Crítica – A primeira Profecia é sombrio e intrigante

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O filme “A Primeira Profecia” emerge como uma prequela do amplamente conhecido “A Profecia”, desvendando os eventos aterrorizantes que antecederam a origem do mal encarnado no filme original. Conduzidos por uma jornada ainda mais sombria e intrigante, somos imersos nos segredos que envolvem a geração de Damien, o icônico personagem que personifica o terror absoluto. Nesta tão aguardada continuação, somos convidados a desvendar os mistérios por trás da concepção do personagem central do filme anterior, uma questão que tem fascinado os telespectadores desde o primeiro filme.

A trama se desenrola em torno da personagem principal, Margareth, enviada para Roma com a missão de servir em um orfanato ligado à igreja. Desde o início, o filme estabelece um clima de inquietação, à medida que Margareth se integra ao orfanato e começa a perceber indícios perturbadores de que algo está profundamente errado naquele ambiente. Seu encontro com Carlitta, uma jovem adolescente que sofre abusos constantes das freiras, desencadeia um processo de questionamento de sua própria fé e das estruturas religiosas que a cercam.

À medida que Margareth se aprofunda em sua investigação, revelações perturbadoras sobre os abusos e maus-tratos dentro da instituição religiosa começam a corroer suas convicções. Cada descoberta desafia sua compreensão do mundo, levando-a a confrontar não apenas os horrores que presencia, mas também as contradições da própria fé que ela sempre seguiu. O filme retrata com sensibilidade a jornada emocional e psicológica de Margareth, enquanto ela enfrenta o colapso de suas crenças diante da extensão da corrupção e violência.

A atmosfera do filme é carregada de desconforto e estranheza, intensificando-se a cada cena. O crescendo de tensão e horror mantém os espectadores em suspense, enquanto as representações vívidas dos abusos enfrentados por Carlitta e outros personagens desafiam a audiência a confrontar o mal em sua forma mais brutal. No entanto, esses momentos de violência não são meramente gratuitos, mas servem como uma exploração profunda das consequências da corrupção e do poder desenfreado.

Uma das características mais marcantes do filme é a maneira como retrata a igreja como uma força criadora do mal, personificada pelo Anticristo. Essa narrativa ousada adiciona uma camada extra de horror, levando os espectadores a questionar não apenas o mal absoluto, mas também a própria natureza da fé e das instituições religiosas. Ao confrontar a ideia de que a fonte do demoníaco pode surgir de dentro das estruturas religiosas, o filme incita uma reflexão perturbadora sobre o poder e a corrupção, aprofundando ainda mais a atmosfera de medo e inquietação que permeia toda a narrativa.

Crítica – As Tartarugas Ninja: Caos Mutante

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Foto: Reprodução/ Internet

A narrativa hábil e cativante do filme As Tartarugas Ninja: Caos Mutante segue os quatro irmãos notavelmente singulares: Leonardo, Michelangelo, Donatello e Raphael, em sua ávida busca por um senso de pertencimento em um mundo que sempre os condenou ao exílio subterrâneo, alertando-os sobre o inevitável repúdio humano caso se aventurem para fora dos esgotos. No entanto, essa dinâmica intrincada e introspectiva ganha contornos intrigantes quando o destino os coloca frente a frente com April, uma jornalista jovem que, com notável agilidade, insere-se no círculo da amizade dos irmãos. Unidos por laços mais profundos do que o DNA, eles logo se veem confrontados com um inimigo que ameaça não apenas suas existências, mas também a integridade da cidade.

A grande vitória do filme reside na sua decisão consciente de adotar uma abordagem especialmente direcionada ao público adolescente. Tal escolha não apenas permite uma exploração cuidadosa dos traumas e dilemas universais da adolescência, mas também oferece uma rica tapeçaria de momentos descontraídos, humor afiado e uma atmosfera resolutamente contemporânea. O fio narrativo, embora enraizado em elementos de ação e confrontos épicos, floresce graças à sua dinâmica apaixonante e a uma interação fraterna que irradia carisma ao longo do filme.

As Tartarugas Ninja, com sua longa permanência na cultura popular, desfrutaram de presença em filmes, desenhos animados, jogos e quadrinhos, entretanto, ao longo dos anos, havia sempre uma sensação latente de que seu potencial mais profundo, tanto em termos de história quanto de desenvolvimento de personagens, não havia sido totalmente explorado. O filme atual finalmente corrige essa lacuna há muito sentida, oferecendo uma perspectiva renovada e envolvente.

Porém, o filme não escapa de uma crítica merecida. Enquanto a dinâmica central e o desenvolvimento dos personagens principais brilham intensamente, a narrativa peca ao tratar os personagens secundários de forma mais superficial. As histórias desses personagens, que poderiam ter contribuído para uma maior profundidade emocional e envolvimento, são apenas tangenciadas, deixando um gosto de insatisfação na boca do espectador. Uma exploração mais profunda desses elementos secundários poderia ter conferido uma camada adicional de riqueza à trama e aos vínculos estabelecidos.

No entanto, apesar dessa falha pontual, o filme triunfa em oferecer uma visão revigorada e emocionante das Tartarugas Ninja, injetando nova vida em uma franquia querida e, ao mesmo tempo, pavimentando o caminho para um potencial futuro brilhante. Sua abordagem centrada na adolescência, o humor bem construído e a dinâmica fraternal apaixonante fazem deste filme uma adição marcante à saga das Tartarugas Ninja.

Crítica – Kung-Fu Panda 4 é uma nostálgica e empolgante aventura

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Kung Fu Panda 4” nos transporta de volta ao vibrante e encantador universo dos mestres do Kung Fu, evocando uma deliciosa onda de nostalgia que aquece os corações dos fãs mais dedicados, enquanto conquista novos admiradores com sua narrativa cativante. Nesta nova aventura, somos reintroduzidos aos personagens icônicos da franquia, cujas jornadas pessoais continuam a fascinar e inspirar.

Po, o carismático panda desajeitado, enfrenta desafios ainda mais grandiosos na busca por seu sucessor como o lendário Dragão Guerreiro. Sua evolução é palpável e sua determinação serve como uma fonte constante de inspiração para o público. A introdução de Zhen, a astuta raposa, adiciona uma nova e intrigante camada à trama, expandindo o universo de “Kung Fu Panda” para novas e emocionantes possibilidades. A interação entre Zhen e Po é repleta de humor e tensão, proporcionando momentos de grande diversão e surpresa que mantêm o espectador completamente envolvido.

A equipe de animação demonstra mais uma vez um talento excepcional ao dar vida ao mundo do Kung Fu. As sequências de luta, embora menos frequentes, são coreografadas com maestria, e os detalhes meticulosos nos cenários e figurinos imergem o público ainda mais na experiência cinematográfica. Cada cena é um testemunho da habilidade e criatividade dos animadores, que garantem que o visual do filme seja tão impactante quanto a sua narrativa.

A sequência vai além das artes marciais, explorando temas universais como amizade, autoconfiança e perseverança. Os ensinamentos do filme ressoam com todas as idades, sublinhando a importância de encontrar nosso próprio caminho, superar desafios e acreditar em nossas habilidades. Esses temas são abordados com sensibilidade e profundidade, elevando o filme de uma simples comédia animada a uma reflexão sobre a vida e o crescimento pessoal.

O equilíbrio perfeito entre momentos emocionantes e cômicos é mantido ao longo do filme, com piadas inteligentes, referências à rica cultura chinesa e os característicos trocadilhos de Po que garantem risadas ao público. A combinação de humor e emoção é bem dosada, oferecendo uma experiência cinematográfica que é tanto divertida quanto significativa.

A nova animação é uma adição notável à franquia, respeitando o legado dos filmes anteriores enquanto abre novas avenidas para a saga. Este capítulo oferece uma jornada emocionante, repleta de risos, sentimentos e torcidas, revigorando e enriquecendo a amada saga com uma nova dose de aventura e encanto. Com certeza, deixa o público ansioso por mais aventuras com Po e seus amigos.

Crítica – Toc Toc Toc: Ecos do Além é um intrigante encontro com a obscuridade familiar

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Na esfera cinematográfica, poucas experiências rivalizam com a surpresa de ser envolvido por uma trama que desafia as expectativas preestabelecidas. O filme emerge como um exemplo marcante desse fenômeno, que habilmente subverte antecipações enquanto mergulha nas profundezas de uma narrativa de suspense. Dirigido por Samuel, cujo comando técnico é notavelmente perturbador, a película estabelece uma atmosfera de inquietação, uma conquista visual que oscila entre o desconforto e a atenção.

O centro da trama orbita em torno de Peter, um infante de oito anos cujo cotidiano com seus peculiares e enigmáticos pais compõe o cenário inicial. O que aparenta ser uma vida comum logo degenera em um tecido de bizarrias, à medida que ecos misteriosos ressoam pelas paredes do quarto de Peter. À mercê de um caleidoscópio de paranoia, sua luta por compreensão e validação é alicerçada em um ambiente crescentemente angustiante. Segredos sombrios de proporções opressivas aguardam, imersos nas entranhas da residência.

O mérito proeminente do filme reside em sua habilidade de perpetuar a insegurança ininterruptamente. O diretor orquestra a trama, utilizando as dimensões físicas da casa para gerar uma atmosfera de claustrofobia e inquietação que perdura. A trilha sonora, repleta de sussurros assombrosos, rangidos melancólicos e passos inaudíveis, amplifica a angústia compartilhada tanto pelo protagonista quanto pela audiência, contribuindo para uma experiência de imersão inegável.

Enquanto Peter se empenha em decifrar os véus da realidade, o filme prazerosamente desafia a fronteira entre veracidade e construção mental, conduzindo a uma análise acerca dos laços parentais e sua integridade. A cada revelação enigmática, a tensão se aprofunda, arrebatando a atenção do espectador e provocando uma ansiedade compulsiva por clareza.

No tocante à atuação, é impossível não enaltecer Antony Starr (no papel de Mark) e Lizzy Caplan (interpretando Carol) como os progenitores de Peter. Sua interpretação magistral os transforma em figuras distantes, exóticas e ameaçadoras, um casamento perfeito com a narrativa.

Ecos do Além se erige como um conto sinistro, uma incursão nos recônditos dos segredos familiares, emaranhando elementos do terror psicológico com a estética do sobrenatural. Ao mesmo tempo, a película explora a psique infantil e as fissuras domésticas, agregando complexidade à trama. Aos entusiastas de obras como Noites Brutais, esta produção promete oferecer uma jornada intrigante e envolvente, capaz de expandir o horizonte das sensações obscuras.”

Resenha – T.A.T.T.O.O nos leva a um nível alto de intimidade com a leitura

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“[…] Umas 23h25 do dia 30, eu suspiro, me encho de energia e realizo aquela tarefa puxadíssima, que consiste em terminar de teclar aquela palavra enorme de oito letras. Como se não bastasse tamanho esforço, ainda tenho que clicar em “enviar” ao final de tudo”.

T.A.T.T.O.O” é a mais nova HQ escrita e ilustrada por André Diniz, lançada pela editora DarkSide, e ela, assim como bater o dedinho na quina do móvel, dói de uma maneira inexplicável. Dói porque a cada página, uma verdade lateja bem na sua cara: gelado, cruel, verdadeiro. A HQ criada pelo carioca nos leva a um nível alto de intimidade com a leitura, quando, sem pensar, você se pega fechando a obra e levando uns dois minutos (ou mais) para processar o que acabou de ler. Porque a depressão, a angústia, os traumas são comuns: ou você tem/já teve ou conhece alguém que lida com ela. Então ler essa HQ sem parar para refletir acerca das coisas mais cotidianas possíveis, é ler e não parar para aproveitar os enormes rebuliços que ela pode te causar.

Nela, o criador dos quadrinhos traz o personagem de Ramsés, tatuador carioca que mora em São Paulo faz algum tempo e que vê nela uma cidade meio cinza, mas que, gosta de morar ali. A construção desse personagem é linear: começa sentindo apatia para as coisas mais simples do dia a dia, estranhamento com algumas coisas que nunca foram estranhas antes e, consequentemente, a obsessão sobre as mesmas coisas. Em um determiando momento, Ramsés começa a prestar mais atenção em como se dá a construção de algumas palavras e isso causa um estranhamento tão inquietante para o leitor. Assim como a obsessão na relação conturbada e muitas vezes violenta que tem com o (ex?)amigo Jupará.

E então, a cada página lida, percebe-se que a situação vai ficando cada vez mais profunda quando a narrativa vai fazendo com que o leitor entenda da forma mais íntima e escancarada possível sobre como a depressão vai tomando conta de uma mente e de um mesmo corpo. A vontade de trabalhar já não existia mais, mas a dúvida acerca do gostar do que faz toma conta, Ramsés nem tem mais a palavra “tattoo” como uma daquelas já inerentes no ser humano. A vontade de sumir e se esconder já é maior que tudo, a confusão sobre os espaços temporais em que está, os sentimentos outraora já resolvidos e que voltam à tona sem saber se são verdadeiros ou não… Tudo é uma completa confusão vazia, quieta, sucumbida.

Até um morador, inquilino da sua própria mente, entrar em cena e o leitor percebe que nada é calmo dentro dele. O jeito como esse personagem o trata, a violência que usa nas palavras, no jeito, a intonação da voz, tudo é tão grotesco e animal. E esse é o jeito que ele fala si, a forma como se vê, os sentimentos que têm consigo. Nessas partes, eu só queria chorar como uma mãe que não consegue sarar o machucado exposto de um filho. É feio, é angustiante.

Momentos nos quais ele tem a consciência do que fazer, mas que não tem o mínimo de força pra executar foram um dos momentos mais difíceis de ser lido. Assim como quando ele ainda não reconhece que está com depressão, dando respostas como “eu não quero pular da janela, então a minha vida está ok” ou “eu não tenho isso (depressão), eu só estou com a cabeça cansada, com o corpo cansado, com a alma cansada. só isso”.

E então o ápice do cansaço chega da forma mais feroz: a violência, a raiva, o rancor aparecem como nunca visto antes. E isso se torna o ponto de partida pra procurar ajuda. Na busca pela melhora, Ramsés tem ao seu lado Betina, sua amiga e sócia na galeria de tatuagem, e tudo começa a ser pelo menos o começo de algo.

Depois, o autor apresenta ao leitor a experiência do que é decidir não mais viver sob o olhar da depressão e esse momento, diferente de tantos “finais finalizes”, é o mais lindro, cruel, verdadeiro e humano que se pode dar a uma história como essa. Ramsés não fica feliz imediatamente depois que inicia o acompanhamento médico, mas inicia o processo de descoberta do que pra ele, no momento, é viável. E não se trata de um processo completamente bonito, mas dolorosamente necessário.

Ao final da leitura, fica a percepção de que a depressão é um mal que chega de fininho, que se acomoda do seu lado e, se não tiver sempre em manutenção, fica pra sempre ali. E que por mais que não seja confortavelmente bonita e fácil de digerir, essa HQ é essencial a todos. Por mais que alguns pensem diferente, não acho que ela seja tão intensa que não dê para ler enquanto está com depressão, mas o contrário, porque tenho certeza que quem está passando por esse momento precise de algo que o represente da forma mais real possível. Que não romantize o processo, mas que mostre que há, sim, uma alternativa. Ha uma chance de se cuidar, de acabar ou de inibir a depressão e tudo que vem com ela.

Obrigada, André Diniz, por ter dado a luz a uma obra que nos fazer recarregar a minha crença de que existe uma vida pós e durante a depressão, quando tratada. Ganhou uma nova fã e vai ganhar muitos outros, porque obras de arte precisam ser exibidas a todos (ainda mais quando é de utilidade pública) e é isso que estou fazendo aqui. Leiam essa HQ, dêm de presente a alguém no Natal, aniversário, dia dos namorados. Apenas façam as pessoas lerem isso. É um pedido carinhoso e empático.

No mais: “(…) seis meses depois, saem de cena os remédios. Aquele azul de photoshop some, dá lugar a um azul mais pálido, mas verdadeiro. Ele é inconsistente como deve ser. Às vezes, volta o cinza. Tem dia que o céu tá escuro, tem dia que tá azul de novo. Esse céu aí sou eu, finalmente. Isso em basta”.

Crítica – Five Nights at Freddy’s é uma adaptação aterrorizante do fenômeno dos videogames

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O filme faz sua estreia cinematográfica sob a direção de Emma Tammi, trazendo para a tela grande a atmosfera de mistério e os momentos de ação que cativaram os fãs do videogame criado por Scott Cawthon. A adaptação consegue transpor a tensão e o suspense do jogo para o cinema, oferecendo uma experiência arrepiante, embora com uma quantidade reduzida de sustos em comparação com o material original.

A trama gira em torno de Mike Schmidt, interpretado por Josh Hutcherson, conhecido por seu papel como Peeta em Jogos Vorazes. Mike é um jovem enfrentando dificuldades financeiras e desafios pessoais que vê uma oportunidade de trabalho como vigia noturno na Freddy Fazbear’s Pizza como uma solução para seus problemas. O emprego também lhe permitirá cuidar de sua irmã mais nova, Abby. No entanto, o que inicialmente parece ser uma chance de resolver seus problemas logo se transforma em um pesadelo. A pizzaria, famosa por seus animatrônicos carismáticos que encantam as crianças durante o dia, torna-se um ambiente aterrorizante e sombrio à noite.

A narrativa do filme se desenrola de maneira fluida, mantendo uma sensação constante de tensão à medida que Mike, lutando para proteger Abby, descobre o segredo macabro que assombra a pizzaria. Os robôs animatrônicos, que são figuras simpáticas durante o dia, se transformam em assassinos psicopatas com a chegada da noite. A luta de Mike pela sobrevivência é o núcleo da trama, e os animatrônicos são, sem dúvida, o destaque do filme. Eles foram recriados com uma fidelidade impressionante em relação aos do jogo, trazendo uma sensação autêntica e arrepiante para a tela.

A direção de Emma Tammi é eficaz na representação dos elementos do jogo. Ela utiliza o espaço claustrofóbico da pizzaria para criar um ambiente que mantém o espectador à beira do assento, ansioso pelo próximo movimento dos animatrônicos. A fotografia escura e opressiva contribui para a sensação de desespero de Mike, enquanto a trilha sonora sombria com um toque de nostalgia dos anos 80 intensifica a experiência.

O obra cinematográfica é uma adaptação fiel que captura a essência do jogo e proporciona uma experiência emocionante e divertida para os fãs. No entanto, para aqueles que não estão familiarizados com a franquia, o filme pode parecer um pouco monótono. Uma possível falha é a ausência de sustos (jump scares) mais intensos, uma característica marcante da franquia de jogos, que poderia ter sido explorada de forma mais robusta para aumentar o impacto do terror. Em suma, o filme oferece uma visão intrigante e atmosférica do universo de Five Nights at Freddy’s, mas poderia beneficiar-se de um maior investimento em sustos para captar totalmente o espírito do jogo.

Crítica – Drácula: A Última Viagem de Demeter

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O filme de terror Drácula: A Última Viagem de Deméter se origina de um capítulo icônico do renomado romance homônimo de Bram Stoker, uma verdadeira joia cultuada no âmbito do gênero. A trama nos transporta para o interior do navio Deméter, que foi contratado para um transporte de carga peculiar. Entretanto, aquilo que deveria ser uma travessia oceânica corriqueira se metamorfoseia rapidamente em um pesadelo de proporções aterrorizantes para a tripulação.

À medida que a jornada se desdobra, eventos estranhos e sombrios desenrolam-se a bordo, assombrando os marinheiros em todas as noites com a presença implacável de uma entidade maligna. Ao término da viagem, quando o Deméter finalmente alcança a costa, o que resta é um navio carbonizado e abandonado, sem nenhum vestígio da tripulação.

O mérito deste filme reside na habilidade de trazer à luz uma parte menos explorada da obra de Stoker. Esta abordagem revela-se acertada, visto que a história do Conde Drácula já foi submetida a inúmeras adaptações, e simplesmente repetir a mesma trama poderia resultar em falta de originalidade. No entanto, o roteiro carece da capacidade de introduzir elementos impactantes ou inovadores que verdadeiramente arrebatem a audiência.

Entre momentos habilmente construídos de tensão e cenas que evocam tristeza, A Última Viagem de Deméter conduz o público através da angústia de uma narrativa claustrofóbica, tudo ambientado no vasto cenário aberto do oceano. Assim como em Alien: O Oitavo Passageiro, a agonia de enfrentar o desconhecido serve como fio condutor que cativa a atenção dos espectadores, enquanto todos aguardam ansiosamente para descobrir quem será a próxima vítima do vampiro.

No entanto, onde a trama tropeça é na caracterização do próprio Drácula. A despeito de seu nome ser o grande chamariz do filme, a representação do vampiro deixa a desejar. Drácula é retratado como uma criatura repulsiva que mata de forma indiscriminada, porém suas motivações e profundidade não são abordadas de maneira satisfatória.

Essa lacuna resulta em um enfraquecimento do impacto da narrativa. Apesar de o filme apresentar momentos intrigantes e um elenco competente, ele não consegue atingir a magnitude de ser memorável ou estabelecer-se como uma referência sólida no que tange à figura do Drácula.

A Última Viagem de Deméter tem acertos ao explorar uma faceta pouco explorada na mitologia de Drácula, proporcionando uma perspectiva nova e instigante. No entanto, ele falha ao deixar em segundo plano a complexidade do próprio Drácula, privando o filme de uma dimensão essencial para o envolvimento e a imersão do público. Consequentemente, embora o filme ofereça entretenimento para uma tarde de domingo, ele não consegue atingir o patamar de uma experiência verdadeiramente inesquecível.

Crítica – Um Filho é um drama familiar tenso e cheio de gatilhos emocionais

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Relações familiares são muito difíceis de assistir, ainda mais quando disfuncionais. Tratar de depressão já é complicado, ainda mais quando abrange um quadro familiar tão bagunçado quanto o desse filme, hora sentindo raiva, hora sentindo pena e até mesmo indignação em alguns momentos o longa leva você para uma viagem no núcleo familiar de Nicholas ( Zen McBrath ) que é basicamente composto por sua mãe Kate ( Laura Dern ), seu pai Peter ( Hugh Jackman) e a nova esposa de Peter, a Beth ( Vanessa Kirby).

O filme Um Filho mesmo que composto por estrelas não consegue te segurar de forma efetiva nessa viagem já que usa de clichês em seu roteiro, e termina se tornando previsível e sufocante, à medida que evolui, buscando ser tocante, aqui, eu diria que o filme brilha mesmo é no silêncio dos diálogos e não na suas falas, já que, nem tudo precisa ser dito, é no silêncio que compreendemos toda a frustração do jovem por não conseguir entender, nem muito menos falar sobre o que sente, misturando realidade com mentiras, e deixando os pais, com um sentimento de que podem ajudar, mesmo que esse sentimento seja bem passageiro. No mais, a evolução dos personagens da mãe e da nova esposa do seu pai são realmente um presente, já que no começo são pintadas tão superficialmente, e no decorrer do filme vão aparecendo mais camadas, o filme que já estreou nas telas de cinema brasileiras no dia 23 de marlo, vale a pena, principalmente para aqueles que gostam de uma narrativa um pouco mais lenta. Desde já, avisamos que podem haver gatilhos emocionais, e portanto indicamos que vá acompanhado de alguém que você confie.

Por seu desenvolvimento ser lento o longa termina ficando um pouco cansativo no começo, o ator escalado para fazer o jovem protagonista não consegue segurar o papel tão bem como deveria, o que termina mostrando seu esforço de forma tão tangível que não conseguimos mergulhar bem em seu drama. Mas o filme se mostra bem desenvolvido do meio para o final o que nos faz crer que a lentidão para o desenvolvimento no começo foi proposital porém não tão bem posta em prática já que se torna cansativo e se você não estiver disposto a passar por essa metade do filme desiste dele sem conhecer onde ele fica verdadeiramente bom.

Crítica – A Noite das Bruxas: Um enigma sobrenatural e misterioso

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O longa-metragem é uma fascinante adição ao gênero mistério, dirigida pelo aclamado Kenneth Branagh, conhecido por seu trabalho em filmes de mistério como Assassinato no Expresso do Oriente e Morte no Nilo, além de sua aclamada interpretação do icônico detetive Hercule Poirot. O roteiro, adaptado por Michael Green, é baseado na renomada obra de Agatha Christie que leva o mesmo nome.

Nesta terceira incursão na saga do detetive Poirot, o personagem se encontra em uma fase de aposentadoria em Veneza, onde leva uma vida protegida sob os cuidados de um guarda-costas. A trama se complica quando a famosa autora Ariadne Oliver, interpretada com maestria por Tina Fey, o convida para uma festa de Halloween, que será seguida por uma sessão espírita conduzida pela enigmática médium Joyce Reynolds, vivida brilhantemente por Michelle Yeoh. A presença de Joyce adiciona uma camada extra de mistério à narrativa.

A história ganha complexidade quando Poirot se vê envolvido em uma investigação sobre a possível fraude da médium. No entanto, cada um dos convidados da festa guarda seus próprios segredos e intenções, o que torna a trama ainda mais intrincada. A situação se torna ainda mais tensa quando um crime ocorre entre os presentes, em um evento organizado por Rowena Drake, a anfitriã da sessão espírita.

O filme se destaca por sua atmosfera carregada de mistério e pelas reviravoltas típicas das obras de Agatha Christie. Branagh, uma vez mais, entrega uma performance perspicaz como Poirot, capturando a essência do detetive de maneira convincente e envolvente.

A produção consegue manter o público cativado do início ao fim, combinando o suspense do mistério com elementos sobrenaturais que se ajustam perfeitamente ao clima de Halloween. A interação entre os personagens, todos brilhantemente interpretados por um elenco de talento inegável, enriquece a trama e leva o público a questionar as verdadeiras intenções de cada um.

Em termos de cinematografia e ambientação, o filme transporta o espectador para a atmosfera sombria e intrigante de Veneza. Com tomadas contemplativas da arquitetura antiga e das águas escuras da cidade, o filme cria uma sensação constante de apreensão, mantendo o público ansioso por cada nova reviravolta.

Contudo, é importante notar que a resolução do mistério pode parecer menos elaborada em comparação com outros filmes do gênero. O desfecho pode parecer um pouco previsível para os conhecedores de Agatha Christie e dos filmes de mistério.

A produção é uma experiência envolvente e emocionante, que certamente conquistará os fãs de Agatha Christie e os amantes de mistérios em geral. O filme é repleto de momentos de tensão, drama e alívio cômico, equilibrando habilmente esses elementos para criar uma narrativa cativante e memorável.

Crítica – A Última Festa ou o começo de tantas outras?

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Um filme de comédia romântica, escrito e dirigido por Matheus Souza, chega aos cinemas nesta quinta-feira, 26 de janeiro. A produção é de Diogo Dahl da Coqueirão Pictures e a H2O filmes assina a distribuição. A Última Festa foi rodado em Portugal para imitar o visual do Palácio de Versalhes, mas a elegância não se restringe apenas ao set de filmagem, como se pode perceber nos figurinos altamente caprichosos. No elenco principal temos nomes como Marina Moschen, Christian Malheiros, Giulia Gayoso e Thalita Meneghim. Os quatro amigos, dentro e fora das telas, interpretam, respectivamente: Nina, Nathan, Bianca e Marina.

O filme conta a história de um grupo de amigos em sua festa de formatura do ensino médio, num contexto conturbado que é o período entre o fim da adolescência e começo da fase jovem-adulta. Cada um com perspectivas e personalidades diferentes, enfrentando obstáculos e aprendendo no processo. O longa também traz uma trilha sonora com encaixe perfeito, que auxilia o espectador a se entregar aos sentimentos que as cenas de desilusões amorosas, casais sendo construídos e reviravoltas trazem. É sempre de se esperar que comédias românticas voltadas ao público mais jovem tragam diálogos simples, mas nessa produção pode-se contar com diálogos acessíveis e tão profundos quanto, acerca das reviravoltas da vida e dos relacionamentos que com ela vêm.

O longa relata a última comemoração desses personagens como adolescentes, um encerramento de ciclo e preparação para a nova fase. É ali o início das responsabilidades e consequências da vida adulta que virá. Não tem como esperar nada além de um clima adolescente, mas seria errôneo dizer que o filme se limita a esse público, pois há identificação com o que os personagens vivem ali em qualquer idade. Os dramas colocados são comuns a todos: a primeira vez, o desflorar da sexualidade, as descobertas, as amizades…

A obra cinematográfica, gravada antes da pandemia, faz qualquer adolescente se reconhecer nas histórias de cada personagem, bem como faz qualquer adulto (ou jovem adulto) lembrar o quanto tudo pode ser catastrófico, grandioso e significante na adolescência. Conta com todos os ingredientes que uma boa comédia romântica precisa ter, assim, conseguindo o resultado mais certeiro que todos os apaixonados por rom com. Além de que, e precisamos admitir, o cinema nacional estava precisando ser abastecido por um filme levinho, mas tão envolvente quanto – assim, fazendo os cinéfilos românticos perceberem o potencial que esse gênero tem no cinema brasileiro.

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