Crítica – Hamnet: A Vida Antes de Hamlet é um retrato delicado e profundo do luto como permanência

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Foto: Agata Grzybowska/ FOCUS FEATURES LLC

Hamnet: A Vida Antes de Hamlet chega aos cinemas em 2025 como uma das adaptações literárias mais sensíveis dos últimos anos. Baseado no romance homônimo de Maggie O’Farrell, o longa dirigido por Chloé Zhao se distancia conscientemente do biográfico tradicional para construir um estudo íntimo sobre perda, amor e memória. Em vez de narrar feitos históricos ou glorificar o mito em torno de William Shakespeare, o filme escolhe observar o que permanece quando a tragédia já aconteceu e quando a ausência passa a reorganizar silenciosamente a vida dos que ficam.

A abordagem de Zhao é contida e profundamente humana. O luto, aqui, não se manifesta por grandes explosões emocionais ou discursos explicativos. Ele se instala nos gestos cotidianos, nos silêncios prolongados, na maneira como o tempo parece desacelerar após a perda de um filho. A morte de Hamnet não é tratada como um evento isolado, mas como uma força invisível que atravessa cada relação, cada espaço e cada escolha dos personagens.

No centro da narrativa estão Agnes e William Shakespeare, interpretados com notável sensibilidade por Jessie Buckley e Paul Mescal. O casal não representa apenas duas figuras históricas, mas duas formas radicalmente distintas de atravessar a dor. Agnes estabelece com a natureza uma relação de profunda intimidade. Seu vínculo com a terra, as plantas e os ciclos naturais carrega um misticismo orgânico que nunca soa artificial ou exótico. Trata se de uma espiritualidade silenciosa, construída a partir da escuta e da observação, que transforma o ambiente ao redor em extensão de seu mundo interior.

Jessie Buckley entrega uma das atuações mais marcantes de sua carreira. Sua Agnes carrega o luto no corpo, no olhar e até na respiração. Cada movimento parece atravessado por uma dor contida, nunca verbalizada em excesso. Buckley constrói uma personagem que comunica mais pelo silêncio do que pela palavra, transformando gestos mínimos em expressões de um sofrimento profundo e persistente. Sua presença em cena sustenta emocionalmente o filme e dá densidade a cada momento de recolhimento e resistência.

Paul Mescal, por sua vez, interpreta um William Shakespeare menos mítico e mais humano. Distante da imagem do gênio inspirado, seu personagem encontra na escrita uma tentativa de sobreviver à perda. A arte surge não como fuga, mas como um espaço de permanência. Ao escrever, William não busca apagar a ausência do filho, mas dar forma a ela. A criação artística se apresenta como um gesto de amor, um meio de manter viva uma presença que já não existe fisicamente.

Jacobi Jupe, no papel de Hamnet, oferece uma atuação delicada e luminosa. Sua presença em cena é breve, mas profundamente marcante. O jovem ator constrói um personagem que ocupa o filme com uma naturalidade comovente, como se desde o início anunciasse a falta que deixaria. Mesmo após sua saída da narrativa, Hamnet continua presente, não como lembrança explícita, mas como ausência constante que molda o comportamento e as emoções dos demais personagens.

A direção de fotografia desempenha um papel fundamental na construção da atmosfera do filme. A luz natural, os enquadramentos contemplativos e o ritmo paciente da câmera acompanham os estados emocionais dos personagens com precisão. Cada plano parece carregado de memória e de tempo, criando imagens que não explicam o sentimento, mas o experimentam junto ao espectador. A natureza não funciona apenas como cenário, mas como espelho emocional do que não pode ser dito.

Narrativamente, Hamnet: A Vida Antes de Hamlet opta por uma estrutura que privilegia a experiência sensorial em detrimento da linearidade clássica. O filme confia na capacidade do público de sentir e interpretar, sem recorrer a explicações excessivas. Essa escolha pode desafiar espectadores acostumados a narrativas mais diretas, mas é justamente nela que reside a força da obra. Zhao constrói um cinema que convida à contemplação e à escuta atenta.

Ao transformar a ausência em matéria artística, Chloé Zhao reafirma uma ideia essencial e poderosa. A arte não elimina a dor, mas pode torná la habitável. Em Hamnet: A Vida Antes de Hamlet, o cinema se apresenta como espaço de escuta, memória e permanência. Um filme que não busca consolar, mas compreender. E que, ao fazê lo, permite que o amor não desapareça, apenas encontre uma nova forma de existir.

Dia D | Steven Spielberg retorna ao suspense do desconhecido em novo filme com estreia em 2026

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Foto: Reprodução/ Internet

A Universal Pictures divulgou o primeiro trailer de “Dia D” (Disclosure Day), novo longa-metragem dirigido por Steven Spielberg (“O Resgate do Soldado Ryan”, “A Lista de Schindler”), e a prévia já deixa claro que o cineasta volta a explorar um de seus terrenos favoritos: o impacto do desconhecido sobre pessoas comuns. Com um clima de tensão crescente e muitas perguntas no ar, o filme desponta como um dos lançamentos mais aguardados do próximo ano. Abaixo, confira o vídeo:

Com lançamento previsto para 11 de junho de 2026 nos cinemas brasileiros, o longa-metragem marca o reencontro de Steven com o roteirista David Koepp (“Jurassic Park”, “Guerra dos Mundos”), parceiro recorrente em produções que equilibram espetáculo, tensão e conteúdo. A nova colaboração renova a expectativa do público por uma história que transita entre o suspense, a ficção e o drama humano, elementos que se tornaram a assinatura criativa da dupla ao longo dos anos.

O elenco reforça o peso da produção e chama atenção pela variedade de perfis. O protagonismo fica por conta de Josh O’Connor (“The Crown”, “Rivais”), que divide a cena com Emily Blunt (“Oppenheimer”, “No Limite do Amanhã”). Também integra o time Eve Hewson (“Flora and Son”, “Behind Her Eyes”), além de nomes consagrados como Colin Firth (“O Discurso do Rei”, “1917”), Colman Domingo (“Rustin”, “Sing Sing”) e Wyatt Russell (“Lodge 49”, “Thunderbolts”). É um elenco pensado para sustentar conflitos emocionais intensos, algo essencial para um filme que promete trabalhar mais com tensão psicológica do que com respostas fáceis.

O trailer evita explicar demais, mas entrega pistas suficientes para despertar curiosidade. A história parece girar em torno de um evento global, algo que esteve oculto por muito tempo e que, ao vir à tona, ameaça mudar completamente a forma como a humanidade enxerga a própria realidade. Não há cenas de ação exageradas nem grandes discursos explicativos. O que domina é a sensação de urgência, o silêncio desconfortável e olhares carregados de apreensão.

As comparações com “Contatos Imediatos de Terceiro Grau” são inevitáveis, já que Spielberg retorna ao tema do encontro com algo além da compreensão humana. A diferença é o tom. Se no clássico de 1977 havia fascínio e certa inocência diante do desconhecido, “Dia D” parece seguir um caminho mais sombrio e ansioso. Aqui, a revelação não soa como uma promessa de descoberta, mas como um choque inevitável.

O título original, Disclosure Day, ajuda a entender essa proposta. A ideia de “disclosure” aponta para uma revelação definitiva, um momento sem volta. Entre fãs, já surgem interpretações que ligam o nome “Dia D” a um paralelo simbólico com o marco histórico da Segunda Guerra Mundial. Só que, desta vez, a batalha não acontece em um campo físico, mas na mente coletiva das pessoas, forçadas a lidar com uma verdade que pode desmontar certezas antigas.

Ao longo da carreira, Spielberg sempre demonstrou habilidade para transformar conceitos grandiosos em histórias profundamente humanas. Mesmo quando fala de extraterrestres, guerras ou eventos globais, o foco costuma estar nas reações individuais, no medo, na esperança e na fragilidade emocional. Pelo que o trailer indica, “Dia D” segue exatamente esse caminho, apostando mais na atmosfera e na construção de tensão do que em explicações diretas.

Clássico do terror O Iluminado segue em cartaz até amanhã (17) em comemoração aos 45 anos

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Foto: Reprodução/ Internet

Os fãs de terror e de cinema clássico têm pouco tempo para aproveitar uma oportunidade especial nas telonas. “O Iluminado”, obra-prima dirigida por Stanley Kubrick, segue em cartaz nos cinemas brasileiros até amanhã, 17 de dezembro, em uma ação especial da Warner Bros. Pictures que comemora os 45 anos de lançamento do longa. As sessões acontecem em salas regulares e também em IMAX, oferecendo ao público a chance de revisitar, ou descobrir, o filme em sua melhor experiência audiovisual.

Lançado originalmente em 1980, o longa-metragem atravessou décadas sem perder força e se consolidou como uma referência absoluta do terror psicológico. Mais do que sustos pontuais, o filme constrói uma atmosfera de tensão constante, capaz de inquietar e envolver o espectador do início ao fim. Assistir a essa obra no cinema, com som potente e imagem ampliada, ajuda a entender por que ela permanece tão influente e discutida até hoje.

A história acompanha a família Torrance durante um inverno rigoroso no isolado Overlook Hotel, no Colorado. Jack Torrance, interpretado por Jack Nicholson, é um aspirante a escritor e alcoólatra em recuperação que aceita o trabalho de zelador do hotel durante a baixa temporada. Ele se muda para o local com a esposa Wendy, vivida por Shelley Duvall, e o filho Danny, interpretado por Danny Lloyd, sem imaginar que o isolamento extremo e as forças que habitam o lugar irão colocar a sanidade de todos à prova.

Danny, ainda criança, possui habilidades psíquicas conhecidas como o brilho, que lhe permitem enxergar acontecimentos passados e futuros ligados ao hotel. O cozinheiro do Overlook, Dick Hallorann, vivido por Scatman Crothers, compartilha do mesmo dom e estabelece uma conexão telepática com o menino. Aos poucos, o histórico sombrio do hotel começa a se manifestar, enquanto Jack se deixa consumir por influências sobrenaturais e por seus próprios conflitos internos, tornando-se uma ameaça real para a própria família.

A adaptação do romance de Stephen King tomou caminhos próprios sob a visão rigorosa de Stanley Kubrick. Embora o autor tenha criticado o filme na época do lançamento por se distanciar do livro, o longa ganhou nova leitura ao longo dos anos e passou a ser reconhecido como uma obra autoral, marcada por simbolismos, ambiguidades e múltiplas interpretações. Cada cena parece calculada para provocar desconforto e alimentar debates, algo que ajudou a manter o filme vivo no imaginário popular.

Grande parte da produção aconteceu nos estúdios da EMI Elstree, na Inglaterra, com cenários meticulosamente construídos a partir de referências reais. Kubrick trabalhava com equipes reduzidas e era conhecido por exigir inúmeras tomadas, buscando a precisão absoluta, o que muitas vezes levava atores e técnicos ao limite. O uso inovador da Steadicam, então uma tecnologia recente, resultou em cenas visualmente marcantes e revolucionárias, que influenciaram gerações de cineastas.

No momento de seu lançamento, “O Iluminado” dividiu opiniões da crítica e do público, e o próprio Stephen King demonstrou insatisfação com a adaptação. Com o passar dos anos, no entanto, a recepção mudou de forma significativa. O filme passou a ser amplamente reconhecido como um dos maiores e mais influentes títulos do terror cinematográfico, além de um ícone da cultura pop. Em 2018, a obra foi selecionada para preservação no National Film Registry da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos, por sua relevância cultural, histórica e estética.

Quarta temporada da série The Traitors ganha trailer e promete elevar o jogo de alianças e traições

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Foto: Reprodução/ Internet

A Peacock divulgou o aguardado trailer da quarta temporada de The Traitors, confirmando que o reality psicológico mais tenso da atualidade retorna ainda mais afiado. Com estreia marcada para janeiro de 2026, a nova fase do programa chega ao Brasil no dia 9 de janeiro, pelo Universal+, apenas um dia após a exibição nos Estados Unidos. A proximidade entre os lançamentos reforça a força internacional do formato, que deixou de ser uma curiosidade europeia para se consolidar como um fenômeno global de entretenimento.

Criado originalmente nos Países Baixos, The Traitors conquistou o público justamente por ir além das provas tradicionais. Aqui, o jogo é emocional, silencioso e cruel. Não vence quem grita mais alto, mas quem observa melhor. A versão norte-americana soube explorar esse conceito ao máximo, transformando convivência e desconfiança em combustível narrativo, algo que o trailer da nova temporada deixa bem evidente.

Um dos grandes destaques da quarta temporada é o elenco, que reúne personalidades de diferentes universos da cultura pop e da televisão. Estão confirmados Colton Underwood, conhecido por The Bachelor; Donna Kelce, mãe dos astros da NFL Travis e Jason Kelce; o cantor e compositor Eric Nam, um dos nomes mais respeitados do k-pop internacional; Lisa Rinna, figura marcante de The Real Housewives; Monét X Change, vencedora e ícone de RuPaul’s Drag Race; e o ator Stephen Colletti, eternizado pelo público em One Tree Hill. A diversidade de perfis reforça um dos maiores trunfos do programa: ninguém está preparado para o tipo de jogo que se desenrola dentro do castelo.

A dinâmica permanece fiel ao que consagrou o formato. Um grupo de competidores chega a um castelo isolado nas Terras Altas da Escócia com o objetivo de conquistar um prêmio em dinheiro, que é construído ao longo da temporada por meio de missões coletivas. Todos entram como Fiéis, mas entre eles estão os Traidores, escolhidos secretamente pelo anfitrião logo no início do jogo. Cabe aos Fiéis descobrir quem mente, enquanto os Traidores precisam eliminar adversários sem levantar suspeitas. Se todos os Traidores forem banidos, o prêmio é dividido entre os Fiéis restantes. Caso contrário, basta um Traidor chegar ao final para levar todo o dinheiro.

As noites são sempre decisivas. Em encontros secretos, os Traidores escolhem um competidor para ser “assassinado”, eliminando-o imediatamente do jogo. O impacto vem no dia seguinte, quando os participantes se reúnem para o café da manhã e percebem, pouco a pouco, quem não voltou ao castelo. O primeiro assassinato acontece antes mesmo do primeiro banimento, mergulhando o grupo em um clima constante de paranoia desde o início da competição.

Entre eliminações e suspeitas, os jogadores participam de missões que aumentam o valor do prêmio final. Alguns desafios oferecem ainda a chance de visitar o arsenal, onde um participante pode receber secretamente o escudo, item que garante imunidade contra assassinatos noturnos. O escudo, porém, não protege contra o voto de banimento, o que mantém todos vulneráveis. Quando os Traidores tentam matar alguém protegido, ninguém é eliminado naquela noite, aumentando ainda mais a confusão e as teorias entre os jogadores.

Ao final de cada dia, acontece a temida mesa redonda, o verdadeiro centro do jogo. É ali que alianças são testadas, acusações ganham voz e estratégias são expostas. Os votos para banimento são feitos em segredo e revelados publicamente. O eliminado precisa revelar se era Fiel ou Traidor, informação que pode mudar completamente o rumo da competição. Quando um Traidor é banido, os Traidores restantes ainda têm a chance de recrutar um novo aliado, garantindo que o jogo nunca fique previsível.

Quando restam apenas quatro finalistas, o jogo entra em sua fase mais delicada. Após o desafio final, os jogadores precisam decidir se continuam banindo ou se encerram a competição. Para finalizar o jogo, a decisão deve ser unânime. Caso contrário, novos banimentos acontecem. Se o jogo termina apenas com Fiéis, o prêmio é dividido. Se um Traidor permanecer, ele leva tudo.

Jennifer Lopez e Josh Duhamel enfrentam tiros e crises amorosas em “Casamento Armado”, atração da Tela Quente desta segunda (15)

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A Tela Quente desta segunda-feira, 15 de dezembro, convida o público a desligar a cabeça e se divertir com “Casamento Armado”, uma comédia romântica que começa como um conto de fadas moderno e rapidamente vira uma confusão deliciosa, cheia de ação, humor e reviravoltas. Estrelado por Jennifer Lopez (As Golpistas, Encontro Explosivo) e Josh Duhamel (Transformers, Idas e Vindas do Amor), o filme transforma o famoso “dia mais feliz da vida” em uma prova de fogo para um casal à beira do colapso.

Na história, segundo a sinopse do AdoroCinema, Darcy e Tom decidiram fazer tudo do jeito certo. Reuniram família, amigos e sonhos em uma ilha paradisíaca para celebrar um casamento digno de cinema. O problema é que, antes mesmo de trocarem os votos, a cerimônia é interrompida por homens armados que fazem todos os convidados reféns. De repente, o amor deixa de ser apenas um sentimento e passa a ser uma questão de sobrevivência.

Obrigados a agir juntos, Darcy e Tom precisam enfrentar não só os sequestradores, mas também as próprias inseguranças, mágoas e diferenças que vinham sendo empurradas para debaixo do tapete. Entre perseguições improvisadas, discussões sinceras e situações completamente absurdas, o filme mostra que amar alguém também significa saber lutar ao lado dessa pessoa quando tudo dá errado.

Dirigido por Jason Moore (A Escolha Perfeita, Operação Cupido), “Casamento Armado” sabe exatamente o que quer ser: um entretenimento leve, divertido e sem grandes pretensões. O roteiro, assinado por Mark Hammer e Liz Meriwether (New Girl), aposta no exagero e no humor físico para equilibrar ação e romance, criando cenas que brincam com os clichês do gênero sem perder o charme.

O elenco de apoio é um dos grandes trunfos do longa. Jennifer Coolidge (The White Lotus, American Pie) rouba a cena sempre que aparece, garantindo algumas das sequências mais engraçadas do filme. Sônia Braga (Aquarius, O Beijo da Mulher-Aranha) traz elegância e presença, enquanto Lenny Kravitz (Jogos Vorazes, Precious) e Cheech Marin (Um Drink no Inferno, Cars) completam o time com personagens excêntricos e carismáticos.

Filmado em Boston e na República Dominicana, o longa aproveita cenários tropicais para criar um contraste visual curioso: um paraíso natural tomado pelo caos. Inicialmente planejado para chegar aos cinemas, “Casamento Armado” acabou estreando diretamente no streaming, onde encontrou seu público e se consolidou como uma opção perfeita para quem busca diversão despretensiosa.

Além da exibição na Tela Quente, quem quiser rever ou assistir a “Casamento Armado” a qualquer momento pode encontrar o filme disponível no Amazon Prime Video. A produção integra o catálogo do serviço de streaming por assinatura, oferecendo ao público a opção de acompanhar essa mistura de ação, romance e comédia no conforto de casa, sem depender do horário da TV.

Dare You To Death | Novo BL policial com Joong Archen e Dunk Natachai, estreia na Netflix Brasil

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Os fãs de BL tailandês e de thrillers investigativos já podem marcar no calendário. “Dare You To Death”, nova série estrelada por Joong Archen Aydin (Nosso céu, Hidden Agenda, Assassinos de corações) e Dunk Natachai Boonprasert (Estrela na Minha Cabeça, Uma noite de verão, Assassinos de corações), teve sua estreia confirmada na Netflix Brasil para a próxima quinta-feira, dia 18. A produção chega cercada de expectativa por unir romance, suspense policial e uma trama densa, inspirada no romance homônimo de MTRD.S.

A história começa com a misteriosa morte de Puifai, encontrada sem vida após uma noite de festa com amigos. O que inicialmente parece um caso simples logo se transforma em uma investigação complexa, repleta de segredos, mentiras e interesses ocultos. Para desvendar o crime, entram em cena dois investigadores que, além de métodos opostos, carregam uma rivalidade evidente.

De um lado está Khamin Kananon (Dunk Natachai), um inspetor recém-chegado à corporação, determinado, racional e pouco disposto a ceder. Do outro, o experiente Capitão Jade (Joong Archen), conhecido por sua postura firme e instinto afiado. À medida que os dois avançam nas investigações, a tensão profissional dá lugar a uma atração crescente, criando um delicado equilíbrio entre dever, desconfiança e desejo.

O grande diferencial de “Dare You To Death” está justamente na forma como o romance se desenvolve dentro de uma narrativa policial sólida. O relacionamento entre Khamin e Jade não surge de maneira gratuita, mas é construído em meio a interrogatórios, confrontos éticos e descobertas perturbadoras. Cada nova pista sobre a morte de Puifai aprofunda não apenas o mistério central, mas também o vínculo emocional entre os protagonistas.

A série é dirigida por Dome Jade Bunyoprakarn, nome conhecido por sua condução sensível de dramas com forte carga emocional. A produção executiva fica a cargo de Tha Sataporn Panichraksapong e Darapa Choeysanguan, garantindo um projeto tecnicamente cuidadoso e alinhado ao padrão das grandes produções tailandesas contemporâneas.

O elenco de apoio reforça o peso dramático da série, reunindo nomes como Chimon Wachirawit Ruangwiwat, Cante Harit Cheewagaroon, Fluke Jeeratch Wongpian e Sammy Samantha Melanie Coates, que interpretam personagens ligados à investigação, à perícia forense e ao círculo social da vítima. Essas figuras secundárias ajudam a ampliar o universo da história, trazendo múltiplos pontos de vista e suspeitas que mantêm o suspense até os momentos finais.

Bling Bling | Novo BL tailandês aposta no glamour do teatro Likay e estreia em 2026

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O cenário das séries BL tailandesas acaba de ganhar uma produção que promete se destacar pela originalidade e pela forte ligação com a cultura local. Foi anunciada “Bling Bling”, nova aposta da produtora Copy A Bangkok, que terá como protagonistas os atores Gunner Nice e Guide Dech. Ambientada no tradicional mundo do Likay, a série tem estreia prevista para 2026.

Diferente de muitos títulos do gênero, que costumam se concentrar em ambientes urbanos contemporâneos, “Bling Bling” escolhe como pano de fundo uma das manifestações artísticas mais populares da Tailândia. O Likay é um tipo de teatro conhecido por suas apresentações intensas, que combinam música, dança, humor e drama, sempre marcadas por figurinos extravagantes, repletos de brilho, e uma maquiagem altamente expressiva. Esse universo visualmente marcante será parte essencial da identidade da série.

A trama acompanha a rotina de atores que integram uma companhia de Likay, explorando não apenas o espetáculo apresentado ao público, mas também os bastidores desse meio artístico. Entre ensaios, apresentações e disputas internas, surgem rivalidades, desafios profissionais e conflitos pessoais. É nesse contexto que se desenvolve o romance central da história, vivido por Gunner Nice e Guide Dech, prometendo uma narrativa que mistura emoção, tensão e sensibilidade.

A escolha de Gunner Nice e Guide Dech como protagonistas reforça a intenção da produção de investir em atuações carismáticas e emocionalmente intensas. A química entre os dois atores é um dos pontos de maior expectativa entre os fãs do gênero, que aguardam um relacionamento construído de forma gradual, marcado por conflitos internos e pela pressão do ambiente competitivo do teatro.

Outro destaque do projeto é a confirmação da cantora tailandesa Mobye no elenco. Sua participação indica que a música terá papel relevante na série, dialogando diretamente com a essência do Likay, onde o canto e a performance ao vivo são elementos fundamentais. A trilha sonora e os números musicais devem contribuir para aprofundar o impacto emocional da narrativa e enriquecer a experiência visual.

A Copy A Bangkok afirma que o projeto pretende respeitar a essência do Likay, valorizando sua estética, seus códigos e sua importância cultural, ao mesmo tempo em que adapta esse universo para uma narrativa moderna e acessível. Temas como ambição, identidade, pertencimento e escolhas pessoais devem se entrelaçar ao romance, criando uma história que vai além do brilho dos figurinos. Ainda sem data exata de estreia ou divulgação completa do elenco de apoio, a trama já desperta atenção por sua proposta diferenciada.

Crítica – Um Ombro para Chorar transforma rivalidade em afeto e revela como o amor pode nascer exatamente onde a dor insiste em permanecer

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Um Ombro para Chorar” não é apenas mais um drama romântico juvenil. É uma história sobre pressão, solidão e sentimentos que surgem nos lugares mais inesperados. Disponível para quem busca romances sensíveis e emocionalmente intensos, a série sul-coreana de 2023 adapta o webtoon A Shoulder to Cry On, de Dong Mul, com um olhar atento às fragilidades da juventude e às marcas que o medo de perder tudo pode deixar.

Lee Da Yeol é apresentado como um jovem que carrega o peso de um futuro que não pode falhar. Habilidoso arqueiro, ele conquistou uma bolsa de estudos em uma escola de prestígio, e essa oportunidade representa muito mais do que status: é sobrevivência, reconhecimento e esperança. Da Yeol vive em constante estado de alerta, como se qualquer erro pudesse destruir tudo o que construiu. É nesse cenário de tensão que surge Jo Tae Hyeon, o aluno mais popular da escola, alguém que, à primeira vista, representa exatamente aquilo que Da Yeol não pode se dar ao luxo de enfrentar.

O conflito inicial entre os dois nasce da desconfiança e do medo. Da Yeol vê Tae Hyeon como uma ameaça direta, alguém capaz de colocar sua bolsa em risco e alimentar rumores que podem arruinar sua reputação. Sua reação é o afastamento, quase agressivo, uma tentativa desesperada de se proteger. Mas “Um Ombro para Chorar” é uma série que se constrói a partir da insistência: Tae Hyeon simplesmente não vai embora.

Jo Tae Hyeon é, talvez, o personagem mais interessante da narrativa. Popular, confiante e aparentemente despreocupado, ele esconde uma solidão que só se revela aos poucos. Sua insistência em permanecer ao lado de Da Yeol não é apenas provocação ou curiosidade. Há ali um reconhecimento silencioso de alguém que também carrega dores que não sabe expressar. A série acerta ao não transformar Tae Hyeon em um estereótipo do “garoto perfeito”, permitindo que suas vulnerabilidades apareçam gradualmente.

A relação entre os dois evolui de forma tensa e emocionalmente carregada. O ódio inicial de Da Yeol é palpável, quase físico. No entanto, quanto mais eles convivem, mais essa raiva se mistura com algo difícil de nomear. O olhar que se demora, o silêncio desconfortável, a proximidade que incomoda e conforta ao mesmo tempo. “Um Ombro para Chorar” entende que o amor nem sempre nasce do afeto imediato; às vezes ele surge da convivência forçada, do confronto de feridas e do reconhecimento da dor do outro.

O grande tema da série é justamente essa linha tênue entre amor e ódio. Da Yeol luta contra sentimentos que não quer ter, não apenas por medo de Tae Hyeon, mas por medo de si mesmo. A possibilidade de amar alguém que ele acredita ser uma ameaça abala suas certezas e sua identidade. Já Tae Hyeon parece compreender antes que Da Yeol que essa conexão não é algo a ser combatido, mas acolhido.

A série também se destaca por abordar, ainda que de forma sutil, temas como pressão acadêmica, medo do fracasso, isolamento social e a violência silenciosa dos rumores. O romance não existe separado desses conflitos; ele nasce dentro deles. Amar, aqui, é um risco tão grande quanto errar um alvo no arco e flecha ou perder uma bolsa de estudos

Crítica – Segunda Chance é um retrato sensível sobre aprender a amar de novo quando o coração ainda está em pedaços

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Há séries que impressionam pelo impacto, pelo choque ou pela grandiosidade. “Segunda Chance”, disponível no Viki, escolhe um caminho diferente e, talvez por isso mesmo, mais honesto: o da delicadeza. É uma história que não grita suas emoções, mas as sussurra. E, nesse sussurro, encontra uma força rara ao falar de luto, amizade, amor e da coragem silenciosa de continuar vivendo quando algo essencial se perde.

A jornada de Sky é o ponto de partida emocional da série. A morte do pai não é apenas um evento do passado, mas uma ausência que atravessa cada gesto, cada silêncio e cada tentativa de seguir em frente. Sky não está “quebrado” de forma espetacular; ele está cansado, sensível, vulnerável. É nesse estado que Paper surge não como um salvador, mas como alguém que simplesmente fica. E talvez seja aí que “Segunda Chance” mais acerta: o amor nasce da presença constante, do cuidado diário, da escuta atenta.

A relação entre Sky e Paper é construída com uma naturalidade comovente. Eles começam como amigos, mas a série permite que o espectador perceba antes mesmo dos personagens que há algo diferente ali. O ciúme aparece sem alarde, o toque dura um segundo a mais do que deveria, o olhar carrega perguntas que ninguém ousa formular. O que poderia ser tratado como confusão adolescente ganha aqui um peso emocional verdadeiro. Não é apenas o medo de amar, mas o medo de perder aquilo que já é tão importante: a amizade.

Quando o sentimento deixa de ser apenas insinuado e passa a ser reconhecido, a série evita o clichê da revelação explosiva. O estranhamento inicial dá lugar a uma aproximação cuidadosa, quase tímida, como se ambos precisassem reaprender a se mover um em torno do outro. É um amor que cresce com hesitação, mas também com ternura. E isso torna tudo mais real, mais humano.

No outro eixo da narrativa está Jeno, um personagem fechado pelas marcas de uma traição que o fez desacreditar nas pessoas e nos afetos. Sua dor é mais silenciosa, quase invisível, mas igualmente profunda. Chris entra em sua vida como alguém disposto a ficar mesmo sem garantias. A relação entre os dois é menos imediata e mais resistente. Não se trata de “curar” Jeno, mas de mostrar que confiar novamente é possível, mesmo quando o passado insiste em machucar.

O que une esses quatro personagens é a sensação de estarem todos tentando sobreviver às próprias feridas. “Segunda Chance” entende que cada pessoa carrega seu tempo, seu ritmo e seus limites. Não há soluções fáceis nem promessas vazias. O amor, aqui, não apaga a dor, mas ajuda a torná-la suportável.

Visualmente, a série acompanha essa proposta com uma estética discreta e acolhedora. A fotografia suave, os enquadramentos próximos e a trilha sonora contida reforçam a intimidade da narrativa. As atuações apostam no não dito, nos silêncios que dizem mais do que longos discursos. É um tipo de drama que exige atenção e entrega do espectador, mas que recompensa com emoção genuína.

Após sucesso nos Estados Unidos, Heated Rivalry deve estrear em breve na HBO Max Brasil

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Após chamar atenção do público e da crítica em seu lançamento internacional, a série Heated Rivalry deve chegar em breve ao catálogo da HBO Max Brasil, ampliando o alcance de uma das produções mais comentadas do romance esportivo em 2025. Criada, escrita e dirigida por Jacob Tierney (Letterkenny), a série canadense é baseada na coleção de livros Game Changers, da escritora Rachel Reid, e aposta em uma narrativa intensa, emocional e contemporânea ambientada no competitivo universo do hóquei profissional.

A produção estreou oficialmente no Canadá em 28 de novembro de 2025, pelo serviço de streaming Crave, com exibição simultânea em mercados selecionados, incluindo os Estados Unidos e a Austrália, onde passou a integrar o catálogo da HBO Max. O bom desempenho inicial, aliado à repercussão positiva nas redes sociais e entre leitores da obra original, acelerou o interesse pela chegada da série a novos territórios, incluindo o Brasil.

No centro da história estão Shane Hollander e Ilya Rozanov, interpretados por Hudson Williams (estreia em papel principal na televisão) e Connor Storrie (produção de destaque no streaming canadense). Dentro do gelo, eles são rivais declarados e considerados os maiores jogadores de suas gerações na Major League Hockey. Fora das arenas, vivem um relacionamento secreto, marcado por desejo, conflitos internos e decisões difíceis, que se desenvolve ao longo de vários anos.

A rivalidade esportiva entre Shane e Ilya funciona como ponto de partida para uma trama que vai muito além da competição. Unidos por ambição, talento e uma atração que nenhum dos dois consegue explicar, eles constroem uma relação intensa em meio à pressão constante da mídia, das torcidas, dos contratos milionários e das expectativas impostas pelo esporte profissional. A série retrata com sensibilidade o contraste entre a imagem pública de ídolos inabaláveis e a fragilidade emocional que ambos carregam longe dos holofotes.

Shane Hollander enfrenta o desafio do autoconhecimento em um ambiente tradicionalmente conservador. Jovem, carismático e extremamente talentoso, ele lida com o processo de descoberta da própria sexualidade enquanto tenta corresponder ao papel de estrela exemplar da liga. O medo da rejeição, do impacto na carreira e da reação do público transforma cada passo em um risco calculado, ampliando a tensão emocional da narrativa.

Ilya Rozanov, por outro lado, vive sob o peso das expectativas familiares e culturais. Ídolo internacional, ele carrega responsabilidades que vão além do esporte, o que torna seu envolvimento com Shane ainda mais complexo. Dividido entre dever, ambição e sentimento, Ilya representa o conflito entre aquilo que se espera de um atleta de elite e aquilo que ele realmente deseja para sua vida pessoal.

A série acompanha essa relação ao longo do tempo, mostrando como encontros impulsivos evoluem para um vínculo profundo e transformador. A pergunta central que move a trama é direta e poderosa: existe espaço para o amor verdadeiro em vidas moldadas pela competição extrema, pelo orgulho e pela constante necessidade de vencer. A série constrói essa resposta com paciência, explorando silêncios, gestos contidos e escolhas que deixam marcas permanentes.

O hóquei é mais do que um pano de fundo na narrativa. O esporte surge como elemento simbólico e emocional, refletindo a dureza, a velocidade e o impacto das emoções vividas pelos protagonistas. Treinos exaustivos, jogos decisivos e bastidores da liga ajudam a criar um ambiente de tensão constante, reforçando o contraste entre o espetáculo público e o segredo cuidadosamente preservado pelos personagens.

Sob a condução de Jacob Tierney (Letterkenny), a série aposta em uma linguagem direta e realista, evitando exageros e estereótipos. O romance LGBTQIA+ é tratado com naturalidade, sem transformar a sexualidade dos protagonistas em discurso didático ou conflito isolado. Em vez disso, a série foca nas emoções, nas escolhas e nas consequências, tornando a história universal e acessível a diferentes públicos.

O elenco de apoio amplia a densidade dramática da produção. François Arnaud (Blindspot), Christina Chang (The Good Doctor), Dylan Walsh (Nip/Tuck), Ksenia Daniela Kharlamova (produções europeias de drama) e Sophie Nélisse (Yellowjackets) interpretam personagens fundamentais na vida pessoal e profissional de Shane e Ilya, trazendo perspectivas que abordam família, carreira, lealdade e identidade.

Desde a estreia, a produção LGBTQIA+ vem sendo elogiada pela fidelidade emocional à obra literária de Rachel Reid e pela química entre os protagonistas. A série também se destaca por abordar temas ainda sensíveis no esporte de alto rendimento, como masculinidade, visibilidade LGBTQIA+ e saúde emocional, sem perder o ritmo envolvente de um drama romântico.

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