predador, dirigido por John McTiernan, a série conquistou fãs ao combinar suspense, ação e tecnologia avançada, criando uma sensação constante de perigo e tensão. Produzida e distribuída pela 20th Century Studios, a saga nasceu da criatividade dos roteiristas Jim e John Thomas e rapidamente se tornou referência no gênero, por sua maneira única de transformar cada embate em uma batalha emocionante entre caça e caçador.

Ao longo dos anos, a franquia se expandiu com novos filmes e interpretações, incluindo Predador 2 (1990), Predadores (2010), O Predador (2018), A Origem (2022) e o próximo lançamento Terras Selvagens (2025). Além das telonas, o universo dos Predadores se espalhou para quadrinhos, romances e videogames, como Concrete Jungle (2005) e Hunting Grounds (2020), permitindo que fãs explorassem ainda mais a mitologia da espécie alienígena e se envolvessem com histórias de sobrevivência, estratégia e combate em mundos cada vez mais perigosos.

Bastidores de Anaconda mostram Daniela Melchior em ação e a aterrorizante cobra gigante do filme

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Neste sábado, 1º de novembro, os fãs da franquia Anaconda receberam um novo presente: um vídeo dos bastidores que mostra um pouco do dia de filmagem da atriz Daniela Melchior no longa. Embora Daniela seja a estrela das imagens, é a breve, mas impactante, aparição da enorme cobra que dá título ao filme que captura de imediato a atenção de todos. O material mostra como o elenco e a equipe equilibram humor, ação e suspense em um cenário inspirado na Floresta Amazônica, criando um clima ao mesmo tempo divertido e perigoso. Abaixo, veja o vídeo publicado:

Diferente das produções anteriores, este novo Anaconda se apresenta como um meta-reboot: um filme que homenageia o clássico de 1997, mas que ao mesmo tempo brinca com ele. A história acompanha um grupo de amigos que decide refilmar o filme original em meio à Amazônia. A ideia parecia apenas uma aventura nostálgica, até que a famosa cobra gigante se torna uma ameaça real, transformando as gravações em uma mistura de caos, susto e comédia.

O longa conta com um elenco que chama atenção pelo carisma e diversidade. Paul Rudd interpreta Griff, enquanto Jack Black vive Doug, os dois amigos que, motivados por uma crise de meia-idade, decidem embarcar nessa louca aventura cinematográfica. Steve Zahn interpreta Kenny, enquanto Thandiwe Newton dá vida a Claire, ambos complementando o grupo com equilíbrio entre tensão e humor.

Entre as novidades mais celebradas está a presença de Daniela Melchior, que interpreta Ana Almeida. A atriz portuguesa, conhecida por sua atuação em “The Suicide Squad”, traz energia, charme e uma presença marcante em cenas de ação e suspense. Também vale destacar o brasileiro Selton Mello, como Santiago Braga, que conecta o filme à Amazônia de maneira autêntica, reforçando a sensação de local real e valorizando a cultura brasileira dentro da narrativa.

A trama, mesmo sendo cômica em muitos momentos, coloca os personagens em situações de verdadeiro perigo. A anaconda gigante, cuidadosamente criada com efeitos visuais realistas, surge como antagonista de proporções épicas, transformando momentos que seriam apenas divertidos em cenas cheias de tensão e adrenalina.

Comédia, terror e ação: a fórmula do reboot

O grande diferencial deste novo longa-metragem está na mistura de gêneros. Enquanto o longa original de 1997 focava mais em suspense e aventura, a versão de 2025 aposta na comédia de situações e nos momentos de terror para criar uma experiência única. O timing cômico de Jack Black e a sutileza dramática de Paul Rudd prometem cenas hilárias, mesmo em meio a confrontos com a gigantesca serpente.

Essa combinação permite que o filme dialogue tanto com o público que cresceu assistindo ao clássico, quanto com uma nova geração de espectadores que buscam entretenimento leve, mas cheio de emoção. A presença de atores de diferentes nacionalidades também reforça essa ideia, mostrando que a Amazônia, apesar de ser um cenário desafiador, pode se tornar o palco de histórias globais que valorizam diversidade e cultura.

Um filme para fãs antigos e novos

Para quem cresceu assistindo ao clássico de 1997, o novo filme promete resgatar a nostalgia, ao mesmo tempo em que entrega novas surpresas. Para os espectadores que descobrem a franquia agora, o longa oferece uma narrativa envolvente, cheia de humor e adrenalina, com personagens carismáticos e situações imprevisíveis. A cobra gigante, fiel ao espírito da série, permanece como o elemento central, trazendo suspense e emoção em doses equilibradas.

HBO Max revela o emocionante trailer de Meu Ayrton por Adriane Galisteu, série documental sobre o amor e a memória de Ayrton Senna

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A HBO Max lançou o trailer oficial de Meu Ayrton por Adriane Galisteu, uma série documental original que promete tocar o coração do público ao revisitar uma das histórias de amor mais marcantes dos anos 1990. Com estreia marcada para o dia 6 de novembro, a produção chega à plataforma com dois episódios de 45 minutos, oferecendo uma nova perspectiva sobre o homem por trás do mito Ayrton Senna — e sobre a mulher que o acompanhou em seus últimos anos de vida. Abaixo, confira o vídeo divulgado:

Mais do que uma simples biografia, Meu Ayrton por Adriane Galisteu é um mergulho profundo na memória, na emoção e na humanidade de uma relação que resistiu ao tempo e ao olhar público. Pela primeira vez em três décadas, Adriane Galisteu revisita suas lembranças com uma honestidade comovente. Ela revive momentos de amor, cumplicidade e também de dor, revelando nuances até hoje desconhecidas do ídolo que encantou o Brasil e o mundo.

No trailer, Adriane aparece com um tom de voz sereno, mas carregado de sentimento, ao narrar passagens da convivência com o tricampeão mundial de Fórmula 1. As imagens alternam registros da intimidade do casal com cenas marcantes da carreira de Senna, criando uma atmosfera de saudade e admiração. “Todo mundo conhece o Ayrton piloto. Eu conheci o Ayrton homem”, diz ela, em um dos trechos mais emocionantes do vídeo — uma frase que resume o espírito da série.

Sob a direção sensível de João Wainer, conhecido por seu olhar documental apurado e humano, a produção combina depoimentos inéditos, imagens raras e reflexões sobre o impacto de Senna não apenas no esporte, mas também na vida pessoal daqueles que o amaram. O resultado é uma narrativa íntima e delicada, que foge do sensacionalismo e aposta na verdade emocional.

O documentário ainda traz a participação de amigos próximos e pessoas que fizeram parte da trajetória do piloto, como Emerson Fittipaldi, Jacir Bergmann II (um dos melhores amigos de Ayrton), Luiza Almeida Braga, Betise Assumpção (assessora de imprensa do piloto) e o jornalista Roberto Cabrini. Cada um deles contribui com lembranças e histórias inéditas, compondo um retrato coletivo de quem foi Senna fora das pistas — generoso, exigente consigo mesmo e profundamente humano.

Para Adriane, revisitar esse passado é também um ato de coragem. A apresentadora, que tinha apenas 21 anos quando viveu o relacionamento com Senna, compartilha o impacto que a perda teve em sua trajetória pessoal e profissional. Ela fala sobre como o amor que viveu moldou sua forma de ver o mundo, de lidar com o luto e de encontrar novas formas de seguir em frente.

Mais do que uma homenagem, o documentário é uma conversa com o tempo — uma tentativa de reconciliar a memória com o presente, o mito com o homem, e a saudade com a vida. O trailer, que já emociona os fãs nas redes sociais, antecipa uma obra feita com afeto e respeito, que promete trazer à tona um lado de Senna raramente mostrado: o de alguém que amava intensamente, sonhava sem medo e deixava marcas profundas nas pessoas ao seu redor.

Halloween na Reserva Imovision! The Creep Tapes, Booger, Um Pedaço do Céu e Dragula: Titans prometem uma semana de terror e ousadia

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O Halloween chegou à Reserva Imovision com uma programação intensa e cheia de contrastes. Entre o medo visceral, o drama humano e o espetáculo visual, a plataforma reúne produções que ultrapassam os limites do entretenimento e exploram o que há de mais profundo na experiência emocional do público. São histórias sobre o medo, a perda, o amor e a transformação — cada uma delas revelando uma face diferente do terror contemporâneo.

Os criadores do cultuado Creep (2014) retornam com The Creep Tapes, uma antologia de terror em formato found footage que transforma a câmera em instrumento de medo. O protagonista é Peachfuzz, um assassino que atrai vítimas com falsas promessas de emprego e as convence a filmar sua rotina “normal”.

Os episódios finais da primeira temporada — “Brandt” e “Mãe (e Albert)” — encerram esse ciclo com intensidade crescente. Em “Brandt”, uma jovem aceita gravar um homem em um quarto de hotel por mil dólares e descobre tarde demais o preço da ingenuidade. Já “Mãe (e Albert)” leva o horror ao espaço doméstico, quando uma mulher recebe a visita inesperada do próprio filho — uma aparição que transforma uma noite comum em um pesadelo íntimo e devastador.

The Creep Tapes é mais do que uma série de sustos. É um retrato do medo como consequência da confiança, uma reflexão sobre até onde se vai em busca de aceitação e segurança em um mundo cada vez mais isolado.

Vencedor de aplausos em Berlim e indicado ao Urso de Ouro, Um Pedaço do Céu é o contraponto sensível da programação. Ambientado em uma vila nos Alpes, o longa acompanha o relacionamento entre Anna e Marco, um casal jovem que vê o amor se fragilizar diante da doença. Um tumor cerebral altera o comportamento de Marco, colocando em xeque não apenas a relação, mas também a maneira como a comunidade os enxerga.

O filme fala de resistência — a resistência de amar alguém quando o amor se torna uma forma de dor. Anna tenta preservar o vínculo que os uniu, mesmo quando o homem que ela conhecia começa a desaparecer aos poucos. O resultado é um drama comovente, de uma delicadeza rara, que transforma a tragédia em poesia.

Em Booger: Instinto Felino, o luto se manifesta literalmente. Anna, devastada pela morte da melhor amiga, vê sua realidade ruir quando o gato de Izzy foge e a morde. A partir daí, transformações físicas e psicológicas começam a surgir, revelando um processo de mutação que mistura culpa, dor e instinto.

O longa combina o horror corporal com uma reflexão sobre a perda e a identidade. Ao mesmo tempo em que o corpo de Anna muda, sua percepção da amizade e da vida também se altera. O grotesco serve como metáfora do que o luto provoca — uma lenta dissolução daquilo que se era, até que reste apenas o que é possível suportar.

Encerrando a programação de Halloween, Dragula: Titans retorna em sua segunda temporada com a competição mais sombria e exuberante da cultura drag. No episódio “Casamento Gótico”, as queens enfrentam provas insanas em um universo que mistura horror, performance e ironia.

A nova edição conta com participações especiais de Bonnie Aarons, a icônica “Freira” dos filmes de terror, e da roteirista Akela Cooper (Maligno, M3gan, A Freira 2). O episódio celebra o grotesco como arte e o sangue como metáfora da criação. Cada desafio é uma performance de resistência, onde o corpo se torna palco de libertação e desafio.

Finn Jones dá pistas de possível retorno ao MCU em meio ao revival de Demolidor

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Finn Jones, conhecido por interpretar Loras Tyrell em “Game of Thrones” e Danny Rand/Punho de Ferro nas séries da Netflix, deu aos fãs do Universo Cinematográfico Marvel (MCU) um motivo para ficarem de olho nas redes sociais. Recentemente, ele postou um story no Instagram mostrando-se em uma academia de Taekwondo, deixando a entender que pode estar se preparando para um retorno às telinhas como Punho de Ferro. A publicação gerou uma onda de especulações entre fãs, que se perguntam se Jones estará envolvido na nova fase do MCU e possivelmente interagindo com outros heróis já conhecidos. As informações são do Omelete.

O possível retorno de Finn acontece em meio à expectativa crescente pela série “Demolidor: Renascido”, que promete reunir personagens icônicos do universo Marvel. A produção é um revival da série Daredevil (2015–2018), lançada originalmente pela Netflix, e agora será exibida no Disney+, sob a supervisão da Marvel Studios. A nova série retoma a história de Matt Murdock, o Demolidor, e se conecta às produções anteriores, trazendo de volta atores que marcaram a primeira fase das séries da Netflix.

A narrativa de Punho de Ferro foi cuidadosamente reformulada para se aproximar mais do tom e da continuidade do MCU atual. Diferente da versão original, que tinha um clima mais sombrio e pesado, esta nova abordagem mescla ação, drama e momentos de leveza, tornando a série mais dinâmica e acessível a um público amplo. Além disso, a temporada originalmente planejada com 18 episódios foi dividida em duas, cada uma com nove capítulos, o que permite um ritmo mais cadenciado e detalhado. As filmagens ocorreram em Nova York, garantindo um cenário autêntico para as aventuras de Matt Murdock em Hell’s Kitchen.

O elenco de Demolidor: Renascido é um dos grandes atrativos da produção. Charlie Cox retorna como Matt Murdock / Demolidor, reprisando o papel que conquistou fãs e críticos na série original. Ele divide a tela com nomes que marcaram a primeira fase, como Vincent D’Onofrio, Margarita Levieva, Deborah Ann Woll, Elden Henson, Wilson Bethel, Zabryna Guevara, Nikki M. James, Genneya Walton, Arty Froushan, Clark Johnson, Michael Gandolfini, Ayelet Zurer e Jon Bernthal. A presença desse elenco não só reforça a continuidade com as séries anteriores, mas também traz credibilidade e profundidade à narrativa, permitindo que o público se reconecte com personagens que já conhece e ama.

Krysten Ritter, famosa por seu papel como Jessica Jones, também retorna, alimentando rumores de que todos os Defensores — incluindo Punho de Ferro — podem aparecer em algum momento da trama. E é justamente nesse contexto que a postagem de Jones ganha ainda mais relevância. A foto em uma academia de artes marciais sugere que o ator está se preparando fisicamente para retomar seu personagem, reacendendo a esperança dos fãs de ver Danny Rand ao lado de outros heróis em confrontos emocionantes e cenas de ação elaboradas.

O desenvolvimento da série do Demolidor passou por mudanças significativas ao longo de sua produção. Inicialmente, Matt Corman e Chris Ord foram contratados como roteiristas principais, dando à série uma estrutura episódica com tom mais leve. No entanto, no final de setembro, a Marvel Studios decidiu reformular o projeto, contratando Dario Scardapane como showrunner, com Justin Benson e Aaron Moorhead assumindo a direção. Essa mudança de equipe trouxe uma abordagem mais serializada e conectada diretamente com o universo das séries Netflix, garantindo coesão narrativa e integração com outros conteúdos do MCU.

Saiba mais sobre o personagem Punho de Ferro

Punho de Ferro, ou Iron Fist, é o alter ego de Daniel “Danny” Rand, um dos personagens mais intrigantes da Marvel. Criado por Roy Thomas e Gil Kane, ele fez sua estreia nas histórias em quadrinhos em Marvel Premiere #15, em 1974. Danny não é apenas um lutador habilidoso; ele é o portador de uma força mística chamada Punho de Ferro, que lhe permite concentrar sua energia vital, ou chi, e desferir golpes com uma força sobre-humana. Essa combinação de artes marciais e poder místico faz dele um herói único, capaz de enfrentar adversários muito maiores ou mais poderosos.

A história de Danny Rand é marcada por tragédia, disciplina e superação. Órfão desde cedo, ele encontrou refúgio e treinamento na misteriosa cidade de K’un-Lun, onde aprendeu a dominar seu chi e a aprimorar suas habilidades físicas e mentais. Mais do que força, ele desenvolveu uma filosofia de vida baseada em disciplina, coragem e ética — características que definem Punho de Ferro como um herói não apenas poderoso, mas também profundamente humano.

Punho de Ferro conquistou seu espaço tanto em histórias solo quanto em parcerias, especialmente com Luke Cage, formando a famosa dupla conhecida como Heróis de Aluguel. Juntos, eles enfrentaram vilões e resolveram problemas do submundo de Nova York, misturando ação, drama e uma boa dose de humor. Em séries como The Immortal Iron Fist, a mitologia do personagem foi expandida, explorando sua origem, seu legado e o peso de ser o guardião de uma técnica mística tão poderosa quanto perigosa.

Além dos quadrinhos, Danny Rand ganhou vida nas telas. Finn Jones interpretou o personagem na série Iron Fist, produzida pela Netflix, e também em The Defenders, reunindo Punho de Ferro com outros heróis urbanos da Marvel. No Brasil, ele também ficou conhecido como Punhos de Aço, mantendo o espírito de coragem e determinação que caracteriza o herói. Essas adaptações ajudaram a levar a história do personagem para novas gerações, mostrando que sua força não está apenas nos punhos, mas também em suas escolhas e valores.

Typhoon Family | Confira a data de lançamento do 8º episódio e os bastidores da série na Netflix

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A nova sensação entre os dorameiros de plantão atende pelo nome de Typhoon Family, e vem conquistando o público coreano — e internacional — por sua narrativa sensível, suas atuações intensas e um olhar profundamente humano sobre os laços familiares em tempos de adversidade. A série, exibida originalmente pela tvN e disponibilizada globalmente pela Netflix, retorna neste domingo, 2 de novembro, com a estreia do oitavo episódio, prometendo novas reviravoltas e momentos emocionantes. Já o nono episódio chega à plataforma no próximo sábado, 8 de novembro, dando continuidade a uma trama que tem equilibrado drama, memória e esperança com maestria.

Com um total de 16 episódios, a série é uma obra assinada pela roteirista Jang Hyun-sook, com direção de Lee Na-jeong e Kim Dong-hwi — dois nomes que já mostraram talento em dramas de grande sensibilidade e apuro visual. O elenco principal conta com Lee Jun-ho (conhecido por “King the Land” e “The Red Sleeve”) e Kim Min-ha, estrela de “Pachinko”, dois atores cuja entrega emocional tem sido um dos grandes destaques da produção. A série estreou oficialmente na Coreia do Sul no dia 11 de outubro de 2025, sendo exibida todos os sábados e domingos às 21h10 (horário local), e desde então figura entre os títulos mais comentados da plataforma de streaming no mundo.

Uma história de sobrevivência e humanidade

Ambientada durante a crise financeira asiática de 1997, a série mergulha na história de um jovem CEO que herda a difícil missão de manter viva a pequena empresa fundada por seu pai. Em meio a dívidas, pressões sociais e o colapso econômico que afetou milhões de famílias, o drama se torna um retrato íntimo da luta entre o dever e o amor — entre o peso da responsabilidade e o desejo de proteger quem se ama.

Mais do que um enredo empresarial, a série coloca a família no centro de tudo. Cada episódio revela as tensões entre pais e filhos, entre sonhos pessoais e obrigações familiares, além de destacar o impacto das decisões de um indivíduo sobre todo o coletivo. É uma narrativa sobre resiliência, mas também sobre vulnerabilidade — e talvez por isso tenha ressoado tanto com o público global, que reconhece em “Typhoon Family” não apenas uma história coreana, mas um reflexo universal de tempos de crise.

A inspiração por trás da obra

A roteirista Jang Hyun-sook compartilhou, em entrevistas recentes, que a inspiração para o roteiro nasceu das lembranças de sua juventude, quando trabalhou como vendedora durante o período da crise. Ela relembrou histórias de patrões e colegas que, mesmo diante das dificuldades, demonstravam um profundo senso de solidariedade e humanidade. “Quis capturar o calor das pessoas em tempos frios”, declarou.

Essa visão é perceptível em cada detalhe da série: nos gestos silenciosos entre os personagens, na esperança que resiste mesmo quando tudo parece ruir, e na forma como os pequenos atos de bondade se tornam vitais para seguir em frente. A ambientação de época, com figurinos e cenários minuciosamente reconstruídos, reforça a atmosfera de um país em transformação — não apenas econômica, mas emocional.

O peso e o talento do elenco

O protagonista, Lee Jun-ho, entrega uma atuação contida e poderosa como o jovem CEO que tenta equilibrar razão e emoção. Seu personagem representa uma geração que cresceu entre a tradição familiar e as exigências do novo mundo capitalista, e sua jornada é marcada por perdas, amadurecimento e descobertas pessoais.

Ao seu lado, Kim Min-ha interpreta uma mulher que se torna o fio condutor entre os diferentes membros da família. Com uma presença delicada e firme, ela traduz em gestos e olhares o espírito da série — uma mistura de dor e ternura que atravessa gerações. O entrosamento entre os dois atores tem sido amplamente elogiado pelos críticos coreanos, que destacam a química natural e o realismo das interações.

Uma direção que une estética e emoção

Sob o olhar sensível de Lee Na-jeong (“Fight for My Way”, “Love Alarm”) e Kim Dong-hwi, o drama aposta em uma direção que privilegia o ritmo emocional da narrativa. As cenas são construídas com atenção aos silêncios, aos olhares e às pausas — elementos típicos dos dramas coreanos que buscam mais do que o simples conflito: querem mostrar o que não é dito, o que se sente.

Gerson Fogaça leva a força da arte brasileira à Argentina com a exposição “Caos In Itinere”, em Mendoza

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Há artistas que pintam o que veem. Outros, como Gerson Fogaça, pintam o que sentem — e, de alguma forma, nos fazem sentir também. A partir de 7 de novembro, o Museu Carlos Alonso, em Mendoza, na Argentina, se torna o palco de uma travessia emocional e estética com a exposição “Caos In Itinere”, uma mostra que ocupa os três andares do espaço e apresenta 39 obras produzidas entre 2007 e 2025.

A retrospectiva não é apenas uma reunião de trabalhos, mas uma jornada pela alma criativa de um artista que aprendeu a transformar o caos — interno e urbano — em movimento, cor e pensamento. Nascido em Goiás, Fogaça faz da pintura uma linguagem viva, pulsante, que desafia os limites entre o figurativo e o abstrato, entre o gesto livre e a forma controlada. Cada traço, cada textura, parece conter um pedaço de vida, um respiro, uma memória em suspensão.

O gesto como poesia

“Caos In Itinere” — expressão em latim que remete a algo em processo, em deslocamento — traduz bem o espírito da exposição. A curadora Patrícia Avena Navarro, franco-argentina radicada em Buenos Aires, explica que a mostra se concentra no período entre 2013 e 2025, quando o urbano se torna ritmo e linguagem na obra de Fogaça.

Ao caminhar pelas salas do museu, o visitante encontrará uma sucessão de pulsações visuais — fragmentos de cidades, sombras de corpos em movimento, atmosferas que ora lembram ruído, ora silêncio. Em muitas telas, o tempo parece suspenso, como se o artista quisesse nos lembrar de que toda criação nasce do instante em que a desordem se transforma em harmonia.

A exposição tem produção de Malu da Cunha e KA Produções Culturais, realização do Instituto Cultural Urukum e foi viabilizada pelo Programa Goyazes, do Governo de Goiás, através da Secretaria de Estado da Cultura. É uma articulação que vai além da burocracia: representa o diálogo entre o Brasil e a América Latina, uma ponte construída pela arte e pelo afeto.

Entre o veto e a liberdade

Quem vê a serenidade e o equilíbrio da obra de Fogaça talvez não imagine o quanto ela foi atravessada por resistência. Em 2019, o artista viveu um episódio que marcaria sua trajetória: a censura à exposição “O Sangue no Alguidá”, que seria apresentada no Museu dos Correios, em Brasília.

Inspirada na literatura provocadora do cubano Pedro Juan Gutiérrez e nas vertentes mais cruas do realismo latino-americano, a mostra foi desmontada um dia antes da abertura. As telas, que falavam sobre o corpo, o desejo e a vida nas margens, foram retiradas sem explicação pública convincente.

Mas, como toda boa história de resistência, essa também encontrou sua reviravolta. Em menos de 24 horas, “O Sangue no Alguidá” foi transferida para o Museu Nacional da República, onde ganhou um novo público e uma nova força. A imprensa nacional repercutiu o caso, e Fogaça se tornou, sem pretender, símbolo da luta pela liberdade artística.

“Foi um momento difícil, mas também necessário”, relembra o artista. “A arte precisa incomodar. Quando ela é silenciada, é sinal de que tocou em algo verdadeiro.”

Esse episódio atravessou seu trabalho desde então. Suas obras mais recentes parecem carregar uma espécie de respiração política — uma necessidade de ocupar o espaço, de não se curvar ao medo. “Caos In Itinere” é, nesse sentido, uma espécie de renascimento: a celebração de quem sobreviveu ao silêncio e voltou a falar com mais força.

A travessia de um artista goiano pelo mundo

Gerson começou sua trajetória em Goiás, mas sua arte rapidamente cruzou fronteiras. Já expôs em instituições importantes na Europa, América Latina e Estados Unidos, como a Casa de América Latina (Lisboa), a Casa Brasil (Bruxelas), a Galería Luz y Oficio (Havana), o Museu Nacional da República (Brasília), o MAC/GO, o Museu de Arte de Goiânia (MAG), o Museo Alejandro Otero (Caracas), e a Sanger Gallery – The Studios of Key West, na Flórida.

Essa trajetória internacional não é fruto do acaso, mas da coerência com que o artista constrói sua poética. Em suas telas, a cor é corpo. A matéria, memória. O gesto, um registro do tempo. Há sempre uma tensão entre controle e impulso — como se Fogaça buscasse, a cada pincelada, um ponto de equilíbrio entre o caos e a calma.

A exposição revela exatamente isso: um artista maduro, consciente do próprio caminho, mas ainda disposto a correr riscos. “A arte só vive se houver risco”, costuma dizer. E é essa entrega que faz de suas pinturas uma experiência viva — algo que o espectador sente na pele antes mesmo de compreender com a razão.

A Amizade e o Tempo | Romance de José Eduardo Medeiros mistura paixão, mistério e memórias incertas

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Em seu novo livro, o engenheiro e escritor José Eduardo Medeiros propõe um instigante jogo literário no qual paixão, mistério e traição se entrelaçam às lembranças — nem sempre confiáveis — de seus personagens. A Amizade e o Tempo parte de uma premissa aparentemente simples, mas que logo se revela complexa: a fronteira entre a verdade e a ficção nas histórias que contamos sobre nós mesmos.

A narrativa começa quando Sampaio, um renomado cientista que acredita estar próximo da morte, contrata Fernanda, uma jornalista, para escrever sua biografia. O que deveria ser apenas um registro de memórias se transforma em uma investigação sobre o passado, repleto de revelações inesperadas, contradições e segredos. Aos poucos, Fernanda percebe que a versão oficial sobre a vida do cientista — e sobre o acidente que o deixou paraplégico — pode não corresponder aos fatos.

Determinada a descobrir o que realmente aconteceu, a jornalista mergulha em uma série de depoimentos que apontam para um plano criminoso elaborado por Sampaio e um amigo de infância. A partir daí, o livro conduz o leitor por uma jornada que atravessa Minas Gerais, São Paulo e até a Grécia, entre lembranças fragmentadas, paixões antigas e reencontros marcados pelo arrependimento.

A memória como labirinto

Mais do que uma trama policial, a obra é uma reflexão sobre a instabilidade da memória. Medeiros constrói uma narrativa em que os fatos se misturam às versões subjetivas dos personagens, desafiando o leitor a distinguir o que é lembrança, invenção ou delírio.

O próprio livro insere metalinguagem em seu enredo: em determinado ponto, um dos personagens decide transformar sua vida em romance, reconhecendo que toda memória é, por natureza, imperfeita. A frase “esta história é livremente inspirada em fatos reais” ganha, então, um duplo sentido — não apenas como aviso literário, mas como um espelho da própria incapacidade humana de narrar a verdade absoluta.

Com isso, Medeiros aprofunda o tema do “narrador não confiável”, uma técnica pouco explorada na literatura brasileira contemporânea. O leitor é levado a duvidar do que lê, a questionar as intenções de quem narra e, sobretudo, a perceber que talvez a verdade seja múltipla — ou simplesmente inalcançável.

Entre amizade, paixão e crime

Embora a investigação sobre o passado de Sampaio impulsione a trama, o livro também se dedica a explorar as relações humanas. O vínculo entre o cientista e seu amigo de juventude serve de eixo para discutir lealdade, ambição e culpa. A amizade, que no início parece um porto seguro, vai se revelando um terreno movediço, onde o afeto e a traição coexistem.

Fernanda, por sua vez, assume o papel de mediadora entre o leitor e o narrador. É através de suas entrevistas e de suas dúvidas que as camadas do enredo se revelam. A jornalista representa o olhar racional, investigativo — mas também o humano, que se comove com a dor e com as contradições de seu biografado.

Com um ritmo que alterna introspecção e suspense, Medeiros constrói cenas de grande densidade emocional. O romance se move entre recordações e descobertas, até conduzir o leitor a um desfecho surpreendente, no qual o passado e o presente finalmente se cruzam de forma definitiva.

Um romance sobre as verdades que o tempo apaga

Com prosa precisa e estrutura sofisticada, “A Amizade e o Tempo” reflete sobre o modo como o tempo transforma — e às vezes distorce — nossas percepções. A cada lembrança narrada, a história se reescreve, revelando que a verdade pode ser tão volátil quanto as emoções humanas.

A ambientação cuidadosa, que passa por paisagens mineiras, ruas paulistas e cenários gregos, reforça o tom de jornada e introspecção. As referências culturais e geográficas funcionam como espelhos dos estados de espírito dos personagens, aproximando o leitor das atmosferas de nostalgia, solidão e reencontro.

No centro de tudo, está a pergunta que move a trama: quem realmente foi Sampaio? Um homem arrependido, um cientista genial ou um manipulador habilidoso? A resposta, como o próprio autor sugere, talvez resida na subjetividade de quem tenta recordar.

TV Brasil revisita um dos maiores desastres ambientais do país em novo episódio de Caminhos da Reportagem

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Foto: Reprodução/ Internet

Nesta segunda-feira, 3 de novembro, às 23h, a TV Brasil exibe um novo episódio do premiado programa Caminhos da Reportagem, intitulado “A Tragédia de Mariana: dez anos depois”. A produção faz uma imersão comovente e crítica nas marcas deixadas pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), uma década após o desastre que chocou o país e entrou para a história como o maior crime socioambiental do Brasil.

Mais do que reconstituir o passado, o episódio busca compreender as consequências que ainda persistem no presente. A equipe do programa retorna às áreas atingidas, reencontra sobreviventes e questiona o que mudou — ou o que permanece inalterado — em relação à segurança das barragens, à responsabilização das mineradoras e à reconstrução das vidas e comunidades devastadas pela lama.

Uma década de dor e luta por justiça

No dia 5 de novembro de 2015, o rompimento da barragem de Fundão, controlada pela mineradora Samarco, liberou cerca de 40 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério de ferro. O mar de lama destruiu completamente os distritos de Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo, matou 19 pessoas e provocou o aborto de um bebê em uma das sobreviventes. O desastre contaminou o Rio Doce, cujas águas atravessam Minas Gerais e Espírito Santo até o mar.

Mais de 600 famílias perderam suas casas, memórias e meios de subsistência. O impacto se estendeu por mais de 600 quilômetros, devastando ecossistemas, propriedades rurais e modos de vida tradicionais. Estimativas do Ministério Público de Minas Gerais indicam que mais de 3 milhões de pessoas foram afetadas direta ou indiretamente, em um desastre que ultrapassou fronteiras geográficas e ambientais.

A tragédia expôs as fragilidades do sistema de fiscalização das barragens e as consequências da dependência econômica da mineração em regiões como o Quadrilátero Ferrífero. As falhas estruturais e a falta de medidas preventivas adequadas revelaram uma negligência que, segundo especialistas, poderia ter sido evitada.

Comunidades entre a reconstrução e a saudade

Dez anos depois, o sentimento predominante entre os atingidos é o de perda e de incerteza. Muitas famílias ainda aguardam a conclusão da reconstrução de Bento Rodrigues, prometida desde 2016. As casas, escolas e igrejas que faziam parte da identidade local continuam em ruínas, e parte dos moradores vive em moradias provisórias, enfrentando dificuldades para recomeçar suas vidas.

O episódio do Caminhos da Reportagem acompanha o retorno de antigos moradores aos locais devastados, revelando a força de quem resiste à dor e à demora na reparação. As lembranças do dia do rompimento permanecem vivas, e a sensação de injustiça ainda é marcante, alimentada pela lentidão dos processos de indenização e pela burocracia que cerca o reconhecimento dos atingidos.

Apesar dos avanços pontuais, muitos habitantes afirmam que o tempo não foi suficiente para cicatrizar as feridas deixadas pela lama. A ausência de um sentimento pleno de justiça e o desequilíbrio entre o poder das mineradoras e o das comunidades afetadas continuam sendo fatores que dificultam a superação da tragédia.

Samarco e o desafio da reparação

A Samarco, controlada pela Vale e pela BHP Billiton, afirma que o rompimento provocou mudanças profundas em suas práticas de operação e de segurança. A empresa retomou suas atividades em dezembro de 2020, cinco anos após o desastre, implementando novos protocolos e tecnologias de descarte de rejeitos.

Atualmente, segundo informações da própria companhia, cerca de 80% do material descartado adota o modelo de empilhamento a seco, considerado mais seguro por reduzir o risco de rompimentos. Mesmo assim, especialistas alertam que o retorno das operações reacendeu o debate sobre a fiscalização efetiva e sobre o modelo de desenvolvimento baseado na exploração mineral em larga escala.

As entidades de defesa ambiental e as comunidades afetadas avaliam que a reparação está longe de ser completa. O reassentamento das famílias, a recuperação do meio ambiente e a reconstrução das atividades econômicas seguem em ritmo lento. As indenizações continuam sendo tema de disputas judiciais, e a desconfiança quanto à atuação das empresas envolvidas permanece forte.

As feridas do Rio Doce e o impacto ambiental

A tragédia de Mariana deixou um rastro de destruição ambiental que continua evidente dez anos depois. O Rio Doce, contaminado por metais pesados, ainda apresenta sinais de degradação. Pescadores e agricultores relatam a perda de renda e a contaminação do solo, o que compromete atividades tradicionais e sustenta a sensação de abandono.

Pesquisas realizadas por universidades e institutos ambientais indicam que a recuperação do ecossistema pode levar décadas. As margens do rio, a fauna aquática e o equilíbrio das cadeias alimentares foram profundamente afetados, e a lama ainda é visível em alguns trechos, mesmo após anos de esforços de contenção e limpeza.

A tragédia também impulsionou debates sobre a necessidade de repensar a dependência econômica de regiões mineradoras e a urgência de políticas públicas mais rigorosas de fiscalização e sustentabilidade. O episódio relembra que o modelo de exploração intensiva de recursos naturais pode trazer ganhos financeiros imediatos, mas impõe custos humanos e ambientais incalculáveis.

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