Crítica – Kung-Fu Panda 4 é uma nostálgica e empolgante aventura

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Kung Fu Panda 4” nos transporta de volta ao vibrante e encantador universo dos mestres do Kung Fu, evocando uma deliciosa onda de nostalgia que aquece os corações dos fãs mais dedicados, enquanto conquista novos admiradores com sua narrativa cativante. Nesta nova aventura, somos reintroduzidos aos personagens icônicos da franquia, cujas jornadas pessoais continuam a fascinar e inspirar.

Po, o carismático panda desajeitado, enfrenta desafios ainda mais grandiosos na busca por seu sucessor como o lendário Dragão Guerreiro. Sua evolução é palpável e sua determinação serve como uma fonte constante de inspiração para o público. A introdução de Zhen, a astuta raposa, adiciona uma nova e intrigante camada à trama, expandindo o universo de “Kung Fu Panda” para novas e emocionantes possibilidades. A interação entre Zhen e Po é repleta de humor e tensão, proporcionando momentos de grande diversão e surpresa que mantêm o espectador completamente envolvido.

A equipe de animação demonstra mais uma vez um talento excepcional ao dar vida ao mundo do Kung Fu. As sequências de luta, embora menos frequentes, são coreografadas com maestria, e os detalhes meticulosos nos cenários e figurinos imergem o público ainda mais na experiência cinematográfica. Cada cena é um testemunho da habilidade e criatividade dos animadores, que garantem que o visual do filme seja tão impactante quanto a sua narrativa.

A sequência vai além das artes marciais, explorando temas universais como amizade, autoconfiança e perseverança. Os ensinamentos do filme ressoam com todas as idades, sublinhando a importância de encontrar nosso próprio caminho, superar desafios e acreditar em nossas habilidades. Esses temas são abordados com sensibilidade e profundidade, elevando o filme de uma simples comédia animada a uma reflexão sobre a vida e o crescimento pessoal.

O equilíbrio perfeito entre momentos emocionantes e cômicos é mantido ao longo do filme, com piadas inteligentes, referências à rica cultura chinesa e os característicos trocadilhos de Po que garantem risadas ao público. A combinação de humor e emoção é bem dosada, oferecendo uma experiência cinematográfica que é tanto divertida quanto significativa.

A nova animação é uma adição notável à franquia, respeitando o legado dos filmes anteriores enquanto abre novas avenidas para a saga. Este capítulo oferece uma jornada emocionante, repleta de risos, sentimentos e torcidas, revigorando e enriquecendo a amada saga com uma nova dose de aventura e encanto. Com certeza, deixa o público ansioso por mais aventuras com Po e seus amigos.

Crítica – Super Mario Bros. é um sopro da infância nas telonas de cinema

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A Nitendo, produtora japonesa de jogos que marcaram a infância de gerações, conhecida por histórias leves e de fácil jogabilidade, não poderia ter escolhido melhor parceria do que com a Illumination Studios, responsável por grandes sucessos infantis como “Meu Malvado Favorito” e “Minions”. O estúdio cinematográfico trouxe Super Mario Bros, um filme para todos os públicos. Com a direção de Aaron Horvath e Michael Jelenic, será fácil encontrar numa mesma fila de cinema tanto o pessoal dos anos 80 aos anos 2000, como a geração mais atual, a Alfa. Uma coisa é certa: o “L” na classificação indicativa deve ter o interpretação mais literal possível: é livre para todos os públicos mesmo!

Uma novidade é que o longa-metragem, que acompanha a história dos irmãos encanadores, Mario e Luigi, pode ser algo até mesmo inovador para quem já é fã dos jogos. Com o primeiro arco do filme mostrando a vida dos dois antes de conhecerem a Princesa Peaches e seus amigos, podemos acompanhar as dúvidas e os problemas enfrentados pela dupla de encanadores, ao largarem seu chefe desagradável e abrirem o próprio negócio. A falta de clientes e ausência do apoio pais não se estende muito, a ação que vemos e sentimos nos jogos toma lugar, sendo entregue de uma forma muito acolhedora, confortável e engraçada.

Enquanto acompanhamos Mario, Toad e Peach indo atrás de reforços para conseguir lutar com o Bowser – que deseja governar os reinos e se livrar de uma vez dos nossos heróis -, podemos ver uma evolução na história, que vai além do resgate da princesa, já que esta quase não precisa de resgate. Além de vermos também Mario Bros conhecer Donkey Kong, seu inimigo/amigo e a luta entre eles, que culmina na junção dos exércitos do Reino dos Cogumelos e as Ilhas DK contra Bowser, o grande vilão do filme. E, assim como nos jogos, o nosso vilão favorito continua com a sua obsessão pela princesa e deseja a todo custo capturá-la e fazê-la sua, como objeto de posse.

Por fim, podemos afirmar que se trata de uma experiência nostálgica. O filme nos transporta direto para nossa infância: com inúmeras referências aos jogos, o espectador é transportado de volta às aventuras dos irmãos mais famosos do mundo nerd. Aposta em uma comédia atual, mas continua conservando a essência do jogo, abusando dos easter eggs que todo fã é adora, bem como nos envolve com uma trilha sonora capaz de fazer com que esqueçamos que estamos assistindo a um filme.

A quem se convenceu a ir assistir, duvido que vá sair da sala do cinema sem vontade de jogar o tão amado e adorado Mario Bros. Com a produção de Shigeru Miyamoto e Chris Meledandri, distribuído pela Universal Studios, a animação estreia no dia 06 de abril em todos os cinemas brasileiros e está imperdível.

Resenha – T.A.T.T.O.O nos leva a um nível alto de intimidade com a leitura

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“[…] Umas 23h25 do dia 30, eu suspiro, me encho de energia e realizo aquela tarefa puxadíssima, que consiste em terminar de teclar aquela palavra enorme de oito letras. Como se não bastasse tamanho esforço, ainda tenho que clicar em “enviar” ao final de tudo”.

T.A.T.T.O.O” é a mais nova HQ escrita e ilustrada por André Diniz, lançada pela editora DarkSide, e ela, assim como bater o dedinho na quina do móvel, dói de uma maneira inexplicável. Dói porque a cada página, uma verdade lateja bem na sua cara: gelado, cruel, verdadeiro. A HQ criada pelo carioca nos leva a um nível alto de intimidade com a leitura, quando, sem pensar, você se pega fechando a obra e levando uns dois minutos (ou mais) para processar o que acabou de ler. Porque a depressão, a angústia, os traumas são comuns: ou você tem/já teve ou conhece alguém que lida com ela. Então ler essa HQ sem parar para refletir acerca das coisas mais cotidianas possíveis, é ler e não parar para aproveitar os enormes rebuliços que ela pode te causar.

Nela, o criador dos quadrinhos traz o personagem de Ramsés, tatuador carioca que mora em São Paulo faz algum tempo e que vê nela uma cidade meio cinza, mas que, gosta de morar ali. A construção desse personagem é linear: começa sentindo apatia para as coisas mais simples do dia a dia, estranhamento com algumas coisas que nunca foram estranhas antes e, consequentemente, a obsessão sobre as mesmas coisas. Em um determiando momento, Ramsés começa a prestar mais atenção em como se dá a construção de algumas palavras e isso causa um estranhamento tão inquietante para o leitor. Assim como a obsessão na relação conturbada e muitas vezes violenta que tem com o (ex?)amigo Jupará.

E então, a cada página lida, percebe-se que a situação vai ficando cada vez mais profunda quando a narrativa vai fazendo com que o leitor entenda da forma mais íntima e escancarada possível sobre como a depressão vai tomando conta de uma mente e de um mesmo corpo. A vontade de trabalhar já não existia mais, mas a dúvida acerca do gostar do que faz toma conta, Ramsés nem tem mais a palavra “tattoo” como uma daquelas já inerentes no ser humano. A vontade de sumir e se esconder já é maior que tudo, a confusão sobre os espaços temporais em que está, os sentimentos outraora já resolvidos e que voltam à tona sem saber se são verdadeiros ou não… Tudo é uma completa confusão vazia, quieta, sucumbida.

Até um morador, inquilino da sua própria mente, entrar em cena e o leitor percebe que nada é calmo dentro dele. O jeito como esse personagem o trata, a violência que usa nas palavras, no jeito, a intonação da voz, tudo é tão grotesco e animal. E esse é o jeito que ele fala si, a forma como se vê, os sentimentos que têm consigo. Nessas partes, eu só queria chorar como uma mãe que não consegue sarar o machucado exposto de um filho. É feio, é angustiante.

Momentos nos quais ele tem a consciência do que fazer, mas que não tem o mínimo de força pra executar foram um dos momentos mais difíceis de ser lido. Assim como quando ele ainda não reconhece que está com depressão, dando respostas como “eu não quero pular da janela, então a minha vida está ok” ou “eu não tenho isso (depressão), eu só estou com a cabeça cansada, com o corpo cansado, com a alma cansada. só isso”.

E então o ápice do cansaço chega da forma mais feroz: a violência, a raiva, o rancor aparecem como nunca visto antes. E isso se torna o ponto de partida pra procurar ajuda. Na busca pela melhora, Ramsés tem ao seu lado Betina, sua amiga e sócia na galeria de tatuagem, e tudo começa a ser pelo menos o começo de algo.

Depois, o autor apresenta ao leitor a experiência do que é decidir não mais viver sob o olhar da depressão e esse momento, diferente de tantos “finais finalizes”, é o mais lindro, cruel, verdadeiro e humano que se pode dar a uma história como essa. Ramsés não fica feliz imediatamente depois que inicia o acompanhamento médico, mas inicia o processo de descoberta do que pra ele, no momento, é viável. E não se trata de um processo completamente bonito, mas dolorosamente necessário.

Ao final da leitura, fica a percepção de que a depressão é um mal que chega de fininho, que se acomoda do seu lado e, se não tiver sempre em manutenção, fica pra sempre ali. E que por mais que não seja confortavelmente bonita e fácil de digerir, essa HQ é essencial a todos. Por mais que alguns pensem diferente, não acho que ela seja tão intensa que não dê para ler enquanto está com depressão, mas o contrário, porque tenho certeza que quem está passando por esse momento precise de algo que o represente da forma mais real possível. Que não romantize o processo, mas que mostre que há, sim, uma alternativa. Ha uma chance de se cuidar, de acabar ou de inibir a depressão e tudo que vem com ela.

Obrigada, André Diniz, por ter dado a luz a uma obra que nos fazer recarregar a minha crença de que existe uma vida pós e durante a depressão, quando tratada. Ganhou uma nova fã e vai ganhar muitos outros, porque obras de arte precisam ser exibidas a todos (ainda mais quando é de utilidade pública) e é isso que estou fazendo aqui. Leiam essa HQ, dêm de presente a alguém no Natal, aniversário, dia dos namorados. Apenas façam as pessoas lerem isso. É um pedido carinhoso e empático.

No mais: “(…) seis meses depois, saem de cena os remédios. Aquele azul de photoshop some, dá lugar a um azul mais pálido, mas verdadeiro. Ele é inconsistente como deve ser. Às vezes, volta o cinza. Tem dia que o céu tá escuro, tem dia que tá azul de novo. Esse céu aí sou eu, finalmente. Isso em basta”.

Crítica – Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes é uma viagem profunda ao passado

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Após um intervalo de mais de uma década desde o lançamento do primeiro filme da icônica série Jogos Vorazes, “A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes” chega às telonas com uma incursão fascinante no passado do vilão que cativou audiências ao longo dos anos. Este capítulo revelador, situado 64 anos antes dos eventos do filme original, explora a 10ª edição dos jogos e mergulha profundamente nas origens do complexo antagonista, Presidente Snow, oferecendo uma visão detalhada de sua participação na brutal competição.

Dividido em três partes, o filme se destaca por sua abordagem multifacetada. A Parte 1 é, sem dúvida, o ponto alto da produção, estabelecendo uma trama rica ao explorar temas como luta de classes e ascensão social do protagonista. A transformação dos tributos em espetáculos para o entretenimento público é abordada com profundidade, oferecendo uma perspectiva crítica sobre engajamento do público, doações e apostas. Esta análise crítica não apenas serve como o clímax da Parte 1, mas também desafia a sociedade e nossos padrões de consumo de entretenimento de forma provocativa.

Rachel Zegler entrega uma performance excepcional como Lucy Gray, uma personagem que não apenas brilha nas sequências musicais, mas também adiciona uma carga emocional poderosa aos momentos mais intensos e dramáticos do filme. A química entre Zegler e Tom Blyth, no papel de Snow, é explorada com habilidade, proporcionando uma profundidade emocional que enriquece a narrativa.

O elenco é reforçado por atuações notáveis de Viola Davis, como a aterrorizante Dra. Gaul, e Jason Schwartzman, que interpreta o carismático apresentador Lucky Flickerman. Josh Andrés Rivera, no papel de Sejanus Plinth, oferece uma visão humana dos tributos, criando uma dinâmica intrigante com o protagonista e enriquecendo a trama com camadas adicionais.

A segunda parte do filme continua a construir tensão e conflito, mantendo o público envolvido com reviravoltas constantes e uma eficaz utilização da “Arma de Chekhov”. As estratégias dos tributos e de seus mentores durante os jogos são exploradas de maneira inovadora, evitando a monotonia e garantindo um fluxo constante de novidades. A decisão de representar as sequências de ação de forma violenta, mas não explícita, contribui para uma classificação indicativa mais acessível, equilibrando o impacto visual com uma abordagem mais ampla.

Do ponto de vista técnico, o uso do som se destaca, não apenas nas sequências musicais, mas também na interrupção eficaz dos momentos de calmaria. A estética visual do filme é impressionante, com a imponência da Capital contrastando vividamente com a liberdade do Distrito 12. Embora o CGI cumpra sua função na construção do mundo, algumas interações entre personagens e criaturas vivas revelam a presença do efeito digital.

A terceira parte, que pode inicialmente parecer desconexa, funciona como um epílogo, oferecendo uma perspectiva única e fechando o arco narrativo de maneira satisfatória. O ritmo e cenário diferentes podem causar estranheza, mas as referências aos filmes anteriores certamente agradarão os fãs mais dedicados.

O novo filme não é apenas uma expansão do universo de Jogos Vorazes, mas uma experiência cinematográfica rica, repleta de performances marcantes e discussões sociais relevantes. O filme proporciona uma transição convincente do personagem interpretado por Tom Blyth para o icônico papel desempenhado por Donald Sutherland na franquia original. Recomenda-se vivamente assistir nos cinemas, preferencialmente em uma tela grande e com um sistema de som potente, para uma imersão completa nessa rica tapeçaria cinematográfica.

Crítica – A Pequena Sereia é um péssimo filme para os haters

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Muito se fala do remake em live-action do filme mais ousado que a Disney já adaptou para as telonas do mundo todo, não apenas por abordar uma protagonista de etnia diferente da versão em animação de 1989, mas também pela audácia e coragem de se aventurar num campo que poderia facilmente navegar pelo vale da estranheza com uma tonelada de CGI que poderia dar muito errado e estragar todo visual do filme, que por si só deveria um ambiente mágico e encantador. Em sumo, a Disney escolheu, talvez, o projeto mais difícil e complexo para ser adaptado com todo poso e holofotes voltados para a comemoração de 100 anos da empresa, mas será que essa ousadia toda rendeu resultados?

O filme tem início mostrando o quão realista ele pretende ser, com cenas de imagens reais do oceano onde se passa a história, em meio a tempestades que chegam a passar uma sensação de medo aos que não gostam tanto assim do mar aberto (como eu), logo imagina-se que se o filme consegue te passar seja lá qual for o sentimento logo de cara, o que vem pela frente pode ser no mínimo interessante. Nossa curiosidade é desperta antes mesmo da trama começar, e apesar de já termos visto todo visual dos personagens em materiais de divulgação como trailers, clipes e teasers, nossa curiosidade ataca de um jeito que só se sacia quando vemos pela primeira vez a Ariel (Halle Bailey). As tentativas recentes da Disney de refazer clássicos amados foram extremamente decepcionantes, transformando símbolos queridos de nossa infância coletiva em monstruosidades berrantes geradas por computador. Eles chegaram perigosamente perto de manchar nossas queridas memórias dos originais. No entanto, em meio a esse mar de decepções, há um vislumbre de esperança brilhando na forma de “A Pequena Sereia” e no extraordinário talento de Halle Bailey. O diretor Rob Marshall atingiu o ouro com seu elenco de Ariel, e sua colaboração resultou em uma verdadeira joia.

Apesar de todo realismo usado na ambientação para contar a história do filme ser bem pé no chão, digo isso por não usarem expressões tão cartoonescas, percebemos o quão artificial o fundo mar abordado consegue ser, mas não de um jeito ruim, a gente sabe que aquilo ali, digo os animais, a vegetação e os elementos marinhos, não é real, mas satisfatório ao ponto de não nos incomodar, mas nos deixar maravilhado e caçando em cada canto da tela as informações gráficas que passa no tempo certo despertando ainda nossa curiosidade.

Para quem espera uma trama diferente da animação, vai sair do cinema decepcionado, pois tudo que a gente viu nos desenhos, vamos ver em live-action sem muitas adições, mas só pelo fato de ser contado de uma visão diferente, já nos basta para não ser um problema ou nos deixar preocupados com uma aventura que teria facilmente o potencial de ser novo.

Assim como na animação, a versão de 2023 é um musical, com as músicas clássicas mundialmente conhecidas e algumas adições a mais para ajudar a narrar o filme, mas quero falar especificamente de duas performances: Part of My World, que na voz da Halle chega arrepiar de um jeito que a gente implora para que ela nunca mais pare de cantar, definitivamente coisa de seria usar sua voz para encantar os humanos e nos fazer ama-la. Falo sério quando digo que nenhuma outra música da Disney, apesar das mais talentosa vozes que já passaram pelas telas, chegará aos pés (ou a calda) da Halle. Ela consegue elevar a música e a performance a um nível tão alto que é a partir daí que a gente DECIDE que ela foi feita para o papel da sereia. Não tem mais o que falar, apenas sentir. Toda emoção, todo carisma e todos os elementos gráficos usados na cena logo no começo do filme nos deixa tão maravilhado e encantado com o que estamos vendo que chega a nos dar um enorme alivio sobre as escolhas da Disney para o papel principal do longa. Prepare-se para se surpreender ao ouvir a interpretação de Bailey de “Part of Your World”. É uma experiência fascinante que consolida Bailey como uma estrela em ascensão. Em uma poderosa metáfora visual, Marshall captura essa descoberta colocando Bailey em um penhasco acidentado, enfrentando uma onda colossal que bate contra ela. É como se o próprio universo reconhecesse seu talento excepcional. Também quero falar sobre uma música que não esta na versão de 1989 e foi criada para o filme, trata-se de The Scuttlebutt na voz da talentosíssima Awkwafina que interpreta o Sabidão, a ave atrapalhada e cheia de informações “suspeitas” e conhecimentos diferenciados que integra a trama do filme. O carisma da Awkwafina é tão notório dando voz ao personagem que quando começa a cantar a gente se diverte e cai na gargalhada por se tratar de uma composição que passa 100% da essência do personagem. Essas duas foram, para mim, as duas melhores composições da trilha sonora do filme.

Menção honrosa a Poor Unfortunate Souls na voz da Melissa McCartly que não mpoderia estar mais maravilhosa no filme, mas falo sobre ela já já.

Agora, vamos mergulhar na história familiar: Ariel, uma sereia adolescente rebelde, desafia as ordens estritas de seu pai e se aventura nas profundezas proibidas do oceano. Fascinada pelo mundo humano, ela coleciona uma variedade de tesouros que caíram no mar, curiosamente reunindo uma coleção de “coisinhas”. Mas sua curiosidade a leva ainda mais longe quando ela resgata um náufrago, o príncipe Eric (interpretado pelo cativante Jonah Hauer-King), e o leva de volta à terra. É amor à primeira vista para Eric, cativado não apenas pela aparência encantadora de Ariel, mas também por sua voz hipnotizante. Infelizmente, seu romance enfrenta dificuldades intransponíveis devido a seus mundos contrastantes. Entra sua tia Ursula, uma criatura marinha astuta e sedutora com a parte inferior do corpo semelhante a um polvo, trazida à vida pela versátil Melissa McCarthy. Ursula faz um acordo faustiano com Ariel, concedendo a ela três dias para receber o beijo de amor verdadeiro de Eric. Mas este acordo tem um custo, com a alma de Ariel servindo como garantia e seu pai, Triton (interpretado pelo brilhantemente escolhido Javier Bardem), deixado perturbado e desaprovando.

Nesta versão reimaginada do conto, o desempenho excepcional de Bailey, a proeza de direção de Marshall e um elenco estelar dão uma nova vida a obra americana. O filme promete ser uma jornada cativante que captura a essência do original enquanto oferece uma experiência nova e emocionante para fãs antigos e novos. Prepare-se para se encantar com o desenrolar da história de Ariel, repleta de escolhas emocionantes, visuais fantásticos e o poder duradouro do amor verdadeiro.

“Mas uma sereia não tem lágrimas, e, portanto, ela sofre muito mais”
Hans Christian Andersen

Crítica – A Esposa de Tchaikovsky nos traz um retrato do século 19

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Dirigido pelo russo Kirill Serebrennikov e já nos cinemas, o filme retrata a homossexualidade de Tchaikovsky, o pintor russo mais famoso de todos os tempos (estrelado por Odin Biron) e as consequências em sua esposa, Antonina Miliukova (estrelado por Alyona Mikhaylova). Que de maneira inocente acredita que tem como mudar o marido que foi pressionado a casar, na esperança de que cessem os comentários maldosos sobre ele.

Com fotografia em tons escuros e sombras difusas, com figurinos surrados, locais sombrios, muitos pedintes definhando… Acompanhamos a história do casal principal em que pode-se dizer, ambos são vítimas. Enquanto mulheres se desesperavam para contrair um matrimônio naquela sociedade russa do século XVIIII, em que ter o nome de um marido lhe causava uma espécie de privilégio e segurança. Os homens eram oprimidos pelo machismo e exerciam a sua supremacia.

Antonina vai perdendo a sanidade e colapsando mentalmente, com ritmo cadenciado e com algumas repetições. Kirill elaborou um retrato não totalmente realista daquela época, tomou liberdades poéticas que vieram a calhar muito bem no longa metragem. Vale a pena conferir a imersão em uma Rússia homofóbica nos cinemas. Porém, dessa vez com a Antonina sendo mostrada de forma revisada e empática. E não como em todas as outras vezes em que era retratada como promíscua. Muito importante adentrar nessa história no mês da mulher.

Crítica – Jogos Mortais 10 é o retorno sangrento e satisfatório de Jigsaw

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O novo capítulo da icônica franquia de sucesso traz de volta John Kramer, também conhecido como Jigsaw, em uma jornada ainda mais sombria e sangrenta. Sob a direção de Kevin Greutert, esta adição à saga explora um episódio obscuro e pessoal na vida de um dos assassinos em série mais notórios do cinema, situando-se entre os eventos de Jogos Mortais e Jogos Mortais 2.

A trama segue John Kramer, interpretado mais uma vez por Tobin Bell, que está lutando contra o câncer e busca uma cura milagrosa em uma clínica mexicana. No entanto, o que ele encontra é um esquema cruel destinado a explorar os mais vulneráveis. Com sua nova motivação para vingança, Jigsaw retoma seu trabalho macabro, criando armadilhas ainda mais engenhosas e sádicas para punir os trapaceiros.

A performance de Tobin Bell é, como sempre, notável. Ele captura a essência sombria e filosófica de Jigsaw de maneira impressionante, oferecendo uma complexidade psicológica que torna seu personagem simultaneamente atraente e repulsivo. Este filme revela uma faceta mais pessoal e desesperada de Kramer, permitindo até mesmo uma sensação de compaixão por seu sofrimento.

Kevin Greutert mantém a estética sombria e claustrofóbica característica da franquia, enquanto adiciona elementos pessoais que intensificam o impacto deste capítulo. A cinematografia é meticulosamente trabalhada para criar uma atmosfera opressiva, mantendo o espectador tenso do início ao fim. As icônicas transições da franquia continuam presentes, ajudando a manter a sensação de familiaridade para os fãs.

O roteiro, embora siga a fórmula estabelecida, introduz novos elementos que renovam o interesse do público. A ambientação no México traz um contexto exótico e sombrio que enriquece a narrativa. As armadilhas são mais engenhosas e tortuosas do que nunca, e o filme explora de maneira aprofundada os temas morais e éticos que são marcas registradas da franquia. Além disso, o tempo de tela dedicado às engenhocas de Kramer permite uma exploração detalhada de cada dispositivo macabro.

O filme é uma adição sólida à franquia, oferecendo doses generosas de suspense, momentos tensos e cenas explícitas de violência gráfica. O retorno de Tobin Bell é, sem dúvida, o ponto alto do filme, e os fãs de longa data da série certamente encontrarão satisfação. No entanto, para aqueles já familiarizados com o universo sombrio de Jigsaw, o filme pode parecer seguir uma fórmula previsível. Apesar disso, é uma experiência arrepiante que vale a pena para os aficionados por Gore e Body Horror.

Resenha – Mais Frio Que Gelo é uma sequência morna, com reviravolta maravilhosa

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Foto: Camylla Silva/ Almanaque Geek

No segundo livro da série Dark elements, voltamos a acompanhar a nossa querida Layla. Aqui ela segue buscando se encontrar, juntando os caquinhos do seu coração, após Roth ter ido direto para as profundezas do inferno. Arrastando com ele o demônio que queria trazer a vida um Lilin, o que causaria uma catástrofe, iniciando um apocalipse. Além de salvando assim a vida de Zayne, melhor amigo da nossa protagonista.

Mais frio que gelo é inteiramente voltado ao romance, o casal abordado aqui é bom, a escrita segue prendendo a atenção, porém senti muita falta da parte fantástica. Há tantos pontos incríveis a serem abordados e que ficaram em segundo plano, o foco foi o sofrimento da Layla e aproximação do Zayne, agora não mais apenas como amigo. Como será essa relação se Layla não pode tocar os lábios de Zayne sem sugar sua alma? Esse foi um ponto interessante, mas não precisava ser o foco central de uma história com vários elementos a serem explorados.

Os personagens secundários ganham mais destaque, a narrativa segue sendo fluida e agradável. Temos mortes, suspense, muito romance e cenas quentes…
O final tem um plot twist MARAVILHOSO, passamos por algumas enrolações durante essa leitura, mas o desfecho valeu muito a pena. Agora é esperar a continuação e controlar a ansiedade…

Crítica – As Tartarugas Ninja: Caos Mutante

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Foto: Reprodução/ Internet

A narrativa hábil e cativante do filme As Tartarugas Ninja: Caos Mutante segue os quatro irmãos notavelmente singulares: Leonardo, Michelangelo, Donatello e Raphael, em sua ávida busca por um senso de pertencimento em um mundo que sempre os condenou ao exílio subterrâneo, alertando-os sobre o inevitável repúdio humano caso se aventurem para fora dos esgotos. No entanto, essa dinâmica intrincada e introspectiva ganha contornos intrigantes quando o destino os coloca frente a frente com April, uma jornalista jovem que, com notável agilidade, insere-se no círculo da amizade dos irmãos. Unidos por laços mais profundos do que o DNA, eles logo se veem confrontados com um inimigo que ameaça não apenas suas existências, mas também a integridade da cidade.

A grande vitória do filme reside na sua decisão consciente de adotar uma abordagem especialmente direcionada ao público adolescente. Tal escolha não apenas permite uma exploração cuidadosa dos traumas e dilemas universais da adolescência, mas também oferece uma rica tapeçaria de momentos descontraídos, humor afiado e uma atmosfera resolutamente contemporânea. O fio narrativo, embora enraizado em elementos de ação e confrontos épicos, floresce graças à sua dinâmica apaixonante e a uma interação fraterna que irradia carisma ao longo do filme.

As Tartarugas Ninja, com sua longa permanência na cultura popular, desfrutaram de presença em filmes, desenhos animados, jogos e quadrinhos, entretanto, ao longo dos anos, havia sempre uma sensação latente de que seu potencial mais profundo, tanto em termos de história quanto de desenvolvimento de personagens, não havia sido totalmente explorado. O filme atual finalmente corrige essa lacuna há muito sentida, oferecendo uma perspectiva renovada e envolvente.

Porém, o filme não escapa de uma crítica merecida. Enquanto a dinâmica central e o desenvolvimento dos personagens principais brilham intensamente, a narrativa peca ao tratar os personagens secundários de forma mais superficial. As histórias desses personagens, que poderiam ter contribuído para uma maior profundidade emocional e envolvimento, são apenas tangenciadas, deixando um gosto de insatisfação na boca do espectador. Uma exploração mais profunda desses elementos secundários poderia ter conferido uma camada adicional de riqueza à trama e aos vínculos estabelecidos.

No entanto, apesar dessa falha pontual, o filme triunfa em oferecer uma visão revigorada e emocionante das Tartarugas Ninja, injetando nova vida em uma franquia querida e, ao mesmo tempo, pavimentando o caminho para um potencial futuro brilhante. Sua abordagem centrada na adolescência, o humor bem construído e a dinâmica fraternal apaixonante fazem deste filme uma adição marcante à saga das Tartarugas Ninja.

Crítica – Tár aborda a paixão pela arte, assédio e identidade de gênero

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O aclamado drama psicológico de 2023 é uma obra magistral de Todd Field, que assina a direção, o roteiro e a produção. Com Cate Blanchett em uma performance deslumbrante, o filme não só figura entre os favoritos do Oscar em seis categorias, como também é um forte candidato para garantir algumas vitórias, especialmente para Blanchett na categoria de Melhor Atriz. Vale lembrar que ela já conquistou o prêmio anteriormente por “Blue Jasmine” em 2014 e também venceu como Melhor Atriz Coadjuvante por “O Aviador” em 2005.

A trama centra-se na caída da renomada pianista, compositora e maestrina fictícia Lydia Tár, interpretada com maestria por Blanchett. O elenco de apoio inclui Nina Hoss, Noémie Merlant, Sophie Kauer, Julian Glover, Allan Corduner e Mark Strong. Embora seus desempenhos sejam competentes, não há personagens que se destaquem de forma significativa ao lado da protagonista.

Com uma duração de 2 horas e 38 minutos, “Tár” pode ser desafiador para espectadores que preferem uma narrativa mais ágil. O filme é caracterizado por uma construção lenta e meticulosa, sustentada por diálogos e monólogos extensos que, em alguns momentos, podem parecer cansativos. No entanto, quando a personagem principal está em ação regendo sua orquestra, o ritmo se eleva, e a experiência torna-se particularmente envolvente.

A trilha sonora e a mixagem de som nas cenas orquestrais são espetaculares, intensificando a performance de Blanchett e proporcionando uma imersão ainda mais profunda na narrativa. Sua atuação é afiada e poderosa, refletindo a complexidade da personagem com impressionante profundidade.

O longa-metragem explora temas como a paixão pela arte, assédio, cultura do cancelamento, feminismo, gênero e identidade de gênero. A abordagem destes tópicos pode ressoar de maneira diferente para cada espectador, mas oferece uma reflexão rica e multifacetada.

Com distribuição da Universal Pictures, a produção chega aos cinemas brasileiros em 26 de janeiro. Para aqueles que apreciam uma análise profunda e uma performance intensa, o filme promete ser uma experiência cinematográfica memorável.

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